CBF, Palmeiras, Santos e clubes de futebol explicam operações com tokens à CPI das Pirâmides

Google também enviou material aos deputados esclarecendo a política de não permitir anúncio de criptoativos
Imagem da matéria: CBF, Palmeiras, Santos e clubes de futebol explicam operações com tokens à CPI das Pirâmides

Shutterstock

As respostas para alguns pedidos de esclarecimentos feitos pela CPI das Pirâmides Financeiras começam a chegar. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Palmeiras, Santos, Fluminense, Vasco e Grêmio já enviaram seus posicionamentos para os deputados sobre suas ações envolvendo criptomoedas. Além dos times, o Google e a Polícia Civil de São Paulo também se pronunciaram oficialmente. 

A CBF afirma que não tem no momento nenhum contrato relacionado ao setor de criptoativos, mas confirmou tinha um acordo com a empresa turca Bitci para um token da Seleção Brasileira. A confederação lembra que é um fato “público” e “noticiado pelos meios de imprensa” que o acordo foi encerrado. 

Publicidade

A entidade responsável pelo futebol brasileiro afirma que tem um processo de arbitragem contra a Bitci no Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA), que tem sede no Rio de Janeiro. Além disso, informa que enviou o contrato aos deputados, mas pediu que seja mantido sigilo sobre o texto. 

O caso da CBF ocorreu no meio da Copa do Mundo de 2022: dois dias após o início do torneio no Catar, a entidade rescindiu o contrato de patrocínio com a corretora turca de criptomoedas Bitci, que era responsável pela criação do BFT (Brazilian Football Team), fan token da Seleção Brasileira que teria rendido R$ 90 milhões no seu lançamento.

Em maio, a CBF admitiu publicamente em nota para a reportagem do Infomoney que tomou um calote da Bitci. A reportagem apurou com fontes próximas ao acordo que as dívidas são de cerca de R$ 38 milhões por ano, sendo que o acordo foi anunciado em 2021 e encerrado no final de 2022.

Palmeiras

O Palmeiras afirma que tem contrato com a Socios para emissão do utility token “$VERDAO”, que oferece aos detentores acesso a benefícios, produtos e serviços exclusivos.

Publicidade

“Para exemplificarmos, os titulares e detentores do fan token $VERDAO
podem participar de pesquisas a respeito de itens diversos derivados das
atividades do clube, assim como também ficam elegíveis para participarem de
eventos exclusivos promovidos pelo PALMEIRAS, entre outras experiências”, afirma o clube.

Grêmio

O Grêmio informou que tem contrato com o Banco BTG e sua plataforma cripto, a Mynt, para “estruturação, emissão e comercialização de fan tokens para acesso a bens e serviços relacionadoa ao clube”.

Vasco da Gama

O Vasco apontou que sua divisão de futebol foi comprada por uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF) e que todos os pedidos para esclarecimentos devem ser enviados essa nova empresa que foi constituída e não para o clube.

Fluminense

O Fluminense ressaltou que firmou contrato com a Socios no dia 11 de fevereiro de 2022, com vigência até 31 de dezembro de 2025. O objetivo do acordo é “a geração e comercialização de fan tokens do Clube, que permite que seus torcedores se engajem com o Clube através de atividades de baseadas em recompensas”.

Publicidade

Santos

O Santos enviou um resumo do contrato que assinou com cinco empresas: Binance (emissão de NFTs do clube), Mercado Bitcoin (emissão de tokens que dão direitos aos proprietários de receber em caso de venda de atletas formados no clube), Futser (direitos de imagens dos atletas), Block4 (venda de NFTS) e Metabase (venda de NFTs).

Google

O Google reafirmou sua política que está em vigor desde junho de 2018 de não permitir anúncios “para veiculação de anúncios sobre qualquer forma de detenção, negociação e custódia de criptoativos”.

A justificativa é que “a preocupação com a natureza complexa e em constante evolução dos regulamentos associados a criptomoedas, produtos e serviços relacionados”.

Polícia Civil de SP

A Polícia Civil de São Paulo enviou detalhes sobre a investigação da pirâmide financeira MSK Invest. Porém, os documentos não estão disponíveis ao público, apenas aos deputados, para respeitar o segredo de Justilça decretado sobre o tema.