O ator Cauã Reymond procurou a justiça para impedir que a Atlas Quantum use sua imagem, pedindo ainda uma indenização de R$ 50 mil por danos morais. A extinta corretora contratou o ator e a humorista Tatá Werneck em 2018 para promover seu negócio de arbitragem com criptomoedas, o que no ano seguinte se revelou não passar de um esquema de pirâmide financeira.
Com a promessa de pagar rendimentos de 5% ao mês com arbitragem de Bitcoin, a Atlas Quantum ruiu com o “sumiço” de 15 mil bitcoins dos investidores (R$ 2,6 bilhões na cotação atual).
Segundo Fábia Oliveira, colunista do portal de notícias Metrópoles que teve acesso aos autos do processo aberto no final de setembro deste ano, o ator pede à justiça que a Atlas seja impedida de utilizar o material publicitário feito com ele na época, bem como lhe pague uma indenização por danos morais no valor de R$ 50 mil.
Conforme argumenta no processo, o ator teria cedido sua voz e imagem para a publicidade dentro de prazos e condições fixadas para a campanha chamada “Bitcoins”. Na época, o ator chegou a fazer um evento ao vivo para TV e Internet com a atriz Tatá Werneck.
De acordo com a publicação, Cauã teria citado no processo que quando fechou contrato com a Atlas Quantum, a empresa tinha boa fama no meio de atuação. Porém, o trabalho teria abalado a sua imagem após a Atlas ter sido desmascarada como uma pirâmide financeira.
Outro ponto, diz Fábia Oliveira, é que o próprio contrato tinha uma cláusula que dizia que se a campanha publicitária acabasse sendo inidônea, os contratados poderiam agir legalmente, já que não tinham responsabilidade sobre o conteúdo da campanha.
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Em 2018, o ator foi contratado por Rodrigo Marques, o fundador da Atlas Quantum atualmente desaparecido, para participar de comerciais da corretora e também de um talk show que foi transmitido ao vivo na TV Globo e na Internet, ação que supostamente teria distribuído R$ 1,5 milhão em bitcoins.
Cauã Reymond na CPI das Pirâmides
A ação de Cauã ocorre cerca de um mês após o ator ser convocado a comparecer na CPI das Pirâmides Financeiras, o que não aconteceu.
Como a Atlas Quantum foi alvo de investigação da CPI, os parlamentares quiseram ouvir os atores que promoveram o negócio e abriram requerimentos para suas convocações.
No entanto, o Supremo Tribunal Federal emitiu um habeas corpus em favor do ator, o que impediu que a CPI das Pirâmides pegasse seu depoimento como investigado no caso Atlas Quantum. Já os criadores da empresa sequer foram encontrados para receber a notificação de convocação.
A ausência, tanto de Cauã quanto de Werneck, irritou o presidente da CPI, Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), que apontou a “irresponsabilidade” e a “falta de caráter” dos atores em promover um esquema que causou a ruína de milhares de famílias brasileiras.
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