Caixas eletrônicos de bitcoin podem estar facilitando tráfico sexual, afirma novo relatório

Agência do governo dos EUA afirma que falta de localização exata do caixa e facilidade no anomimato tem produzido muitos riscos
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A Secretaria de Contabilidade do Governo dos Estados Unidos (ou GOA, na sigla em inglês) publicou um relatório, detalhando como criptomoedas (e quiosques cripto) podem ser usadas para facilitar o tráfico humano e de drogas.

Um quiosque cripto é outro termo para os populares caixas eletrônicos de criptomoedas que estão se espalhando por todo os EUA.

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O relatório apresenta dois principais motivos pelos quais esses quiosques ou caixas eletrônicos podem estar ajudando a facilitar atividades criminosas.

“Embora operadores de quiosques devam se registrar com a FinCEN [Rede de Combate a Crimes Financeiros], não são obrigados a informar, de forma rotineira, as localizações específicas de seus quiosques”, de acordo com o relatório.

“Isso limita a capacidade de agências federais identificarem quiosques em áreas que foram designadas como alto risco para crimes financeiros e podem envolver o tráfico humano e de drogas.”

Em seguida, o relatório acrescenta que quiosques de criptomoedas “podem escolher não coletar informações sobre a identidade de um usuário”. Isso, por sua vez, fornece “certo grau de anonimidade” e torna criptomoedas “atrativas para criminosos”, afirmou GOA.

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O relatório também cita o Departamento Federal de Investigação (ou FBI), que afirmou que existe “um aumento no uso de quiosques de criptomoedas para fins ilícitos”, incluindo o tráfico humano e de drogas.

De acordo com o site Coin ATM Radar, que permite que operadores de caixas eletrônicos voluntariamente informem a localização de seus equipamentos, caixas eletrônicos cripto estão rapidamente se espalhando pelos EUA.

Em janeiro de 2017, um total de 560 estavam ativos nos EUA. Atualmente, esse número aumentou para mais de 30 mil.

Caixas eletrônicos de bitcoin nos Estados Unidos (Imagem: Coin ATM Radar)

O relatório da GOA também destacou o bitcoin como o maior culpado.

“Agências observaram que o bitcoin é a criptomoeda mais comumente na facilitação de atividades ilícitas, de acordo com autoridades de diversas agências federais que entrevistamos”, explicou o relatório.

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Entendendo quais são as preocupações da GAO

Em junho de 2021, a GAO havia informado sobre os métodos de pagamentos aceitos por plataformas envolvidas no mercado americano de sexo comercial on-line, que a GAO afirma que podem ser usados para o tráfico sexual ilegal.

“A internet possibilita um mercado on-line para o sexo comercial, que pode ser usado para promover a prostituição própria ou de outros e o tráfico sexual”, explicou a secretaria.

A GOA analisou 27 plataformas envolvidas no mercado de sexo comercial on-line, acrescentando: “Tais plataformas podem ser usadas para facilitar o tráfico sexual”.

Sua análise descobriu que 15 das plataformas aceitavam criptomoedas como forma de pagamento, dentre outras formas tradicionais de pagamentos. Três delas aceitavam apenas criptomoedas.

A GOA também entrevistou autoridades na unidade de Investigações de Segurança Nacional da Alfândega e Imigração (ICE-HSI), que afirmaram que certos “recursos de anonimização” de criptomoedas atraem traficantes sexuais.

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Tráfego de drogas e criptoativos

A GOA também descobriu que criptomoedas podem ser usadas para facilitar o tráfico de drogas – uma ligação que já foi feita muitas vezes.

De acordo com o Centro de Cibercrimes da unidade ICE-HSI (citado no relatório), estimados 80% a 90% de vendas na dark web são relacionadas a drogas ilegais e essas transações são todas transações com criptomoedas porque “outros tipos de pagamentos geralmente não são aceitos em mercados da dark web”.

O relatório citou a Avaliação Nacional de Ameaça das Drogas da Administração de Combate às Drogas, que descobriu, em 2020, que criptomoedas estavam sendo cada vez mais usadas como um meio de transferir lucros internacionalmente.

É sabido que mercados de drogas na dark web utilizam criptomoedas há anos. Grandes casos (todos citados no relatório da GAO), incluem Silk Road (2014), Alphabay (2017), Wall Street Market (2019) e Buyersclub (2020).

Segundo dados publicados pela Chainalysis em 2020, mercados da dark web ganharam mais dinheiro em 2020 do que em qualquer outro ano.

Mais recentemente, a Chainalysis descobriu que crimes relacionados a cripto atingiram um recorde de US$ 14 bilhões em 2021.

Esse número representou apenas 0,15% do volume total de criptomoedas de US$ 15,8 trilhões. No entanto, marcou a menor porcentagem de transações ilícitas da indústria na História.

*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.