“Obrigado, Satoshi. Nós lhe devemos essa”, diz um anúncio na primeira página do The Times desta quinta-feira (03). O anunciante foi a Bitcoin Mercantile Exchange (BitMEX), maior plataforma de negociação de derivativos de bitcoin do mundo.
O anúncio é seguido pela frase “Feliz 10º aniversário, Bitcoin!” e abaixo a a hash do primeiro bloco, o ‘gênese’, extraído em 03 de janeiro de 2009.
O bloco marcou também a primeira recompensa de mineração e, portanto, os primeiros 50 bitcoins, mais 16 unidades ao longo do tempo.
O fato é que há dez anos, o criador do Bitcoin, Satoshi Nakamoto, a pessoa ou grupo cuja identidade não é conhecida, coloca uma notícia sobre a crise mundial no primeiro bloco minerador da criptomoeda (#0), na mesma data e no mesmo jornal.
No Twitter a empresa também deu o parabéns e escreveu:
“O jornal Times de hoje (3 de janeiro de 2019) comemora o 10º aniversário do Bitcoin. Na primeira página está a hash do bloco 554.509”.
É inegável que a crise financeira global do início do século 21 foi um dos fatores que inspirou Nakamoto a desenvolver uma alternativa à moeda fiat, o Bitcoin.
“É muito atraente para o ponto de vista libertário se podemos explicá-lo corretamente, embora eu seja melhor com códigos do que com palavras”, disse Satoshi Nakamoto em 13 de novembro de 2008, discutindo o whitepaper Bitcoin.
Depois que o blockchain já estava funcionando, Satoshi explicou melhor através de um email:
“Você poderia dizer que as moedas são emitidas pela maioria. Elas são emitidas em uma quantidade limitada e predeterminada.
Não há ninguém para atuar como banco central ou reserva federal para ajustar a oferta monetária à medida que a população de usuários cresce.
Isso exigiria que uma parte confiável determinasse o valor, porque eu não conheço uma maneira de o software saber o valor real das coisas.
Se houvesse alguma forma inteligente, ou se quiséssemos confiar em alguém para administrar ativamente o suprimento de dinheiro para fixá-lo em algo, as regras poderiam ter sido programadas para isso.
Nesse sentido, é mais típico de um metal precioso. Em vez do fornecimento mudar para manter o valor igual, a produção é predeterminada e o valor é alterado.
À medida que o número de usuários aumenta, o valor por moeda aumenta. Tem o potencial para um ciclo de feedback positivo; à medida que os usuários aumentam, o valor aumenta, o que pode atrair mais usuários para aproveitar o valor crescente”.
Moeda deflacionária
O Bitcoin tem sido tanto adotado quanto rejeitado por vários economistas — conservadores ou não. De qualquer maneira, o Bitcoin certamente se encaixa no modelo de uma moeda deflacionária e resolve vários dos problemas dos bancos centrais e moedas fiduciárias.
No entanto, há teses de que Satoshi estivesse apenas usando um meio para provar a data em que o blockchain foi realmente fundado. Existe algum grau de especulação sobre tudo isso.
De qualquer forma, ninguém poderia prever que o experimento Bitcoin teria se transformado em um mercado de bilhões de dólares em apenas 10 anos.
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