Bitcoin e ouro podem se beneficiar de crescente tensão geopolítica, diz JPMorgan

Tensão geopolítica e aproximação das eleições nos EUA podem impulsionar o que os analistas chamam de “comércio de desvalorização”
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A tensão geopolítica e a aproximação das eleições presidenciais nos Estados Unidos podem impulsionar o que os analistas chamam de “comércio de desvalorização” (“debasement trade” é a expressão em inglês), beneficiando ativos como o Bitcoin (BTC) e o ouro, de acordo com um relatório do JPMorgan divulgado na quarta-feira (2).

O conceito de “debasement trade” refere-se à estratégia de investimento baseada na expectativa de desvalorização da moeda fiduciária, geralmente causada por políticas fiscais expansionistas, aumento da dívida pública ou medidas que elevam a inflação. Nesses cenários, os investidores buscam proteger seu capital adquirindo ativos mais “sólidos”, que tendem a manter ou aumentar seu valor, e Bitcoin e ouro entram nesse segmento.

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Segundo a equipe de analistas do banco, liderada por Nikolaos Panigirtzoglou, uma eventual vitória de Donald Trump poderia favorecer ainda mais esse cenário.

“Uma vitória de Trump em particular, além de apoiar o Bitcoin do ponto de vista regulatório, provavelmente reforçaria o ‘comércio de desvalorização’ tanto via tarifas (tensões geopolíticas) quanto via uma política fiscal expansionista (desvalorização da dívida)”, escreveram os analistas, conforme aponta reportagem do portal CoinDesk.

Porém, os números de 2016, quando Trump se elegeu, mostram que o dólar se valorizou: nos seis meses após a vitória do republicano, os rendimentos dos títulos do Tesouro de cinco anos subiram 1%, o Índice do Dólar (DXY) aumentou 8%, e as ações dos EUA superaram o desempenho médio em 6%, com os bancos liderando o índice S&P 500 em 15%.

Bitcoin pode ser refúgio em tensões extremas?

A tensão geopolítica tem sido apontada por diversos analistas como catalisador para altas do Bitcoin. Em setembro, a BlackRock divulgou um estudo mostrando que o Bitcoin teve altas de dois dígitos 60 dias após eventos de impacto global. Os dados mostram que a criptomoedas se saiu melhor em todos os episódios do que o ouro e o S&P 500.

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Foram incluídos no estudo a tensão entre Irã e Estados Unidos (3 de janeiro de 2020), o estouro da pandemia do covid-19 (11 de março de 2020), a eleição presidencial dos Estados Unidos (3 de novembro de 2020), a invasão da Rússia pela Ucrânia (24 de fevereiro de 2022), a crise dos bancos nos Estados Unidos (9 de março de 2023) e desvalorização da moeda japonesa para níveis historicamente baixos (5 de agosto de 2024).

A ideia do Bitcoin se fortalecer em momentos de crise global foi também apontada em um estudo da firma de análises ETC Group em julho de 2024. O levantamento reforça a ideia de que o Bitcoin tende a atuar como um ativo de proteção em momentos de risco geopolítico.

A análise incluiu os 20 maiores eventos de risco geopolítico desde 2010, constatando que, em média, o Bitcoin registrou valorizações significativas até 50 dias após esses eventos.

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