O Bitcoin (BTC) atingiu os US$ 65 mil na manhã desta quarta-feira (20) e superou a antiga marca histórica de US$ 64.800 alcançada seis meses atrás. Em reais, o recorde de preço de R$ 376 mil ainda não foi quebrado — o bitcoin é negociado por volta de R$ 362 mil no Brasil, segundo o Índice do Portal do Bitcoin.
O impulso final que a criptomoeda mais importante do mundo precisava para renovar sua máxima histórica veio com o lançamento do primeiro ETF vinculado ao bitcoin dos Estados Unidos.
Por volta do meio-dia de terça-feira (19), os investidores começaram a negociar na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) o ETF de futuros de bitcoin da ProShares.
O evento é um marco de grande importância para o bitcoin já que por mais de oito anos, empresas do setor lutavam para lançar um produto deste estilo no mercado, sempre recebendo o “não” da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC).
Com o amadurecimento do bitcoin que em fevereiro superou pela primeira vez um valor de mercado de US$ 1 trilhão, finalmente os reguladores permitiram a estreia do ETF cripto, mas não sem certa resistência.
Ao longo do ano, a SEC derrubou ETFs que expunham os investidores de forma direta ao bitcoin, até que em agosto, o presidente da SEC, Gary Gensler, sinalizou que o órgão aprovaria um ETF baseado nos futuros do bitcoin — um produto que representa contratos futuros de BTC negociados na CME.
Assim a porteira foi aberta e a expectativa é que mais ETFs de futuros de bitcoin devam chegar nos próximos dias, começando pelo produto da Invesco sendo lançado já nesta quarta (20). Na próxima semana, os ETFs da VanEck e da Valkyrie também poderão estar disponíveis para negociação.
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China, a grande vilã do bitcoin em 2021
A última vez que o bitcoin atingiu uma cotação superior aos US$ 64 mil foi em abril, mês em que a Coinbase se tornou a primeira exchange de criptomoedas a ser listada na Nasdaq.
Até o início de maio, o ativo conseguiu manter uma cotação alta, mas naquele mesmo mês, o bitcoin enfrentaria uma forte correção, provocada em um primeiro momento por declarações negativas do bilionário Elon Musk, que criticava o impacto ambiental da criptomoeda e, posteriormente, pelo aumento da repressão do governo chinês à indústria cripto.
A China passou a proibir a mineração de bitcoin em províncias importantes para a atividade e, pelo fato do país asiático concentrar até então o maior número de mineradores do mundo, a rede do bitcoin precisou de tempo para voltar a se estabelecer à medida que um número significativo de minadores estavam com suas máquinas desligadas, deixando a China em busca de um novo território para basear suas operações.
Todo o FUD que se instaurou no mercado derrubou o preço do bitcoin e o ativo não teve tempo de se recuperar até o governo chinês iniciar uma nova onda de repressão em setembro, determinando desta vez ilegal qualquer ação direta ou indireta que facilitasse a negociação de criptomoedas no país.
Embora a China tenha sido a principal vilã do bitcoin nos últimos meses, agora o mercado da criptomoeda se prova resiliente, com detentores de longo prazo que não se abalam e continuam firmes segurando seus ativos.
Os fundamentos sólidos do bitcoin também garantem que a recuperação dos preços não demore para acontecer após uma manchete negativa atingir o mercado. Conforme mostrou um levantamento da exchange Kraken, o bitcoin historicamente valoriza cerca de 53% três meses após vir à tona as notícias de FUD da China.