Imagem da matéria: Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH) despencam com alta da inflação nos EUA
(Foto: Shutterstock)

A inflação nos EUA aumentou novamente em maio após ter desacelerado em abril, o que pode ter tido um impacto negativo no mercado de criptomoedas que já estava sofrendo com a rígida política monetária do Federal Reserve.

O Índice de Preço do Consumidor dos EUA (CPI, na sigla em inglês) aumentou 8,6% durante 12 meses até maio, que foi o maior aumento nesse intervalo de tempo desde dezembro de 1981, conforme revelou o Escritório de Estatística do Trabalho (BLS) nesta sexta-feira (10).

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Os maiores ganhos mensais do CPI, um índice que rastreia as movimentações de preço entre uma variedade de bens e serviços, vieram de moradia, alimentação e gasolina. Após despencar em abril, o índice de energia subiu 3,9% na comparação mensal.

O índice de eletricidade aumentou 1,3% em maio, indicando que o preço da energia aumentou 12% no último ano — o que irá aumentar o preço da mineração de criptomoedas nos EUA, país que lidera o setor.

“Um custo mais alto de energia tornará a mineração mais cara e menos rentável”, disse Jason Schenker, economista-chefe no Prestige Economics. “Em relação a cripto como um todo, se você ver pessoas indo para ativos mais defensivos, não é algo que acho que vá favorecer cripto também.”

Se o Fed ficar mais agressivo em aumentar as taxas de juros, isso pode persuadir investidores institucionais a saírem do mercado de criptomoedas conforme buscam investimentos menos voláteis, como tesouros e títulos. Uma liquidação seria ruim para o preço de grande parte dos ativos digitais.

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Queda do mercado cripto

O mercado cripto sofreu uma queda no mesmo momento da publicação do relatório do BLS nesta sexta-feira. O bitcoin (BTC) caiu 3,8% e o Ethereum (ETH) despencou 6,5% nas últimas 24 horas, de acordo com o CoinMarketCap.

Outras criptomoedas foram mais afetadas, incluindo Solana (SOL), Avalanche (AVAX) e Cardano (ADA), que perderam mais de 8%, 10% e 9%, respectivamente, no último dia.

“Já vimos o investimento institucional desacelerar e é provável que a tendência continue”, afirmou Lucas Outumuro, líder de pesquisa do IntoTheBlock, empresa de ciência de dados especialista em mercados cripto.

“O bitcoin não tem sido uma proteção eficaz contra a inflação até agora como muitos pensavam, o que foi uma das principais narrativas que o impulsionaram no ano passado. Porém, a atual ação de preço mostra que o bitcoin está caindo menos que o Nasdaq e o S&P, então, se essa tendência continuar, instituições podem reavaliar sua opinião.”

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A inflação está forçando famílias a serem mais conscientes sobre a forma como gastam seu dinheiro e isso impacta principalmente aqueles com menor renda e que gastam grande parte de seu orçamento em necessidades, como comida e aluguel.

Menores orçamentos têm um efeito de queda na demanda por ativos digitais.

O Fed está andando na corda bamba à medida que aumenta as taxas de juros, encarecendo empréstimos em uma tentativa de esfriar os gastos de consumidores e a economia. Se aumentarem demais as taxas de juros, a economia pode entrar em recessão, e o relatório mais recente lhes dá menos tempo para pensar no que fazer a seguir.

Juros mais altos também impossibilitam que empresas se expandam, o que gera um enorme impacto no crescimento de empresas de tecnologia.

O preço do bitcoin está cada vez mais correlacionado com empresas de tecnologia de Wall Street e negociadas em bolsa, segundo um relatório publicado em abril pelo Arcane Research. Esse padrão continua em junho, de acordo com dados da empresa de análise blockchain Chainalysis.

*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

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