Bitcoin “belisca” US$ 30 mil com medo de novas falências de bancos nos EUA

Especialistas dizem que reporte com péssimos dados do First Republic Bank fazem o Bitcoin surgir como espécie de “porto seguro” para investimentos
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Foto: Shutterstock

Após alguns dias de perdas e fraquezas, o Bitcoin (BTC) apresenta alta de 9,3% nesta quarta-feira (26), no momento da redação desta reportagem. A criptomoeda é cotada a US$ 29.852 por volta das 11h15 desta quarta-feira (26) e já beliscou os US$ 30 mil, segundo o Coingecko

Com isso, o BTC está perto de zerar todas as suas perdas desde que atingiu um pico de 30.838 no dia 14 de abril e aí passou a cair, chegando perto dos US$ 26 mil. 

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Os especialistas consultados pelo Portal do Bitcoin afirmam que a alta se deve muito como um reforço da tese do BTC ser um “porto seguro” em meio às quebradeiras bancárias nos EUA.

Isso porque na segunda-feira (24) o First Republic Bank, dos Estados Unidos, divulgou que teve uma corrida de saques de US$ 100 bilhões em março e que seu lucro caiu 33% no primeiro trimestre de 2023 – agora a empresa já anunciou corte de 25% dos funcionários e entrou no modo sobrevivência, reacendendo temores após os fechamentos de bancos no início do anos nos EUA. 

“Não podemos nunca esquecer que o Bitcoin nasceu justamente para resolver o ‘risco de crédito’ que o sistema financeiro legado oferece à sociedade”, Alexandre Vasarhelyi, fundador da BLP Crypt, ao Portal do Bitcoin. 

Luiz Pedro de Oliveira Andrade, especialista em criptoativos da Nord Research, também aponta que a alta do BTC tem mais a ver com a tese da reserva de valor em frente ao sistema bancário do que um benefício da ações de tecnologia, que também ganharam força e com quem as criptomoedas têm mostrado forte correlação. 

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“É um fortalecimento da tese em meio a um reacendimento dessa preocupação com uma possível crise bancária nos Estados Unidos”, disse Andrade. 

Reação a um esgotamento de opções do FED 

Já Marcel Pechman, especialista em criptoativos, vê a alta do Bitcoin mais relacionada com com um esgotamento do FED (Banco Central dos EUA) de sua política de aumento de juros. 

“Não há mais clima para novos aumentos na taxa de juros nos EUA, e mesmo que inventem de subir 0.25 ponto percentual, certamente vão abrir a torneira através da recompra de títulos podres de bancos, da janela de empréstimos bancários, e recomposição de perdas do FDIC, o Fundo Garantidor de Crédito deles”, afirma.