Uma nova ação coletiva foi movida contra a Binance no Tribunal do Distrito Ocidental dos EUA, em Washington, acusando a empresa e seu fundador, Changpeng Zhao, de permitir a lavagem de dinheiro generalizada e violar as regulamentações financeiras dos EUA.
A ação, apresentada na sexta-feira (16) pelos ex-usuários da exchange, Philip Martin, Natalie Tang e Yatin Khanna, alega que as práticas negligentes de conformidade da Binance permitiram que os malfeitores usassem a plataforma para lavar criptomoedas roubadas, causando danos financeiros significativos aos usuários dos EUA.
Um representante da Binance ainda não respondeu ao pedido de comentário do Decrypt.
A queixa detalha como a Binance, sob a liderança de Zhao, supostamente operou como uma empresa de transmissão de dinheiro não licenciada, ignorando deliberadamente os requisitos de combate à lavagem de dinheiro e facilitando transações que ajudaram os criminosos a ocultar as origens de fundos ilícitos.
De acordo com os requerentes, a rápida ascensão da Binance para se tornar a maior exchange cripto do mundo foi alimentada por sua evasão deliberada das regulamentações dos EUA, que de outra forma teriam restringido seu acesso ao lucrativo mercado norte-americano.
O processo também alega que Zhao, que fundou a Binance em 2017, priorizou os lucros em detrimento da conformidade legal, criando um ambiente em que os usuários dos EUA eram incentivados a ignorar as verificações mínimas de conformidade da plataforma.
Os autores da ação alegam que a falha da Binance em implementar protocolos robustos de AML e Know Your Customer (KYC) transformou a exchange em um centro de lavagem de ativos digitais, muitas vezes roubada por meio de hacks e outras atividades ilícitas.
A nova ação coletiva acontece após uma série de ações legais contra Zhao e a Binance. Em novembro de 2023, Zhao e a Binance chegaram a um acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, onde Zhao admitiu não ter mantido um programa AML eficaz.
Como parte do acordo, a Binance concordou em pagar mais de US$ 4 bilhões em penalidades, e Zhao deixou o cargo de CEO.
Além disso, Zhao foi multado pessoalmente em US$ 50 milhões por seu papel nas violações da empresa, que incluíam a facilitação de transações com usuários em jurisdições sancionadas, como o Irã e a Coreia do Norte.
** Após a publicação, a Binance enviou a seguinte nota: “A Binance não comenta ações em andamento. Estaremos prontos para nos defender vigorosamente no tribunal, se necessário. Proteger os usuários é nossa maior prioridade, temos uma das políticas mais rígidas de combate à lavagem de dinheiro (AML) no setor de fintech e desempenhamos um papel de liderança significativo colaborando e apoiando agências globais de aplicação da lei a lidar com crimes cibernéticos e financeiros”.
*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.
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