O Banco da Inglaterra (ou BoE, na sigla em inglês, o BC do Reino Unido) novamente insistiu na regulamentação de criptomoedas, conforme o presidente da instituição afirmou, na terça-feira (12), que a “tecnologia não altera os riscos inerentes à economia e finança”.
Em uma palestra ao Alto Comissariado Britânico em Singapura, o vice-presidente do Banco da Inglaterra Jon Cunliffe disse que lições devem ser aprendidas com o “inverno cripto” — destacando a queda do bitcoin (BTC) de seu recorde de US$ 69.044,77 em novembro de 2021.
Nesta quarta-feira (13), o bitcoin está sendo negociado a US$ 19.227 — 72% distante do recorde registrado no ano passado. Quase toda criptomoeda no mercado caiu este ano conforme investidores se afastam de ativos de risco, incluindo cripto e ações, em meio a sinais de uma aprofundada recessão. Segundo Cunliffe, esta é a hora de reguladores avançarem e protegerem investidores de ainda mais prejuízos.
“Tecnologias cripto oferecem a possibilidade de inovação e melhoria significativa nas finanças”, disse ele. “Mas para ter sucesso e ser sustentável, a inovação precisa acontecer em uma estrutura onde os riscos sejam gerenciáveis: as pessoas não voam por muito tempo em aviões sem segurança.”
Cunliffe acrescentou que grande parte das criptomoedas não possui valor intrínseco e, por isso, estão “propensas ao colapso”. Ele também alertou sobre stablecoins — especificamente a UST do Terra — se tornarem instáveis.
Stablecoins são o alicerce do ecossistema de criptomoedas e estão pareadas a ativos do mundo real, como o euro ou o dólar americano, para manter um valor estável.
Mas em maio, Terra, uma popular blockchain na qual muitos investidores alocaram bilhões de dólares, entrou em um completo colapso quando sua stablecoin “perdeu a paridade” — ou parou de manter o mesmo valor que o dólar.
No início de julho, o Banco da Inglaterra pediu por normas mais rígidas para proteger o amplo sistema financeiro no futuro.
E não foi apenas o banco central que pediu por regulamentações: Na semana passada, a vice-presidente do BC dos EUA, (Federal Reserve, ou Fed), Lael Brainard, também reiterou essa necessidade, citando enormes prejuízos entre investidores cripto.
Cunliffe também acrescentou que reguladores devem agir rápido para trazer “o uso das tecnologias cripto nas finanças ao perímetro regulatório”, pois o mundo cripto veio para ficar.
“Ou em outras palavras, a lição que não devemos aprender com esse episódio [do inverno cripto] é que ‘cripto’, de alguma forma, ‘acabou’ e não precisamos mais nos preocupar [com o setor]”, explicou.
*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.
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