Pelo menos 44 bancos centrais estão considerando emitir uma ‘Moeda Digital do Banco Central’ (CBDC) em um futuro próximo, é o que diz o relatório do Fórum Econômico Mundial de Davos publicado na quarta-feira (03).
Apesar de uma CBDC (sigla em inglês para Central Bank Digital Currency) não ser considerada uma criptomoeda, que são intrinsecamente descentralizadas, para sua criação é necessário usar a tecnologia blockchain, que surgiu com o Bitcoin.
No entanto, seu conceito seria de ‘moeda digital centralizada’, onde o governo poderia emitir mais unidades caso queira, e o número de nodes também seria controlado.
De acordo com Ashley Lonnquist, líder dos estudos sobre blockchain e autora do relatório, o trabalho realizado por grupos de Davos até agora tem tido resultados bastante otimistas.
“O resumo de onde estamos agora é que os bancos centrais estão procedendo com cautela, mas altamente envolvidos em pesquisa”, disse à Coindesk.
Lonnquist contou que o estudos sobre o assunto já produziu alguns resultados mistos e alguns resultados positivos, mas que os bancos ainda precisam lidar com uma série de questões técnicas e políticas, incluindo a política monetária de um banco central.
Segundo ela, as instituições precisam garantir que seus novos sistemas funcionem conforme pretendido e se estão preservando os dados com precisão.
“Eu diria que nos próximos dois anos, sendo um pouco conservadora, eu acredito que alguns bancos centrais possam emitir uma CBDC”, disse.
Banco Central do Camboja
Para elucidar sobre os esforços de alguns países na criação de uma CBDC, o relatório cita o National Bank of Cambodia, que é o Banco Central do Camboja. De acordo com o texto, a instituição planeja incorporar a tecnologia blockchain ao seu sistema nacional de pagamentos até o final deste ano.
Como observou, Lannquist, o banco está tentando resolver a questão dos cidadãos sem conta bancária e também do próprio sistema das instituições financeiras do país que não são muito eficientes.
Muitos cambojanos usam aplicativos que não dependem de bancos. Com o novo sistema de pagamentos baseado em blockchain, Lannquist crê que possa haver uma união dos dois métodos de transferência de valor, se tornando até mesmo mais eficiente.
O relatório citou o Camboja justamente pela audácia do país — eles não pretendem experimentar o sistema em um projeto-piloto, mas sim já implementar em dez bancos de uma só vez.
“Eles estão indo diretamente ao assunto”, disse Lannquist.
Bancos já pesquisam há quatro anos
A autora disse que grande parte dos esforços do FEM para a criptoeconomia vêm do fácil acesso a informações que os bancos centrais têm oferecido, pois muitos deles pesquisam silenciosamente o setor há pelo menos quatro anos.
O papel de Davos na criptoeconomia
Lannquist disse que há um grande esforço colaborativo no fórum de Davos. Para ajudar ainda mais, eles estão conectando a comunidade técnica de blockchain aos bancos centrais.
“Realizo periodicamente webinars e reuniões presenciais com acadêmicos para conectar esses especialistas aos bancos”, disse. Ela espera poder presenciar um grande progresso nos próximos meses.
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