O Banco Central mostrou pela primeira vez imagens do plano envolvendo a criação da moeda digital brasileira. O desenho do projeto aparece em uma apresentação do presidente da instituição, Roberto Campos Neto, feita durante o 9th Latin America European Forum nesta sexta-feira (04).
Ele já havia declarado que a criação da moeda digital brasileira viria em 2022, mas o projeto ainda não constava em nenhum documento público do BC.
Campos Neto expôs em seus slides que a moeda digital depende antes de tudo do bom funcionamento do Pix e do Open banking.
Esses dois elementos é que deverão trazer simplificação no sistema de pagamentos e internacionalização nas operações financeiras. Outro ponto também importante é a conversibilidade da moeda.
Planos do Banco Central
O sistema de pagamento Pix já está em fase de homologação e deverá ser lançado em novembro deste ano. Esse arranjo aberto instituído pelo BC irá compor o ecossistema de pagamentos instantâneos brasileiro que ainda contará com os prestadores de serviços de pagamento participantes do arranjo (instituições financeiras e instituições de pagamento), conforme já foi afirmado pelo BC.
A importância do Open Banking neste ponto é primordial. De acordo com a apresentação de Campos Neto, atualmente não há uma plataforma única que ligue a pessoas as instituições bancárias.
Leia Também
Com o advento da plataforma única será possível se liquidar transações realizadas entre diferentes instituições participantes (SPI). O diretório de identificadores de contas transacionais armazenará as informações das chaves ou apelidos que servem para identificar as contas dos usuários recebedores (DICT), o que deverá tornar as operações mais seguras.
Já há um acordo entre BC e Secretaria do Tesouro Nacional (STN) para utilização desse sistema de pagamentos instantâneos. Isso irá possibilitar que os tributos sejam pagos por celular.
Banco Central e a moeda digital
Com esses pontos resolvidos, a moeda digital deverá então ser implementada. O presidente do BC afirmou que até 2022, o país deverá contar com sua própria moeda digital. Entretanto, conforme ele mesmo mencionou essa inovação é consequência da construção de elementos e enumerou o que chamou de ingredientes necessários:
“Deve-se ter um sistema de pagamentos eficiente e que seja interoperacional, um sistema aberto no qual exista competição e precisa de uma moeda que tenha credibilidade e seja conversível e internacional”.
Atualmente, já existe uma equipe dedica da pensar a implementação do projeto no país. Ela tem doze especialistas focados para a analisar os desafios para a emissão do token brasileiro.
O grupo é coordenado por Aristides Andrade Cavalcante Neto e Rafael Sarres de Almeida, ambos do Departamento de Tecnologia da Informação (Deinf).
O objetivo, segundo o Banco Central, será de propor um modelo adequado de emissão da chamada CBDC, com identificação de riscos, incluindo a segurança cibernética, a proteção de dados e a aderência normativa e regulatória.