O avanço do mercado cripto desde a chegada do Bitcoin tem sido notável. Novas ferramentas e soluções digitais, baseadas na tecnologia blockchain, são incorporadas pelo mercado financeiro tradicional.
Nesse cenário de transformação, um novo segmento vem ganhando destaque: a tokenização de dados. Esta prática, que consiste na criação de representações digitais de ativos reais, tem o potencial de revolucionar diversas indústrias além do universo das criptomoedas.
Uma nova forma de investimento e negociação são os Ativos do Mundo Real (Real World Assets, ou RWA), que estão ganhando notoriedade no mercado de criptomoedas por sua função de representar ativos do mundo “real” (ou físico) dentro da blockchain.
Exemplos destes são empréstimos, ações, imóveis, commodities e obras de arte. Por meio dos RWA, usuários podem “tokenizar” esses ativos e levá-los para o mundo digital via blockchain. Dentro desse segmento dos ativos digitais, alguns projetos se destacam, como o TrueFi, Centrifuge e Pendle, entre outros.
Os tipos de tokens presentes no mercado cripto refletem essa diversidade de funcionalidades. Desde os tokens de utilidade, que concedem acesso a determinados ativos ou experiências, até os tokens de segurança, que representam ativos reais como ações e títulos de dívida, a variedade é ampla. Essa diversificação abre caminho para um mercado cada vez mais dinâmico e acessível.
O potencial de mercado da tokenização de ativos é extraordinário, com projeções indicando que o setor pode atingir a marca de US$ 16 trilhões nos próximos seis anos. Além de representar uma integração entre as funcionalidades das criptomoedas e o mercado financeiro tradicional, a tokenização também democratiza o acesso a serviços financeiros, antes restritos a poucos.
Com tokens, os usuários podem emprestar criptomoedas para terceiros em plataformas digitais, algo que somente bancos eram capazes de fazer, até então. O processo de tokenização permite ainda a divisão de ativos que antes eram indivisíveis.
A tokenização permite a divisão de ativos indivisíveis e até mesmo a criação de ativos digitais representando experiências únicas. Por exemplo, a venda de um imóvel tokenizado permite que várias pessoas se unam para adquirir a propriedade, democratizando o acesso ao mercado imobiliário.
Da mesma forma, os fan tokens, que têm ganhado popularidade entre os torcedores de futebol, exemplificam como os tokens podem promover o engajamento da comunidade em torno de interesses comuns.
O futuro dos tokens é promissor, especialmente com o avanço de tecnologias disruptivas como blockchain, inteligência artificial e internet das coisas. A integração dessas tecnologias permitirá o desenvolvimento de novas soluções digitais e tokens que ainda não existem, tanto no mercado cripto quanto no mercado financeiro tradicional.
À medida que a tokenização de dados continua a ganhar espaço, é fundamental que reguladores e empresas estejam atentos aos desafios e oportunidades que surgem. E a colaboração entre os setores público e privado será essencial para garantir que essa revolução digital beneficie a sociedade como um todo!
Sobre o autor
Ricardo Da Ros é CEO da plataforma cripto Patex.