A montadora de carros elétricos Tesla pode voltar a aceitar criptomoedas como forma de pagamento. A informação foi dada pela empresa em um relatório enviado à Comissão de Valores Mobiliários e de Câmbio dos EUA (SEC) sobre os ganhos e movimentações do terceiro trimestre de 2021.
No documento, a companhia de Elon Musk lembra que durante três meses, em um período que acabou em maio de 2021, aceitou bitcoin como forma de pagamento de alguns produtos. “Nós podemos no futuro recomeçar a prática de transacionar em criptomoedas pelos nossos produtos e serviços”, afirma.
Ainda no mesmo relatório, a empresa reafirma a importância com que vê as criptomoedas: “Nós acreditamos no potencial de longo prazo de ativos digitais, tanto como investimento como alternativa líquida para o dinheiro vivo”, diz.
A Tesla mostrou que entre o primeiro dia de 2021 e 30 de setembro, comprou e recebeu US$1.5 bilhão de bitcoin. “Em 30 de setembro de 2021 o valor contábil dos nossos ativos digitais era US$ 1.26 bilhão, o que reflete um prejuízo de US$ 101 milhões. O valor justo de mercado desses ativos digitais em 30 de setembro de 2021 era de US$ 1.83 bilhão”.
Além disso, a empresa ressalta que teve prejuízos de US$ 101 milhões com a reserva de bitcoin que mantém, mas que ganhou US$ 128 milhões com venda de BTC.
Tesla, Elon Musk e criptomoedas
Ao longo do ano, Elon Musk, o CEO da Tesla, tem sido um presente aliado das criptomoedas no Twitter. Às vezes, ele impulsiona a dogecoin (DOGE) e, no dia 8 de fevereiro, a Tesla anunciou que havia investido exatamente US$ 1,5 bilhão em bitcoin.
Em junho, Musk disse que a Tesla iria retomar a permissão de transações de Bitcoin se e quando houvesse “confirmação de uso razoável (50%) de energia limpa por mineradores no futuro.”
O anúncio em maio de que a empresa iria parar de aceitar bitcoin como forma de pagamento destacou essa questão do gasto energético.
“Tesla suspendeu a compra de veículos usando bitcoin. Estamos preocupados com o rápido crescimento do uso de combustível fóssil pela mineração e transações de bitcoin, especialmente carvão, que tem a pior emissão entre os combustíveis. Criptomoeda é uma boa ideia em muitos aspectos e acreditamos ter um futuro promissor, mas não pode vir ao custo do meio ambiente. Tesla não vai vender nenhum bitcoin e pretendemos usa-los para transações assim que a mineração usar mais energia sustentável. Também estamos procurando por outras criptomoedas que usem menos de 1% da energia/transação bitcoin”