Depois de o bitcoin bater a máxima de R$ 292,1 mil na manhã desta sexta-feira (19) no Brasil, o valor de mercado da criptomoeda chegou a R$ 5,44 trilhões, ultrapassando o market cap da Bovespa, que é R$ 5,31 trilhões.
Em resumo, isso significa que o total investido em BTC superou em 2,45% o valor de mercado de todas as 363 empresas listadas na Bolsa de Valores brasileira.
Para Renato Breia, sócio-fundador da Nord Reserach, o cenário mostra o quanto o mercado brasileiro é pequeno em relação aos outros do mundo. “O valor de mercado de muitas empresas dos Estados Unidos, por exemplo, é maior do que a bolsa brasileira inteira”, disse.
O market cap da Microsoft, segundo o portal Asset Dash, é US$ 1,8 trilhão (9,7 trilhões), quase duas vezes maior que o da Bovespa. Já o valor de mercado da Apple é de US$ 2,1 trilhões (R$ 14 trilhões), montante três vezes superior ao da Bolsa.
Bitcoin está mais maduro, diz especialista
Sobre a valorização do bitcoin, Breia falou que o ativo digital, lançado no início de 2009, está mais maduro do que no passado. “O bitcoin saiu do mercado de pessoa física, de entusiastas da moeda, e foi para o mercado que é mais institucional”.
De 2020 para cá, a criptomoeda ganhou o portfólio de investidores do mercado tradicional e o coração de grandes players. Só a companhia bussiness inteligence MicroStrategy, que foi uma das primeiras a apostar em BTC, tem 71.709 bitcoins e pretende investir mais US$ 1 bilhão.
As gigantes de pagamento PayPal, Mastercad e Visa também estão apostando no mercado de criptomoedas. Bancos tradicionais, a exemplo do BNY Mellon, considerado o mais antigo do continente americano, também planejam oferecer custódias de criptomoedas.
Crescimento do mercado
Daniel Coquieri, fundador da exchange BitcoinTrade, disse que o bitcoin é global e já era esperado que um dia ficaria maior do que a Bovespa, que é local. “É algo natural”.
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Ainda de acordo com ele, esse crescimento do mercado do BTC e das criptomoedas é um indicativo de que o setor deve crescer ainda mais.
“O fortalecimento das empresas do setor e a entrada de companhias do mercado tradicional, como Visa e Mastercard, mostram que estamos em um momento de consolidação e preparação para uma nova onda que vai ser ainda maior do que essa que estamos vendo hoje”, falou.
Comparação entre Bolsa e criptomoedas é saudável, diz economista
O CEO do Alter, Vinicius Frias, disse que vê o cenário como algo simbólico, mas de pouco efeito prático. “A bolsa brasileira não é um bom comparativo com o bitcoin, já que o ativo é negociado globalmente e ainda com muito pouca participação dos brasileiros. O potencial do BTC é muito maior do que nossa bolsa nacional”.
Já o economista Charles Mendlowicz, do canal Economista Sincero, disse que é saudável para o mercado de criptomoedas ser comparado com o mercado tradicional.
“Durante muitos anos havia a ideia de que ou você investia em ativos tradicionais ou em criptomoedas. Agora você começa a perceber existe quase que uma junção entre os mercados, sem nenhum atrito. Inclusive recebi recentemente um relatório do Banco Inter falando sobre bitcoin”, falou.
Na semana passada, o Banco Inter e a gestora de ativos Vitreo DTVM fizeram uma parceria para oferecer fundos expostos a criptomoedas.