Imagem da matéria: Por que o bitcoin caiu quase R$ 30 mil em tão pouco tempo
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Entre a segunda-feira (18) e a terça-feira (19), o bitcoin chegou a ser negociado acima dos R$ 194 mil no Brasil, segundo o Índice do Preço do Bitcoin (IPB). De lá para cá, no entanto, a criptomoeda derreteu e, na quinta-feira (22), perdeu 15% do valor registrado no início da semana, caindo para R$ 165 mil. Em dólar, o cenário foi o mesmo.

Especialistas e investidores de criptomoedas atribuem a desvalorização a diversos fatores. O trader e colunista do Portal do Bitcoin, Marcel Pechman, por exemplo, disse que parte da queda ocorreu porque investidores de peso começaram a liquidar suas posições futuras.

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“Os market makers e os arbitradores perceberam que o mercado estava com alavancagem em excesso na compra e que, junto a isso, o valor total dos contratos futuros em aberto havia atingido a máxima histórica de US$ 13,1 bilhões. Os tubarões sentiram o cheiro de sangue e atacaram, causando uma onda de liquidações forçadas de US$ 1,2 bilhão”, disse Pechman.

O peso das notícias negativas

Outro fator que influenciou a queda da criptomoeda, segundo o analista, foi o medo no mercado (FUD, sigla em inglês para medo, incerteza e dúvida), causado por diversas notícias negativas. Uma delas, de acordo com o trader, é o imbróglio jurídico entre a empresa Tether e a Procuradoria Geral de Nova York.

Em resumo, existe uma teoria de que uma possível “quebra” da Tether poderia influenciar o preço do bitcoin, visto que boa parte dos BTCs negociados nas exchanges são adquiridos por meio de USDT, stablecoin criada pela empresa.

Pechman acredita que, apesar do buzz negativo, o problema entre a Tether a Justiça dos Estados Unidos não tem influência direta no bitcoin:

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“O USDT é utilizado por arbitradores para mover dinheiro entre exchanges de forma mais rápida e prática, por pessoas/empresas que fazem remessas internacionais (que antes eram feitas via BTC ou XRP) e por traders que querem sair de criptomoedas por um tempo, mas manter dinheiro nas exchanges. Se alguém vai perder dinheiro nessa história (entre a Tether e a Procuradoria), é esse povo que está segurando USDT. O bitcoin não tem muito a ver com essa história”.

Um falso gasto duplo

Um terceiro fator que ajudou a gerar pânico no mercado, segundo Andreas Antonopoulos, um dos especialistas em criptomoedas mais respeitados do mundo, foi a suposta falha na blockchain do bitcoin, divulgada na quarta-feira (20) pela exchange Bitmex.

Em resumo, a corretora publicou que a rede foi alvo de um possível gasto duplo (“double spending“, em inglês), um tipo de golpe que ocorre quando um usuário consegue gastar as mesmas criptomoedas em mais de uma transação. Caso fosse verdade, seria uma falha enorme e poderia comprometer todo o sistema da moeda.

Em uma sequência de tweets, Antonopoulos afirmou que a falha não existiu e que veículos interpretaram de forma incorreta o fato, que seria comum na blockchain.

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“Apenas uma transação ocorreu. Houve o acréscimo de apenas um entre os dois blocos na cadeia e uma das transações na blockchain. A blockchain barrou o gasto duplo. Ela se reorganizou”, disse. “Esse é o Bitcoin funcionando exatamente como especificado há 12 anos pelo Satoshi“, explicou.


Jason Lau, COO da exchange OKCoin, também criticou a cobertura midiática sobre o falso gasto duplo. “A manchete da mídia sobre o gasto duplo certamente assustou os investidores, mas é um mal-entendido de como a rede Bitcoin opera. Neste caso, ocorreu uma reorganização da cadeia de um bloco, o que é uma ocorrência bastante comum ”, disse ao CoinDesk.

Na manhã desta sexta-feira (22), o bitcoin começou a recuperar as perdas e é negociada acima dos R$ 180 mil nas exchanges brasileiras, segundo o Índice de Preço do Bitcoin (IPC). Já de acordo com o CoinMarketCap, a moeda é cotada acima dos US$ 33 mil em corretoras internacionais.

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