Imagem da matéria: CVM multa G44 em R$ 750 mil por manter oferta irregular de investimentos após stop order
Saleem Zaheer e Joselita Escobar, responsáveis pela G44. (Foto: Reprodução/YouTube)

Por unanimidade, o colegiado da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) condenou nesta terça-feira (9) a G44 Brasil e seus sócios a pagarem multas que somam R$ 750 mil pela oferta de investimentos mobiliários sem autorização da autarquia.

A punição veio em resultado de um PAS (Processo Administrativo Sancionador) da CVM contra a empresa, liderada pelo português de origem paquistanesa Saleem Ahmed Zaheer e a brasileira Joselita Escobar.

Publicidade

O processo surgiu em meio à continuidade das operações da G44 após o “Stop Order” emitido pela própria CVM contra a companhia, em março de 2018, por ofertar investimentos mobiliários sem autorização da autarquia.

O relator do processo na CVM, Gustavo Gonzalez, rebateu todos os argumentos apresentados nos autos pela G44, que questionou os documentos que embasaram a punição anterior da autarquia. Também apontou que a empresa fez mudanças em seu contrato social logo após a punição de 2018, mas manteve a oferta irregular de investimentos.

“Penso que tal estratagema tinha por intuito gerar uma aparência de regularidade na atuação da empresa, buscando mitigar eventuais incertezas por parte dos potenciais investidores quanto à
segurança dos contratos de investimento coletivo oferecidos”, afirmou Gonzalez em seu voto.

Em conclusão, o relator votou pela condenação da empresa e de seus dois sócios, no valor de R$ 250 mil cada — totalizando R$ 750 mil. O parecer foi acolhido por unanimidade pelos demais integrantes do colegiado.

Publicidade

O final do voto do relator sinaliza ainda para mais apuros contra a empresa de Zaheer e Escobar. “Proponho que o resultado desse julgamento seja comunicado ao Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria da República no Distrito Federal, nos termos da Lei Complementar nº 105/2001, dada a existência de indícios de crime de ação penal pública”.

Ascensão e queda da G44 Brasil

Sediada em Taguatinga (DF), a G44 opera no Brasil desde 2017. Ela se define como uma “holding empresarial que faz gestão de empresas do segmento de tecnologia em criptomoedas, mineração de pedras e metais preciosos e prestação de serviços”.

Os ganhos prometidos a seus investidores despertaram a atenção tanto da Polícia Civil quanto do Ministério Público, que passaram a investigar a G44.

Em novembro de 2019, poucos dias após uma luxuosa festa que marcou o aniversário de dois anos de funcionamento, a G44 admitiu problemas de liquidez para realizar todos os pagamentos. Ao todo são cerca de 10 mil pessoas afetadas.

Publicidade

A saída anunciada à época pela G44 foi a realização de um distrato, a ser cumprido em 90 dias. O prazo expirou no final de fevereiro e os investidores seguiram sem ver a cor do dinheiro investido.

Promessas de acordos

Nos meses seguintes, uma nova série de promessas quebradas por parte dos líderes. Zaheer chegou a sugerir um prazo de cinco anos para quitar dívidas, mediante um acordo. No entanto, condicionou essa possibilidade à retirada dos processos movidos pelas vítimas na Justiça na tentativa de reaver o dinheiro.

Zaheer também criticou as reportagens publicadas na mídia sobre a situação da empresa. De forma vaga, disse que iria reagir contra o que chamou de “fake news”.

“Quando chegar a hora, vão ter que explicar. Tudo o que se faz se paga aqui. Não vai ter só defesa, vai ter ataque também”.

A oferta de um acordo em troca da retirada do processo é um procedimento que já foi adotado no passado recente por outras empresas acusadas de pirâmide financeira.

Publicidade

Unick Forex, BWA e Bitcoin Banco são casos conhecidos de empresas que propuseram acordos para pagamentos de dívidas. No entanto, mesmo nos casos nos quais houve assinatura, os pagamentos não aconteceram e milhares de pessoas ficaram no prejuízo.


BitcoinTrade: Negocie criptomoedas com segurança e agilidade!

Cadastre-se agora! Eleita a melhor corretora do Brasil. 95% dos depósitos aprovados em menos de 1 hora! Acesse: bitcointrade.com.br

VOCÊ PODE GOSTAR
Imagem da matéria: Justiça nega pedido de liberdade para PM acusado de vender armas ao "Faraó do Bitcoin"

Justiça nega pedido de liberdade para PM acusado de vender armas ao “Faraó do Bitcoin”

Réu é acusado de ser responsável pela segurança do criador da GAS Consultoria e vender armas para a organização criminosa
Imagem da matéria: Brasileiros importam recorde de R$ 8,6 bilhões em criptomoedas em março

Brasileiros importam recorde de R$ 8,6 bilhões em criptomoedas em março

Como resultado da alta em março, o acumulado do 1º trimestre de importação de criptoativos ficou em US$ 4,69 bilhões, 118% acima de 2023
Marcos Pasquim promove Mineradora Manah

Manah: Mineradora de ouro promovida por galãs da Globo é acusada de dar calote em investidores

Promovida por Márcio Garcia e Marcos Pasquim, a Mineradora Manah prometia pagar 3% ao mês aos investidores, mas agora está sendo acusada de calote no Reclame Aqui e nas redes sociais
Imagem da matéria: Brasileiro perde R$ 100 mil ao acreditar que ganharia lucro de 87% em duas horas com criptomoedas 

Brasileiro perde R$ 100 mil ao acreditar que ganharia lucro de 87% em duas horas com criptomoedas 

O golpe envolve várias empresas de fachada e foi divulgado por uma falsa influenciadora digital de finanças