Imagem da matéria: Clientes da Genbit e da Credminer invadem Instagram de corretora para pedir listagem de TPK e LQX
Foto: Shutterstock

Uma legião de pessoas defendeu os tokens sem valor criados pela Genbit e Credminer em uma invasão a uma enquete feita no Instagram pela corretora brasileira BitcoinTrade na segunda-feira (30).

A empresa usou a rede social para perguntar aos quase 9 mil seguidores qual criptomoeda eles gostariam de ver listada na plataforma. O post teve um recorde de engajamento com mais 700 likes e 1500 comentários.

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De longe, o maior número de comentários foi para pedir a listagem da LQX, uma criptomoeda que a Credminer, supostamente uma empresa de mineração de bitcoin, impôs aos clientes após dar calote em milhares de pessoas.

No momento, os comentários no Instagram estão fechados e não podem ser mais visualizados; porém, a enquete no Facebook segue aberta e lá também predomina os pedidos por LQX.

Outra parte dos comentários pedia a listagem da TPK, token criado pela Genbit, sobre a qual também recaem várias acusações de ser um esquema de pirâmide financeira. De maneira similar, a empresa criada por Nivaldo Gonzaga do Santos também obrigou os clientes a aceitar uma criptomoeda depois de deixar de fazer os pagamentos em reais.

A BitcoinTrade esclareceu à reportagem que o post nas redes sociais foi apenas uma consulta informal. Segundo Daniel Coquieri, sócio da exchange, é possível que consultas sejam feitas em breve junto aos clientes para definir a listagem de futuras criptomoedas.

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LQX e a antiga Credminer

A suposta mineradora Credminer passou por uma complexa e controversa mudança em seu modelo de negócio, incluindo nome e endereço.

A empresa alegou uma série de dificuldades em obter novos bitcoins por meio da mineração, entraves legais no Brasil e pressão de bancos e da mídia para a mudança em seu modelo de negócio. Os próprios responsáveis pela Credminer admitem que a antiga empresa acabou, e que a mudança era necessária para assegurar os investimentos realizados até então.

Outro elemento dessa mudança foi a ascensão da LQX, para a qual foi convertido o saldo em bitcoin dos clientes da antiga Credminer. Quando lançada foi imposta uma cotação na casa dos R$ 4. Esse valor, entretanto, foi caindo drasticamente nas semanas seguintes.

De acordo com a CointradeCX, a única corretora a comercializar LQX, a criptomoeda está cotada em R$ 0,13 nesta teça-feira (31). A outra corretora seria a Liquidex, mas ela é da própria Credminer.

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A enquete da BitcoinTrade foi compartilhada em diversos grupos de investidores que possuem a LQX.

Os responsáveis pela atual We! negam qualquer acusação de que o negócio seja um esquema fraudulento. Também afirmam que a LQX é fruto de um longo processo de desenvolvimento.

Genbit e a TPK

TPK (ou Treep Token) foi o nome da solução sugerida pela Genbit em novembro de 2019 para dar uma satisfação a seus investidores em meio a meses de atrasos nos pagamentos e de promessas não cumpridas.

A história se repetiu. Saldos em reais e em bitcoins de clientes foram convertidos em TPK de forma unilateral pela Genbit. A premissa também era de aguardar uma hipotética valorização do ativo para recuperação do investimento.

Por ações como essa e outras, a Genbit é alvo de investigações da Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo. Não há informações sobre o paradeiro dos responsáveis pela empresa.

A estratégia de criar uma criptomoeda para pagar investidores não é nova e já foi usada por outras empresas no passado que mostraram postura nefasta, como Minerworld e Unick Forex.

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