“O PostalCap é um produto vergonhoso. Talvez um dos piores do setor financeiro. Sua pior característica é mirar pessoas simples, pobres”, disse o empresário Antônio Rocha, após comprar e verificar como funcionava o produto da BrasilCap oferecido nos Correios. Sua experiência foi compartilhada em um artigo publicado no Linkedin.
De acordo com os Correios, o PostalCap — título de capitalização da instituição lançado em 2015 — é vendido por R$ 14 e promete sorteios de R$ 70 reais na hora da compra, além de prêmios semanais de R$ 7 mil e especiais de R$ 70 mil.
No entanto, quando Rocha — que é vice-presidente na Red Ventures Brasil e cofundador das startups IQ e Azulis —, analisou o produto a fundo, concluiu que pode ser o pior negócio financeiro do Brasil.
De acordo com o empresário, que atua como vice-presidente de uma empresa de serviços digitais, ele comprou um PostalCap a ‘título’ de curiosidade. A compra aconteceu espontaneamente quando ele estava em uma agência dos Correios para fazer uma postagem.
Segundo Rocha, o que motivou sua compra foi um cartaz do produto que dizia: “Com apenas R$ 14 você pode realizar seus sonhos. Compre aqui”.
Motivado por uma “curiosidade mórbida”, Rocha sentiu que tinha que comprar um PostalCap.
“Engoli a vergonha e, ao final do meu atendimento falei — meio baixinho — para o atendente: amigo, queria também levar um PostalCap”, escreveu.
Conforme relatou, logo de cara amargou a primeira decepção: o prêmio ‘instantâneo’ de R$ 70 não saiu. Ele então foi buscar entender melhor como funcionava o PostalCap. “A lista de absurdos é longa”, disse.
De acordo com ele, o primeiro problema detectado foi a falta de informação — o título tem validade de 12 meses, mas o recibo não informa quando o dinheiro estará disponível.
Mas o problema maior nem foi isso, foi uma informação que não condiz com uma característica própria de títulos de capitalização, ou seja, capitalizar, fazer render o valor aplicado.
Como funciona o título dos Correios
“Este título restituirá ao final de sua vigência valor inferior ao total dos pagamentos efetuados”, reproduziu Rocha o que diz no recibo.
Ao conhecer mais a fundo o produto emitido pela BrasilCap, Rocha soube então o quão ruim era o PostalCap. Após 12 meses ele receberia de volta apenas metade do valor aplicado, corrigido pela Taxa Referencial brasileira (TR), que atualmente é zero.
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“Metade do dinheiro. Sem qualquer capitalização”, ressaltou.
Outro ponto é a participação nos sorteios que, na verdade, o título só torna o portador apto a concorrer a quatro sorteios de R$ 7 mil e a um de R$ 70 mil, que é no último mês de vigência. “Daqui a 11 meses!”, disse.
Pegadinha dos Correios
“Existem produtos financeiros RUINS… Existem produtos financeiros MUITO RUINS… E existe o POSTALCAP dos Correios”, definiu.
Outra questão apontada pelo empresário é uma espécie de ‘pegadinha’. Após a compra do título, o portador tem que aguardar dois dias para realizar um cadastro para então ficar qualificado.
“Quantas pessoas vão se esquecer de fazer o cadastro, ou não vão conseguir, e simplesmente deixarão o dinheiro na mesa? Quantos irão perder os prêmios por não terem feito o cadastro? Quantos vão esquecer de resgatar o título após um ano?”, questionou.
Empresas ficam com a metade
Conforme analisou, apenas 5.6% da arrecadação total do título é destinada aos sorteios. “Outros 50% voltam para as pessoas, e os 44% restantes ficam de lucro para os Correios e seu parceiro BrasilCap”, explicou.
Rocha então concluiu:
“Você paga R$ 14 hoje e pode resgatar R$ 7 depois de um ano. ‘Parabéns’ aos Correios por mais esse presente para os Brasileiros (sqn). Logo os Correios, uma empresa pública cujo objetivo é prestar um bom serviço ao cidadão”.
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