Imagem da matéria: Empresa de investimentos do Ceará dá calote de R$ 10 milhões depois de queda da JJ Invest
Foto: Shutterstock

Uma empresa de investimento irregular chamada Miner teve um prejuízo de R$ 10 milhões somente no estado do Ceará e prejudicou dezenas de pessoas. A Miner disse que foi vítima da JJ Invest, cujo dono está foragido, e que devolveria apenas 25% dos valores, segundo o Diário do Nordeste.

“O prejuízo decorrente do golpe sofrido pela Miner foi dividido igualmente entre todos, inclusive os sócios ostensivos, que também foram prejudicados”, diz a matéria d’O Globo. De acordo com o jornal, a empresa não forneceu evidências de que investia na JJ Invest.

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Problemas na empresa do Ceará

A Miner gerenciava cerca de R$ 120 milhões de mais de mil investidores em todo o Brasil. Conforme a empresa, houve erros estratégicos e eles acabaram sendo vítimas de um golpe perpetrado pela JJ Invest.

“Os ativos tiveram variação negativa de 75,27% por conta de um golpe perpetrado contra a Miner pela JJ Invest, que lesou milhares de investidores no Brasil. Uma ação judicial é movida pela Miner na Justiça do Rio de Janeiro contra a JJ Invest para recuperar os valores e repassá-los aos cotistas”, escreveu a emrpesa.

Miner Investimentos e JJ Invest

No início do ano, Jaimovick fez inúmeras aparições em redes sociais explicando a falta de pagamento dos associados da JJ Invest e logo depois desapareceu.

Ele deixou um prejuízo estimado em R$ 170 milhões. A JJ Invest chamou a atenção de famosos e até chegou a patrocinar o time carioca Vasco da Gama.

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Já os sócios Renee Silva e Geraldo Vieira e um representante em Fortaleza, Fabrício Brandão, apresentavam a Miner como um corretora de investimentos. No entanto, nem eles nem a JJ Investy tinha autorização para administrar carteiras de valores mobiliários.

Por isso, tanto a empresa como os sócios, foram notificados pela Comissão de Valores Mobiliários.

Na visão dos investidores, o grupo teria planejado um golpe — um dos argumentos é que a Miner demorou sete dias para comunicar a proibição da CVM a seus clientes, diz a reportagem.

Atraindo clientes

“O discurso era lindo, tanto que muita gente acreditou e ainda convidou amigos e familiares”, disse uma investidora que teria aplicado mais de R$ 20 mil na Miner Investimentos.

Segundo ela, os representantes da Miner asseguravam que nunca investiam tudo no mercado de ações e que não corriam riscos desnecessários. Os rendimentos, contudo, viriam pela proporção de todos os aportes do cliente. Eles prometiam 2% ao mês.

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Risco de fuga

Ainda segundo o Diário do Nordeste, uma outra publicação diz que a Miner enviou um email aos clientes onde citaram alguns riscos que poderiam resultar no desaparecimento dos recursos, como oscilações bruscas do mercado ou até mesmo suas fugas.

No entanto, segundo eles, falar em fugir com o dinheiro foi dito em “tom jocoso”.

CVM não comenta

“A CVM não comenta casos específicos. Não obstante, conforme é possível verificar no Cadastro Geral da CVM, a referida empresa não possui registro para atuar como participante do mercado de valores mobiliários regulado por esta Autarquia”, disse a CVM ao jornal O Globo, acrescentando que há um processo administrativo em curso.

Contraponto da Miner Investimento

A Miner Investimento enviou uma nota em resposta aos acontecimentos:

“A Miner encerrou as atividades no último dia 5 de agosto depois de recomendação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O órgão federal mudou o entendimento que permitia que sociedades de cotas em participação como a Miner pudessem atuar em negócios no mercado de valores. Desde este acordo de ajuste com a CVM, que transcorreu sem autuações, os sócios participantes têm recebido os valores de seus saldos, calculados pela variação dos ativos em que os recursos estavam aplicados, de acordo com os contratos de adesão celebrados com cada cotista.

Ocorre que os ativos tiveram variação negativa de 75,27% por conta de um golpe perpetrado contra a Miner pela JJ Invest, que lesou milhares de investidores no Brasil. Uma ação judicial é movida pela Miner na Justiça do Rio de Janeiro contra a JJ Invest para recuperar os valores (processo nº 0190522-15.2019.8.19.0001) e repassá-los aos cotistas. Enquanto isso não ocorre, os recursos disponíveis — relativos a 24,73% dos ativos — estão sendo repassados às contas dos cotistas da Miner.

Cabe lembrar que todos os cerca de 1.100 sócios já receberam em igual proporção. E que o prejuízo decorrente do golpe sofrido pela Miner foi dividido igualmente entre todos, inclusive os sócios ostensivos, que também foram prejudicados.

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A intenção da Miner é e sempre foi de honrar os compromissos.

É importante frisar que, desde sua criação, a Miner informava aos seus cotistas que os investimentos da SCP eram de alto risco, sujeitos a oscilações bruscas e a prejuízos. Comunicados e o site da empresa alertavam para que os investidores não destinassem mais do que 20% do seu patrimônio à SCP, que aplicavam os recursos em ativos negociados na Bolsa de Valores (B3). Os próprios contratos eram claros quanto à modalidade de risco dos investimentos — como aliás é alertado por qualquer corretora de valores para investimentos em ações, opções ou mercados de derivativos.

Os diretores da Miner mantêm a empresa aberta, em plantão, para atender os sócios e fornecerem as explicações necessárias. Lamentam as perdas, mas permanecem à frente do negócio até que todas as pendências sejam resolvidas.”


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