Imagem da matéria: O fracasso das criptomoedas do Corinthians, do Atlético Paranaense e do Ronaldinho Gaúcho
(Foto: Shutterstock)

O mercado do futebol movimenta uma grande quantia de dinheiro. Era de se esperar que as empresas focadas em blockchain e criptomoedas também tentassem “tokenizar” esse território. 2018 foi o ano para essas parcerias com Corinthians, Atlético Mineiro e Paranaense e até mesmo com o Ronaldinho Gaúcho.

Há muitos projetos envolvidos, alguns como parcerias mais distantes e outros com envolvimento direto dos times. Veja abaixo como andam alguns dos principais projetos que ainda se mantiveram de pé, mesmo com a baixa no mercado.

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RSC

RSC é o token da NEO apoiado diretamente pelo jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho. O projeto também possui outros inúmeros apoiadores grandes. O token tem um caráter mais universal em ajudar o futebol sem necessariamente pertencer a algum clube. A RSC possui inúmeras vias de contato e um Telegram onde você pode sanar suas dúvidas a qualquer momento.

O twitter parece ser o ambiente onde mais atualizam, há tweets semanais que basicamente fazem publicidade da moeda. A venda dos tokens está acontecendo nesse momento e há um contador no site que avisa que a mesma permanecerá por mais 72 dias. A venda está rolando por smart contract, mas não é transparente, pois há pouca informação técnica disponível.

Há uma certa confusão no site que afirma ter parado as vendas no dia 25 de agosto, enquanto no Twitter há um aviso fixado dizendo que as vendas ocorreriam entre os dias 1 e 21 de novembro. No entanto, como dito no parágrafo acima, a moeda “está sendo vendida atualmente”.

Contudo, ao criar uma conta para realizar a compra há um aviso informando que ela não pode ser feita. O que se sabe é que as moedas foram vendidas em alguma data, pois há usuários que compraram, além de ter acontecido um air drop que entregava 50 moedas.

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Parece haver um desencontro de informações entre a equipe de desenvolvimento e os responsáveis pela comunicação, o que acaba tornando o projeto bastante confuso e desorganizado. Havia também um WhitePaper no site, que por algum motivo foi removido, mas pode ser lido por outro site que o hospedou.

O Roadmap presente no WhitePaper afirmava que ainda em 2018 a RSCoin estaria sendo negociada em exchanges, mas estamos em 2019 e nada aconteceu. Nesse momento, deveríamos já estar vendo a plataforma de e-commerce e a academia Ronaldinho.

Corinthians e Atlético Paranaense

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A Ivi Token é a moeda criada pela inoovi limited, sediada em Hong Kong. Foi primeiramente apoiado pelo Atlético-PR e depois pelo Corinthians. O Santos também foi convocado, mas recusou a oferta.

A empresa foi criada por Fernand Danan, que é do ramo da aviação. Essa distância entre as áreas pode explicar o amadorismo do projeto. O Guia do Bitcoin fez uma investigação a respeito e constatou muitas falhas. A equipe da moeda entrou em contato com o site para que removessem a matéria, mas a mesma continua lá.

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A UOL Esportes entrou em contato com os times, que também não tinham muitas informações a respeito. O site do Ivi Token mostra inúmeros atletas apoiadores.

Uma investigação levantada pelo UOL constatou que pelo menos um dos atletas apoiadores confirmou participação e garantiu que os outros atletas informados também estão apoiando a Ivi. No entanto, o mesmo atleta também não possuía muitas informações sólidas. Não há, porém, mais nenhuma menção ao projeto no site do Corinthians.

As críticas são levantadas devido o design amador do site, da má tradução e do caráter publicitário sobre o funcionamento dentro dos clubes, que claramente ferem as leis que esses times devem seguir.

Uma dessas irregularidades é a alegação de que o pagamento dos atletas será feito com o token visando evitar os impostos. Há também a falta de informação técnica, pois no White Paper só existe publicidade e sensacionalismo. Sem falar do fato curioso de usarem fotos falsas para representar a equipe da moeda.

A compra de tokens já está acontecendo, mas o ambiente parece pouco seguro e desorganizado. Um serviço bem implementado já devia estar em funcionamento tendo em vista o apoio de grandes times.

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A sensação que passa é que não existe nada técnico feito, que estão tentando juntar dinheiro para depois tentarem colocar em pratica o que pretendem. O projeto parece ter nascido morto. A própria página dos tokens na Ethereum tem comentários alertando o possível Scam, além dos elogios parecerem fantasiosos.

A Ivi alega ter emitido 10 bilhões de tokens e está vendendo cada um a 2 dólares, isso já a colocaria na segunda colocação de maior capitalização do mercado, perdendo somente para o Bitcoin.

Com quase 300 dias de projeto, só há o registro de 295 transações, a venda direta deve se traduzir em um número menor ainda. A equipe também prometia um bônus de desconto em um site, mas o site está atualmente offline.

Atualmente a equipe parece estar focada em vender chaveiros, pois há um spam diário de anúncios em seu Instagram e twitter a respeito disso. A UOL entrou em contato em julho de 2018 com o dono do projeto e o mesmo alega que estão planejando abrir um escritório em São Paulo. Talvez seja uma boa esperar essa ação antes de pensar em se envolver com esse projeto.

GaloCoin e Leãocoin

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Esse é o projeto mais recente, pertence ao clube do Atlético Mineiro. É provavelmente um dos mais simples, mas também o mais funcional. É bem diferente do token do Corinthians. A venda está acontecendo e cada moeda custa 1 real. Os usuários já podem fazer compras no próprio site.

Estão à venda produtos esportivos, ingressos e cartões com créditos para a Uber. Parece funcionar tudo muito bem e há uma parceria com a footcoin e com o banco Kipstone que permite a utilização de um cartão de credito da Mastercard.

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O white paper ainda não foi postado, mas nesse caso não é muito necessário, pois parece um token simples com funcionalidades básicas. O projeto visa facilitar o apoio dos torcedores a seus times. O sistema foi criado pela Footcoin, empresa que também oferece um serviço igual para o clube Fortaleza (Leãocoin).

A kipstone também oferece suporte às duas moedas e a KMTcoin. Esse é provavelmente um sistema que os outros clubes irão aderir, pois parece bem suportado por suas equipes de desenvolvimento e apresenta funcionalidades simples para quem quer ajudar seu time do coração.

Socios

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Socios é a plataforma responsável pelo token ChiliZ (CHZ). Foi fundada pelo francês Alexandre Dreyfus. Os times europeus Paris Saint-German e Juventus já anunciaram participação no projeto. A empresa está sediada em Malta e foi financiada pela Binance e pela chinesa FGB Capital.

A Socios pretende suportar inúmeros outros times no futuro, funcionando de forma semelhante aos projetos da Footcoin relatados acima, mas com um foco diferente. Socios pretende criar uma plataforma que estabeleça um contato mais próximo entre os fãs e seus clubes.

Os fãs poderão escolher uniformes, música no dia dos jogos, times para amistosos e outras coisas semelhantes, usando um sistema de votação onde suas moedas contarão como pontos. 

O desenvolvimento está em andamento, na primeira semana de 2019 a empresa estava em busca de um desenvolvedor para iOS. Em uma entrevista cedida ao Analysis In Chains, em 17 de janeiro de 2019, Alexandre disse que irá anunciar novos times nas próximas semanas e que pretende suportar os 10 melhores times da Europa.

A Socios não se limitará ao futebol e pretende fechar parcerias com times de e-sports e de vários outros esportes convencionais.

No momento a equipe está voltada para fechar parcerias com grandes equipes e só pretende lançar o projeto oficialmente quando tiver esses grandes nomes em seu portfólio.


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