Imagem da matéria: Dono do 2GO Bank é preso em operação de combate à evasão de divisas com criptomoedas
Cyllas Elia, CEO do 2GO Bank (Foto: Divulgação)

O dono do 2GO Bank e ex-policial civil (afastado em 2022), Cyllas Elia, foi preso em São Paulo na terça-feira (26) durante a Operação Dólar Tai-pan, deflagrada pela Polícia Federal e a Receita Federal.

A operação mirava uma quadrilha especializada em lavagem de dinheiro responsável pela evasão de mais de R$ 5 bilhões para o exterior. Um dos métodos usados pelo grupo era o uso de criptomoedas.

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O 2GO Bank, empresa alvo da operação, se definia como um neobank especializado em liquidação de ativos digitais. O dono da empresa foi citado na delação de Antonio Vinicius Gritzbach, criminoso assassinado no aeroporto de Guarulhos no dia 8 de novembro, segundo informações do Jornal Vanguarda da Globo.

Outro preso na operação foi o capitão da Polícia Militar de São Paulo, Diogo Costa Cangerana, membro do 13º Batalhão da PM. Segundo reportagem do portal G1, Cangerana é suspeito de ser responsável por captar clientes para a lavagem de dinheiro e evasão de divisas, além de oferecer estrutura para o esquema.

A investigação da PF aponta que a quadrilha gerou um prejuízo de R$ 2 bilhões aos cofres públicos. Além de lavagem de dinheiro, os suspeitos são acusados de sonegação de tributos internos, interposição fraudulenta de pessoas e crimes contra o Sistema Financeiro Nacional.

Ao todo foram expedidos 16 mandados de prisão preventiva, com 13 prisões sendo efetuadas. Um suspeito em Fortaleza e dois no exterior não foram encontrados. Além das prisões, foram cumpridos 38 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Guarulhos, Campinas, Brasília, Vila Velha, Feira de Santana, Fortaleza, Foz do Iguaçu e Florianópolis.

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Dinheiro vindo de pirâmides

Durante as investigações, a PF constatou que foram feitas milhares de operações financeiras por pessoas físicas e jurídicas, direcionadas a remessas não autorizadas de capitais para o exterior, em especial para China, Estados Unidos, Canadá, Colômbia e Paraguai.

As operações envolvem a movimentação de moeda no estrangeiro por meio do processo conhecido como dólar-cabo, além de câmbio de moeda em território nacional, uso de empresas de fachada, operações de importações fictícias e direcionamento de capital para empresa que comercializa criptoativos.

Os trabalhos investigativos realizados apontaram que valores movimentados para o exterior são provenientes de pirâmides financeiras, descaminho, contrabando, tráfico de drogas e ocultação de recursos oriundos de caixa 2 de pessoas jurídicas que contrataram o sistema ilícito de envio de recursos ao exterior.

Os doleiros clandestinos investigados atuam em três áreas de prestação de serviços ilícitos:  venda de moeda estrangeira em espécie, sem autorização do Bacen; na disponibilização de recursos no exterior em moeda estrangeira; e na troca de valores em moeda nacional.

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Uma importante origem dos recursos ilícitos utilizadas pelos doleiros é o comércio popular de produtos contrabandeados ou frutos de descaminho, principalmente em São Paulo, em decorrência de fartas transações em espécie. Criminosos constituem empresas de fachada (“laranjas”) e usam seus dados para abertura de contas bancárias, disponibilizando senhas para que os doleiros passem a ter livre movimentação dos recursos.

Estes acabam funcionando como instituições financeiras, que também atendem empresas em atividades lícitas, mesclando valores ilícitos dentro de suas movimentações financeiras, disponibilizando para seus clientes valores em espécie ou criptoativos no exterior.

Participam da operação aproximadamente 80 auditores-fiscais e analistas-tributários da Receita Federal e 200 policiais federais.

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