pilha de criptomoedas da solana SOL
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Desde o ano passado, umas das criptomoedas que mais tem chamado atenção é a Solana (SOL), que fechou 2023 com ganhos de mais de 900% entre novidades puxadas não só pelo interesse positivo pelo projeto, mas também com diversos airdrops de sucesso e o lançamento de algumas memecoins que bombaram.

Mas mesmo com todo esse sucesso, a Solana enfrenta constantemente problemas de queda de funcionamento, sendo o mais recente no dia 6 de fevereiro, quando ficou 5 horas sem processar operações. No total, em menos de quatro anos, o projeto já passou por 11 paradas.

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E ainda que esse tipo de situação traga insegurança e dúvidas para ela, o mercado segue otimista com suas propostas, principalmente por conta de sua estrutura mais rápida e de baixo custo, sendo hoje uma das criptomoedas que mais concorrem com o Ethereum (ETH). Mas será que a Solana tem futuro mesmo com esses problemas?

O que é a Solana

Criada em 2017 por Anatoly Yakovenko e Raj Gokal, a Solana foi lançada no mercado apenas em 2020, com todo seu desenvolvimento sendo feito pela Solana Labs.

Com uma blockchain programável e de código aberto, ela possui suporte a contratos inteligentes, sendo assim uma rede versátil, com suporte para criação de tokens, NFTs, dapps, entre outras funcionalidades.

Sua blockchain usa o conceito de Proof-of-Stake (PoS), em que o token SOL em staking permite a mineração da criptomoeda. Porém, aqui existe um grande diferencial, que é o uso de um segundo mecanismo, o Proo-of-History (PoH).

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O PoH exige que todos os participantes da rede analisem a validade das transações e concordem com um único histórico de acontecimentos. Nesse modelo, a blockchain é dividida em períodos de tempo em que “líderes” cuidam de cada slot e seu encadeamento de blocos.

“A Solana é uma rede extremamente otimizada. Ela foi criada já com diversas ideias e tecnologias, fazendo com que o seu software use ao máximo todo o hardware que tiver disponível para ele dentro dos validadores”, explica Rony Szuster, analista do Mercado Bitcoin.

Por conta disso, a Solana exige que os seus validadores tenham um hardware mais potente do que a média das criptomoedas, com alta capacidade de memória SSD e memória RAM.

E por conta desses processos e da exigência de mais potência que a rede dela consegue ser muito mais rápida, garantindo também uma melhor escalabilidade do projeto. Além disso, a Solana consegue processar mais transações por segundo, garantindo como consequência um custo mais baixo para o processamento de cada transação.

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“Todas essas otimizações são possíveis principalmente por causa do Proof of History”, avalia Szuster.

Solana é melhor que Bitcoin e Ethereum?

Atualmente a Solana é a quinta maior criptomoeda do mundo em valor de mercado, com cerca de US$ 46 bilhões em capitalização, mas com todos os pontos positivos citados acima, há quem questione se ela já não teria força para superar as duas maiores: Bitcoin (BTC) e o Ethereum (ETH).

Sua proposta se equipara muito mais com a do Ethereum por conta do suporte a contratos inteligentes e tudo que é possível com essa estrutura, mas com operações mais rápidas garantidas pelo PoH, já que seus validadores não precisam esperar o preenchimento de um bloco inteiro de transações para continuar com o encadeamento de blocos.

Para se ter uma ideia, a Solana permite cerca de 65 mil transações por segundo e seus custos de transação são de menos de US$ 0,01 por transação. Já o Ethereum, está buscando chegar nas 100 mil transações por segundo em novas atualizações, mas seus custos ainda são muito variáveis e atualmente estão na casa de US$ 6 por transação.

Porém, nem tudo são flores para a Solana, sendo uma das principais críticas contra a rede o seu potencial de ser mais centralizada do que a média. Isso por conta da necessidade de ter validadores com hardwares mais potentes, o que faz com que nem todo mundo possa participar desse processo.

“Não é que ela [Solana] seja centralizada, mas não é qualquer um que tenha um computador qualquer em casa que vai conseguir rodar um nó. Tem que ter um mínimo de planejamento ou pelo menos ter alguma máquina muito boa desde o início para você ser um validador da Solana e isso limita a descentralização”, explica o analista do MB.

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Por que a rede Solana cai tanto?

Se por um lado a estrutura da Solana permite que ela seja mais rápida, a complexidade gerada nesse cenário facilita o que talvez seja seu “calcanhar de Aquiles”: as sucessivas paralisações e quedas da rede.

E parte desse problema está a forma da arquitetura escolhida pelos desenvolvedores, chamada de monolítica. Nesse modelo, o sistema da rede é único, ou seja, não está dividido em partes menores e roda todo em um único processo.

Segundo Szuster, esse formato é muito mais complexo e sua manutenção é mais trabalhosa do que em um código modular. Enquanto no formato modular é possível retirar partes do código para fazer mudanças sem causar um problema para o código total, quando a estrutura é monolítica isso é mais difícil. “Qualquer coisa que você mexe dentro do código, você pode acabar alterando sem querer algum outro componente desse programa”, explica.

“Então, a Solana, por ter essa arquitetura e por ser totalmente otimizada, às vezes, quando vai ter algum tipo de atualização, ela fica um pouco mais frágil e ela acaba eventualmente caindo”, diz o analista.

Além disso, por ser uma rede que processa grandes quantidades de transações com um custo baixo, também se torna atrativa para agentes mal intencionados tentarem aplicar golpes.

Em 2021, por exemplo, a Solana sofreu ataques do tipo DDoS, que ocorrem quando há um acesso massivo a um endereço, sobrecarregando o sistema. No ano seguinte, a rede voltou a ter problemas com novos ataques e mesmo que entre 2023 e 2024 ela tenha ficado quase um ano sem cair, essa situação ainda não foi totalmente resolvida.

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Por que os analistas seguem otimistas com a Solana?

Mesmo com tantas paralisações de rede nos últimos anos, a Solana ainda é muito bem vista no mercado, dado que recentemente muitos projetos ainda escolhem sua blockchain para serem lançados. Esse cenário resultou na recente onda de airdrops e memecoins que fizeram sucesso no segundo semestre de 2023.

Além de correções ao longo do tempo, analistas acreditam no potencial de crescimento da Solana. Em outubro passado, a gestora VanEck publicou um relatório apontando que a Solana poderia atingir US$ 3.211 até 2030, o que representa uma valorização de cerca de 10.000%.

Os analistas ainda avaliam a possibilidade dela se tornar a primeira blockchain a acomodar aplicações com mais de 100 milhões de usuários.

Vale destacar que a Solana passou por um duro teste no fim de 2022 com a quebra da FTX, já que a exchange era uma das principais apoiadoras do projeto. Mas mesmo com a falência da empresa liderada por Sam Bankman-Fried, a Solana conseguiu se reerguer e hoje já é vista novamente com bons olhos no mercado.

Recentemente, a Coinext, em seu relatório de destaques para 2024, também colocou a Solana, destacando que sua rede “visa escalabilidade e baixa latência, tornando-se uma escolha popular para desenvolvedores e investidores em busca de eficiência e capacidade”.

Nos últimos dias, o token SOL voltou a ganhar força e superar a marca de US$ 100 com investidores se preparando para um possível movimento mais forte de alta. Nas redes sociais, um trader bastante seguido no mercado, chamado Wick, destacou que o gráfico do token está formando um padrão semelhante ao visto em outubro e dezembro, antes das recentes disparadas do ativo.

Por fim, Szuster, do MB, lembra que além de airdrops e memecoins, a Solana tem um foco muito forte no segmento mobile, o que nem Ethereum nem nenhuma outra grande plataforma faz.

“Eu acho que isso é uma perspectiva boa para o futuro da Solana, caso de novo não tenha esse problema de queda e não tenha outro tipo de problema desse tipo”, afirma.

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