O mais recente rali do Bitcoin (BTC), que agora está próximo dos US$ 45 mil, não só esquentou as conversas sobre até onde o preço pode ir, mas retomou um debate de meses atrás sobre os Ordinals Inscriptions. As inscrições do Ordinals permitem criar NFTs na rede do Bitcoin ao anexar dados que representam vídeos, imagens ou textos em um satoshi, a denominação mais baixa de uma unidade de Bitcoin.
No centro do debate está o grande uso de memória empregado nessas operações. Os Inscriptions resultam em mais dados inseridos em cada bloco de Bitcoin, o que por sua vez exige mais dos mineradores e acaba gerando um congestionamento na rede do Bitcoin.
Atualmente existem mais de 270 mil transações não confirmadas na blockchain, enquanto o uso de memória ultrapassou os 300 MB alocados por conta das transações de Ordinals, segundo dados do Meempool. Como resultado natural disso, ocorre um aumento nas taxas da rede.
“Os ‘Inscriptions’ estão explorando uma vulnerabilidade no Bitcoin Core para enviar spam à blockchain”, reclamou o desenvolvedor Luke Dashjr nesta quarta-feira (6) no X.
Segundo ele, o Bitcoin Core permite, desde 2013, que os usuários estabeleçam um limite para o tamanho dos dados extras nas transações que eles retransmitem ou mineram. “Ao ofuscar seus dados como código de programa, os Inscriptions contornam esse limite”, explica Dashjr.
PSA: “Inscriptions” are exploiting a vulnerability in #Bitcoin Core to spam the blockchain. Bitcoin Core has, since 2013, allowed users to set a limit on the size of extra data in transactions they relay or mine (`-datacarriersize`). By obfuscating their data as program code,…
— Luke Dashjr (@LukeDashjr) December 6, 2023
Mas nem todos estão criticando os Ordinals. Como mostra o site CoinDesk, Jason Fang, sócio-gerente e cofundador da Sora Ventures, defende que esses ativos são a evolução da blockchain do Bitcoin.
Segundo ele, o Bitcoin mantém seu consenso original com inovações construídas em cima da rede, sugerindo que a abordagem de código aberto de Satoshi Nakamoto encorajou a experimentação pelos desenvolvedores. “Os Inscriptions são imparáveis”, disse ele. “Isso dá aos mineradores mais taxas e lucros maiores”.
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Para Fang, parte das críticas que essa tecnologia recebe são de pessoas que estão descontentes com a atenção e os lucros obtidos pelos NFTs do Bitcoin e outros investimentos BRC-20, que não souberam aproveitar e ganhar com essa onda.
Para Fang, parte das críticas direcionadas a essa tecnologia vem de pessoas que não souberam aproveitar e ganhar com essa tendência, descontentes com a atenção e os lucros obtidos pelos NFTs do Bitcoin e outros investimentos BRC-20.
Ordinals
Um satoshi é a menor fração existente de Bitcoin (BTC) e um único BTC pode ser dividido em 100.000.000 satoshis. Ordinals é um sistema de identificação individual desses satoshis que foi criado em janeiro de 2023 por Casey Rodarmor, um desenvolvedor de software e entusiasta do Bitcoin.
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O sistema funciona com base na Teoria Ordinal que utiliza de “números de séries” chamados de números ordinais para identificar e rotular satoshis na ordem em que foram minerados e também na ordem que foram transferidos, por isso, o nome Ordinals.
O primeiro passo na criação do Ordinals é que os usuários baixem o Bitcoin Core e sincronizem o nó com a blockchain. Após a conclusão da sincronização, o próximo passo é criar uma carteira Ordinals e enviar alguns satoshis para a carteira para em seguida conseguir realizar o processo de “inscrição”.
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