Imagem da matéria: Fundo de criptomoedas brasileiro suspende saques após gestora ser alvo de operação da PF
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Três fundos de criptomoedas administrados pela Vortx e geridos pela Titanium Asset tiveram seus resgates suspensos na terça-feira (28) após a Titanium ser um dos alvos de uma operação da Polícia Federal.

Trata-se da operação Operação Ouranós, que investiga uma pirâmide financeira suspeita de movimentar R$ 1 bilhão em um esquema de arbitragem de criptomoedas.

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Em fato relevante divulgado na página dos fundos no portal da CVM, a Vortx esclarece que, por ordem judicial, deve proibir quaisquer resgates e liquidações de valores investidos nos fundos, até segunda ordem.

Também deve substituir o prestador do serviço de gestão da carteira dos fundos, os quais serão geridos temporariamente pela própria administradora, a Vortx, em substituição à Titanium.

A Titanium era gestora de três fundos de investimento em criptomoedas regulados pela CVM e administrados pela Vortx. Os fundos afetados pela ordem judicial são:

  • TITANIUM CRIPTO GALAXY FUNDO DE INVESTIMENTO MULTIMERCADO INVESTIMENTO NO EXTERIOR
  • TITANIUM CRIPTO ACCESS FUNDO DE INVESTIMENTO EM COTAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTO MULTIMERCADO
  • TITANIUM CRIPTO STRUCTURE FUNDO DE INVESTIMENTO MULTIMERCADO INVESTIMENTO NO EXTERIOR

No anuncio oficial, a Vórtx informou que está em contato com a Titanium para entender o que gerou o recebimento da ordem judicial e reforçou que “vai seguir desempenhando suas atividades de forma diligente e em estrita observância ao seu dever fiduciário”.

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Conforme noticiou o Valor Investe, agentes da Polícia Federal estiveram na terça-feira no escritório da Titanium Asset, localizado no edifício Pátio Victor Malzoni, na avenida Faria Lima, em São Paulo. A gestora, no entanto, nega que esteja envolvida no esquema investigado.

Procurada pelo Portal do Bitcoin para dar mais detalhes sobre a operação de ontem, a equipe da Titanium enviou a seguinte nota de esclarecimento:

“A Titanium Asset esclarece que a empresa não está envolvida e ainda não tem informações detalhadas do procedimento investigativo que motivou a operação desta manhã. A midiática operação envolveu empresas que não fazem parte do mesmo grupo econômico, com atuações distintas, todas lícitas, como será demonstrado em breve, tão logo haja acesso à investigação. A empresa é a maior interessada em esclarecer todos os pontos e não medirá esforços para colaborar com as autoridades no que for necessário.”

Operação Ouranós

No âmbito da Operação Ouranós, a Polícia Federal se mobilizou na terça (28) para cumprir 28 mandados de prisão, busca e apreensão contra 72 pessoas e empresas, acusadas de terem movimentado cerca de R$ 1 bilhão em um esquema de arbitragem de criptomoedas.

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Os mandados foram cumpridos nas cidades de Balneário Camboriú e Palhoça (SC), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR) e São Paulo (SP). Dentre as determinações da justiça, estão o bloqueio e sequestro de aproximadamente R$ 400 milhões em bens como embarcações e veículos de luxo, mais de 111 contas bancárias, além de três fundos de investimento.

Com as revelações de hoje, sabe-se que os fundos bloqueados são os geridos pela Titanium Asset.

De acordo a PF, o esquema de pirâmide consistiu, pelo menos desde 2020, em operar uma distribuidora de títulos e valores mobiliários para captar os recursos de cerca de 7 mil investidores de 17 estados brasileiros.

Por meio de uma oferta pública de Contratos de Investimento Coletivo (CIC), o dinheiro dos investidores eram supostamente aplicados em arbitragem de criptomoedas, com remunerações fixas e variáveis, sem qualquer controle, registro ou autorização dos órgãos competentes, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

“A partir dessa captação bilionária, os recursos transitaram em várias contas de passagem, de diversas empresas, por meio de blindagem patrimonial, visando esvaziar o patrimônio da instituição financeira clandestina”, diz a PF.

O órgão ressalta também que o rastreamento dos recursos ilícitos mostrou que os investigados realizaram uma “centrifugação de dinheiro”, um sistema que consiste na utilização de vários níveis em contas de passagem, com fracionamento de transferências bancárias.

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“Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e crimes contra o sistema financeiro nacional, dentre eles, fazer operar instituição financeira sem autorização, oferta irregular de valor mobiliário, exercício ilegal de assessoria de investimento”, finaliza a PF.

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