Em mais uma sessão com criptomoedas e ações caminhando em direções opostas, a sexta-feira (17) é marcada por perdas entre as maiores moedas digitais. No mercado acionário, traders voltam a comprar em meio à perspectiva de desaceleração da atividade econômica, o que pode abrir caminho para cortes de juros em 2024.
O Bitcoin mostra queda de 3% em 24 horas, cotado a US$ 36.252,48, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC recua 2,7%, para R$ 178.078,47, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) cai 4%, negociado a US$ 1.959,54.
Com exceção da Dogecoin, que ganha 4% em 24 horas, as altcoins também passam por forte correção, entre elas BNB (-3,4%), XRP (-5%), Solana (-12%), Cardano (-8,4%), TRON (-0,9%), Polygon (-9,3%), Polkadot (-6,5%), Chainlink (-9%) e Shiba Inu (-2,7%).
Nem a Avalanche (-7,6%) resiste à onda vendedora. O token havia subido mais de 20% no dia anterior e operava no azul nesta madrugada, ainda puxado por um acordo da rede Avalanche com o JPMorgan.
Bitcoin hoje
O Bitcoin chegou a cair 5% na quinta-feira (16), sendo negociado abaixo da marca de US$ 36 mil, menos de 24 horas depois de superar a marca de US$ 38 mil pela primeira vez em 18 meses, mostram dados do CoinDesk.
As liquidações de posições alavancadas em dois dias somam cerca de US$ 340 milhões, segundo cálculos da CoinGlass.
Alguns analistas veem as perdas como uma correção natural depois dos ganhos impulsionados pela expectativa de aprovação de fundos de índice (ETFs) com exposição direta a criptomoedas no mercado americano.
Na quinta, a BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, confirmou os planos de lançar um ETF de Ethereum à vista com um pedido de autorização da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC).
Mas um dado chamou a atenção dos investidores. Embora o pedido para o ETF de Bitcoin seja de junho, observadores da indústria destacaram que a BlackRock incluiu alertas sobre como a Tether — e o mercado de stablecoins em geral — poderia impactar negativamente as ambições no espaço cripto da gigante de Wall Street.
Mais uma baixa na Binance
A executiva sênior de combate ao terrorismo da Binance, Jennifer Hicks, deixou a exchange de criptomoedas, de acordo com seu perfil no LinkedIn.
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Segundo o The Block, Hicks saiu da corretora neste mês após quase dois anos na Binance. A especialista havia trabalhado anteriormente na Chainalysis e na Marinha dos EUA.
O suposto uso de criptomoedas para o financiamento do terrorismo tem dividido parlamentares nos EUA desde o início da guerra entre o grupo Hamas e Israel. Senadores americanos chegaram a pedir uma investigação sobre o papel da Binance e da Tether em transações suspeitas após uma polêmica reportagem do Wall Street Journal.
Enquanto alguns congressistas anticripto exigem que o presidente Joe Biden adote medidas para combater atividades ilícitas financiadas com moedas digitais, outros pedem que o governo americano quantifique os valores supostamente canalizados para o terrorismo.
Tether aposta em mineração de Bitcoin
A Tether, emissora da maior stablecoin do mundo, quer se tornar uma das principais mineradoras de Bitcoin, de acordo com a Bloomberg.
A empresa planeja gastar cerca de meio bilhão de dólares nos próximos seis meses, disse o novo CEO, Paolo Ardoino, em entrevista. A Tether pretende atingir o objetivo por meio da construção de suas próprias plataformas de mineração e com a aquisição de participações em outras empresas.
Segundo a reportagem, esse investimento inclui parte de uma linha de crédito de US$ 610 milhões que a Tether concedeu à mineradora de Bitcoin Northern Data neste mês, após adquirir ações da empresa com sede em Frankfurt em setembro.
Outros destaques das criptomoedas
Vários estados americanos, como Texas e Califórnia, ordenaram que a GS Partners suspenda as operações, acusando a empresa de fraudar investidores em uma série de golpes envolvendo criptoativos, incluindo partes tokenizadas de um arranha-céu de Dubai e participações em imóveis do metaverso, informou o CoinDesk.
A GS Partners é uma organização que inclui o GSB Gold Standard Bank, o Swiss Valorem Bank e o GSB Gold Standard Corporation – todos supostamente controlados por Josip Dortmund Heit. As empresas contrataram celebridades do esporte, como o ex-boxeador Floyd Mayweather Jr. e o jogador de futebol Roberto Carlos, para chamar a atenção para uma série de investimentos, disseram reguladores.
Três homens foram acusados de lavar mais de US$ 10 milhões em criptomoedas. Zhong Shi Gao, Naifeng Xu e Fei Jiang foram detidos em uma operação conjunta do escritório do FBI em Oklahoma City e do esquadrão do crime organizado asiático e africano da agência. Os supostos golpistas geravam transações e depois alegavam que não eram autorizadas, convertendo reembolsos bancários em criptomoedas.
Se forem considerados culpados, os três enfrentarão uma pena máxima de 30 anos em uma prisão federal nos EUA, de acordo com comunicado divulgado pelo Departamento de Justiça na quinta-feira (16).
A Organização Internacional das Comissões de Valores Mobiliários (IOSCO) publicou suas recomendações para regulamentar a indústria de criptoativos nesta sexta-feira (17). A IOSCO começou a estudar regras para o setor em maio, abrangendo questões como abuso de mercado, conflito de interesses, proteção de ativos de clientes, divulgações e riscos associados aos criptoativos.
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