Imagem da matéria: Manhã Cripto: Ex-parceiro do criador da FTX confessa fraude e afirma que SBF sabia de rombo de US$ 8 bilhões
O criador da FTX, Sam Bankman-Fried, testemunhando perante o Congresso americano. (Imagem: Reprodução/YouTube)

As duas maiores criptomoedas seguem estacionadas nesta sexta-feira (6) em meio a mais revelações no julgamento do fundador da FTX, enquanto traders de ações negociam com cautela à espera de dados do mercado de trabalho nos EUA. 

Alguns especialistas dizem que, diante da turbulência no mercado de renda fixa americano, alguns investidores veem o Bitcoin como um ativo de refúgio. A perspectiva de juros mais altos por mais tempo nos EUA tem impulsionado o rendimento dos títulos do Tesouro americano. E o salto da taxa do Treasury de 10 anos, que é usada como referência em vários segmentos da economia, causa nervosismo nos mercados financeiros. 

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O Bitcoin (BTC) tem leve alta de 0,3% nas últimas 24 horas, para US$ 27.747,34, segundo dados do Coingecko.   

Em reais, o BTC sobe 0,2% negociado a R$ 143.517,01, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).   

O Ethereum (ETH) opera no zero a zero, cotado a US$ 1.637,45.  

As altcoins mostram desempenho misto nesta sexta, entre elas BNB (-0,0%), XRP (-0,1%), Dogecoin (+0,3%), Cardano (+2,1%), Solana (+1,5%), Polkadot (-0,1%), Polygon (-1,1%), Shiba Inu (-0,2%) e Avalanche (+4,4%). 

Depoimento de ex-parceiro de Bankman-Fried 

Gary Wang, que fundou a FTX com Sam Bankman-Fried (SBF), disse como testemunha no julgamento do ex-magnata que, juntos, os dois cometeram uma fraude de bilhões de dólares que levou ao colapso da exchange de criptomoedas, de acordo com informações do depoimento prestado na quinta-feira (5) e compartilhadas pela Bloomberg

Wang, de 30 anos, que estudou com SBF no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), já havia se declarado culpado de fraude em dezembro passado e concordou em cooperar com as investigações contra seu “ex-amigo”. 

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Quando atuava como diretor de tecnologia da FTX, Wang disse que Bankman-Fried o orientou a alterar o código da exchange para que a Alameda Research, o braço de trading do grupo, pudesse obter uma linha de crédito de US$ 65 bilhões. 

O volume retirado foi tão alto “que a FTX não conseguiu pagar os clientes que tentaram sacar”, afirmou Wang. 

Também na quinta-feira, Adam Yedidia, outro colega de classe de SBF no MIT e que trabalhou como desenvolvedor de software na FTX, afirmou em seu depoimento que Bankman-Fried estava ciente e preocupado com um potencial rombo de US$ 8 bilhões em empréstimos à Alameda, cinco meses antes do colapso de ambas as empresas. 

Yedidia também estava preocupado na época: “Era possível que os clientes da FTX precisassem desses US$ 8 bilhões”, disse em resposta a uma pergunta da promotora Danielle Sassoon.  

Em uma conversa com Yedidia sobre os empréstimos da Alameda, Bankman-Fried teria dito: “Éramos à prova de balas no ano passado. Não somos à prova de balas este ano”. 

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À parte das informações prestadas nos depoimentos, reportagem do Wall Street Journal revelou que funcionários da FTX descobriram o chamado “backdoor” secreto da Alameda meses antes de a exchange quebrar, mas, ao questionarem o problema, o caso foi abafado. 

Credores da FTX em Portugal 

Um grupo de 60 investidores em Portugal tenta recuperar cerca de 2,7 milhões de euros (R$ 14,7 milhões) em fundos perdidos com o colapso da FTX, segundo o jornal Expresso

A associação Offchain Lisbon reuniu credores interessados numa ação conjunta à qual se juntou o escritório de advocacia Antas da Cunha ECIJA. O maior credor tem 500 mil euros a receber e a média é de 45 mil euros, destaca a reportagem. 

Credores de outros países, como o belga “Maxime”, de 32 anos, disse à Reuters que perdeu um valor de “seis dígitos” na FTX, acumulado desde 2017 com a negociação de criptos.  

Maxime, que não quis fornecer o nome completo, afirmou que, se conseguir recuperar os fundos, vai continuar investindo em cripto. Do contrário, vai desistir de apostar no setor. 

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Binance perde espaço no mercado

Em meio à baixa volatilidade e sob pressão regulatória global, inclusive no Brasil, a participação no mercado à vista da Binance caiu pelo sétimo mês consecutivo. 

A fatia no chamado mercado “spot” da maior exchange de criptomoedas caiu para 34,3% em setembro frente a 38,5% no mês anterior, segundo dados compilados pela CCData e divulgados pela Bloomberg. Em janeiro, essa parcela era de 55,2%. Em derivativos cripto, a fatia da Binance encolheu para 51,5% contra 53,5% em agosto e 62,6% em janeiro. 

No mês passado, a Binance suspendeu a promoção “taxa zero” para negociações, o que afetou o desempenho da exchange. 

As incertezas macroeconômicas também pesam sobre o mercado cripto. A Ledger, que fabrica carteiras de hardware para o armazenamento de chaves privadas, anunciou a demissão de 12% da força de trabalho. 

“Os ventos contrários macroeconômicos estão limitando nossa capacidade de gerar receita”, disse o CEO e presidente da Ledger, Pascal Gauthier, em e-mail enviado aos funcionários na quinta-feira (5). “Devemos continuar a tomar decisões para a longevidade do negócio.” 

Plataforma THORSwap em ‘manutenção’ 

A exchange THORSwap disse nesta sexta-feira (6) que precisou fazer uma pausa das negociações para “manutenção” depois que fundos associados a operações ilícitas passaram pela plataforma nos últimos dias. Os serviços de empréstimos e staking continuam funcionando. 

Em mensagem ao CoinDesk, um desenvolvedor da THORSwap disse que a equipe “se posiciona firmemente contra toda e qualquer ação criminosa”. 

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Quando a FTX entrava em colapso no final de 2022, um hacker se aproveitou da crise instaurada para invadir o sistema da exchange e roubar até R$ 3 bilhões em criptomoedas. Quase um ano depois, ele decidiu movimentar parte dos fundos roubados pela primeira vez. 

O hacker conseguiu transferir cerca de 15 mil ETH usando várias plataformas, entre elas a THORSwap, que é executada na THORChain, uma rede que permite aos usuários negociar livremente tokens entre diferentes blockchains. 

Outros destaques das criptomoedas  

No Brasil, uma Frente Parlamentar de Blockchain e Inovação (FPBI) foi proposta pelo deputado Caio Vianna (PSD-RJ), segundo o Valor Econômico. O requerimento para instalar a frente já conta com 206 assinaturas entre deputados e senadores, acima das 198 necessárias. De acordo com Vianna, a combinação de um “ambiente regulatório adequado e o devido financiamento” é essencial para a expansão e consolidação da tecnologia blockchain no país. 

E por falar em inovação, milhares de certificados que comprovam a autenticidade de cerca de US$ 275 milhões em cogumelos alucinógenos, cânhamo e kratom foram cunhados como tokens não fungíveis (NFTs) na rede Avalanche, de acordo com comunicado da startup de certificação de produtos Blockticity compartilhado pelo The Block.  

A rede social X, antigo Twitter, está testando três níveis de serviço premium, o que permitiria cobrar dos clientes valores diferentes dependendo de quantos anúncios são exibidos, informou a Bloomberg. Durante uma teleconferência com investidores na quinta-feira (5), a diretora-presidente do X, Linda Yaccarino, disse que o plano premium, que atualmente custa US$ 7,99 por mês, seria dividido nas versões “Basic”, “Standard” e “Plus” como parte da estratégia, contou uma pessoa participou da apresentação.  

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