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Foto: Shutterstock

As taxas de rede do Bitcoin superaram novas máximas de dois anos, com uma média de US$ 31,14 por transação na segunda-feira (08). Usuários passaram a buscar alternativas para mover o dinheiro e serviços de segunda camada ganharam destaque como possibilidade de economia.

Uma alternativa popular entre os usuários de BTC que vem ganhando ainda mais popularidade é a Lightning Network. Rede de segunda camada do Bitcoin que permite a um par enviar e receber satoshis (a menor unidade da moeda) através de um sistema de canais.

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E outra rede de segunda camada mais desconhecida voltou a ser recomendada por algumas figuras influentes: a Liquid Network.

Liquid Network e taxas do Bitcoin

Na segunda-feira (8), o influenciador Bitcoin conhecido apenas pelo pseudônimo O Korea, recomendou o uso da Liquid Network “para evitar pagar taxas absurdamente altas nesse momento”. A recomendação também possui alguns avisos, como o de se tratar de uma rede federada: “Ela é centralizada como uma shitcoin qualquer”.

A Liquid Network foi criada em 2015 pela Blockstream, especializada em desenvolvimento de soluções relacionadas ao Bitcoin. A empresa é de co-fundação de Adam Back, um dos pioneiros do Bitcoin.

Esta rede permite que usuários depositem BTC sob os cuidados de uma federação de 15 membros, segundo o site oficial do projeto. Em troca do depósito, o usuário recebe um token sintético do Bitcoin, chamado L-BTC.

Este token pode então ser movido na rede cujos blocos são validados pelos membros da federação. Algumas exchanges como a Bitfinex permitem o recebimento de L-BTC que pode ser negociado ou trocado por BTC novamente, mas a troca também pode ser realizada dentro da própria rede Liquid.

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“Use a Liquid caso tenha que fazer várias transações (faça uma transação grande de peg-in e várias usando a liquid), ou transações pequenas (receba várias transações usando a liquid e faça o peg-out quando tiver uma quantidade considerável).”

O Korea

Peg-in é a ação de depositar BTC em troca de L-BTC; enquanto Peg-out é a operação no sentido contrário, devolvendo L-BTC para resgate do BTC na rede principal.

Lightning Network é mais popular

O primeiro rascunho da Lightning Network (LN) foi publicado também em 2015 por Joseph Poon e Thaddeus Dryja, mas o projeto passou a ser amplamente testado apenas em 2019, após uma campanha realizada no Twitter.

Com o cenário atual de congestionamento e altas taxas na rede principal, a exchange Binance está considerando a implementação da segunda camada mais popular entre os usuários.

Diferentemente da Liquid, a Lightning não possui uma federação. Neste caso, os usuários precisam abrir canais com os pares que querem transacionar, ou abrir canais com servidores de roteamento que fazem o papel de “ponte” entre remetentes e destinatários. Também existem serviços de custódia que assumem a operação dos canais para seus usuários.

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Estes canais são carteiras compartilhadas chamadas: multisig (ou multi-assinaturas), que precisam de duas ou mais chaves-privadas para realizar transações de Bitcoin.

Ao utilizar a Lightning Network, uma quantidade de BTC é depositada nestas carteiras sob controle dos pares envolvidos e, estes pares, apenas irão alterar seus saldos internamente, sem recorrer à blockchain. Quando quiserem, eles podem encerrar o canal e enviar as moedas para sua própria carteira.

Todas as transações realizadas dentro dos canais estarão sujeitas apenas às regras e pequenas taxas da Lightning Network, mas transações de abertura e fechamento de canal são transações normais de envio de Bitcoin e terão de pagar as taxas da rede principal para serem concluídas.

No momento de redação, a Lightning Network possui uma capacidade líquida total de 5.447,83 BTC (total em Bitcoin depositado em canais para uso na rede), distribuídos entre 72.558 canais, controlados por 15.456 nós.

Dados da Lightning Network, rede de segunda camada do Bitcoin.
Fonte: mempool.space

Aproximadamente 55% desta capacidade está hospedada em servidores dedicados do Google Cloud e Amazon.com.

Taxas altas na rede do Bitcoin

Nos últimos meses, os limites de capacidade da rede de primeira camada do Bitcoin estão sendo testados, com um aumento de demanda por espaço nos blocos — resultando em valores não vistos há mais de dois anos:

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O aumento de taxas é um reflexo direto do aumento de uso da rede e da demanda por espaço nos blocos na blockchain da criptomoeda líder de mercado. É algo que pode ocorrer em momentos de alta volatilidade, com investidores movimentando seus BTCs em operações de compra e venda, ou simplesmente com mais pessoas utilizando a rede por diversos motivos.

Cada bloco do Bitcoin consegue comportar um máximo de 4 megabytes em transações e, cada transação, tem um peso diferente que pode variar de cerca de 200 bytes até mais de 1MB, dependendo do tipo e conteúdo do envio.

Para conseguir “comprar” este espaço, incentivando que algum minerador acrescente a transação no próximo bloco minerado, os usuários configuram uma taxa que será coletada pelo minerador da rodada. Quando maior a taxa, maior a probabilidade da transação ser acrescentada no próximo bloco.

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