Imagem da matéria: Jogador acusado de dar golpe em colegas do Palmeiras já visitou mansão de dono da Braiscompany 
Líder foragido da Braiscompany, Antônio Neto Ais, com Willian Bigode (Foto: Reprodução/Instagram)

O jogador de futebol Willian Bigode, acusado de arrastar para um esquema de pirâmide financeira com criptomoedas seus ex-colegas do Palmeiras, Gustavo Scarpa e Mayke Rocha, aparentemente já teve amizade com outro famoso criador de pirâmides no Brasil: Antônio Neto Ais.

Atualmente foragido da Polícia Federal junto com sua esposa Fabrícia Campos, Ais fundou a Braiscompany, uma empresa que prometia entregar altos rendimentos aos clientes por meio de “aluguel de criptoativos” — um esquema de pirâmide financeira de R$ 1,5 bilhão, derrubado pela Polícia Federal em fevereiro deste ano.

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A relação entre Ais e Bigode veio à tona por uma foto que começou a circular em perfis nas redes sociais de vítimas da Braiscompany, em que a dupla aparece posando com uma camisa do Palmeiras, ex-time do jogador, atualmente no Fluminense. 

Na imagem publicada por Antônio Neto nos stories do Instagram, ele elogia Willian Bigode e o chama de “irmão”. “Sem dúvida um craque dentro e fora do campo. Deus te abençoe irmão”, diz a legenda da imagem em que Bigode é marcado.

Líder foragido da Braiscompany, Antônio Neto Ais, com Willian Bigode (Foto: Reprodução/Instagram)

Antônio Neto é um aficionado por futebol e seu perfil no Instagram é repleto de fotos dele com jogadores conhecidos como Neymar, Messi e Ronaldinho Gaúcho. A relação com Willian Bigode, no entanto, parece um pouco mais próxima pelo lugar onde o encontro entre os dois aconteceu: na casa de Antônio Neto.

A imagem foi tirada na sala de estar da mansão que Antônio Neto tinha no bairro Morumbi, em São Paulo. O local tem uma área de 1.416 metros quadrados e a casa conta com quatro quartos, seis banheiros, piscina, sala de musculação e sala de jogos com mesa de bilhar.

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Antônio Neto Ais na sala de estar da mansão que vendeu em dezembro (Foto: Reprodução/Instagram)

Essa mesma mansão foi vendida às pressas por Antônio Neto em dezembro do ano passado, no mesmo período em que a Braiscompany parou de pagar os clientes. O imóvel foi liquidado por R$ 12,5 milhões na época, embora tivesse um preço estimado de R$ 15 milhões.

Outras coincidências nessa história é que Gabriel Nascimento, um dos sócios da Xland, a pirâmide financeira que Willian Bigode fez seus ex-colegas do Palmeiras investir, seguia Antônio Neto Ais no Instagram, conforme recordou o blog do jornalista Maurílio Júnior.

Ainda segundo o jornalista, a Xland chegou até mesmo a abrir uma filial em João Pessoa, na Paraíba, a 15 minutos de distância da sede da Braiscompany na capital.

Tensão no Palmeiras

No último domingo (12), o Fantástico exibiu uma reportagem mostrando os envolvidos em um suposto golpe de investimento em criptomoedas aplicado em jogadores do Palmeiras. O programa divulgou áudios de conversas entre Mayke e Gustavo Scarpa com os responsáveis pelo negócio — Willian “Bigode” da WLJC, Gabriel Nascimento e Jean Ribeiro da Xland. O nome de Marçal Siqueira também aparece como promotor do negócio.

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Mayke, que atua pelo time paulista, e Scarpa, ex- jogador do clube que agora atua pelo Nottingham Forest, da Inglaterra, somam juntos perdas de cerca de R$ 11 milhões no esquema. Eles processaram a WLJC e Xland na Justiça de São Paulo.

“Pelo respeito, amizade, consideração e amor que eu tenho por você, queria te dar um toque antes. Infelizmente vou ter que falar da sua empresa”, disse Scarpa a Willian, alertando sobre o processo. “É meu patrimônio quase todo. Eu não posso correr esse risco de perder”, ressaltou.

Antes, Willian já não tinha mais respostas: “Scarpinha, agora não tem nem mais questão de confiança, irmão. Questão que agora é orar. Fazer o que eu sei. Agora é esperar no senhor”, disse ele ao jogador.

Gabriel Nascimento, dono da Xland, falou com o Fantástico e prometeu resolver o problema. Ele afirmou que a empresa mantinha R$ 2 bilhões em pedras preciosas, sem exibir provas. Para o delegado Glaucius Vinicius Silva, existem indícios de que houve o crime de estelionato.

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