Sem relógios Rolex ou sapatos Louboutin mas com TikTok. Claudio Oliveira, que ficou conhecido no Brasil como o Rei do Bitcoin, foi solto da prisão por progressão de regime no dia 2 de janeiro após ficar menos de dois anos em reclusão.
A informação foi confirmada por uma pessoa que pediu para não ser identificada e que teve acesso aos sistemas internos do regime prisional do Paraná, onde Oliveira cumpria a sentença.
Pelo sistema da Justiça Federal do Paraná, contudo, ele continua preso. Não foi possível conferir sob quais condições exatamente ele foi solto. A reportagem fez uma solicitação à assessoria de imprensa da Justiça, mas não recebeu a resposta até a publicação deste texto.
Menos de dois dias após sair da prisão, o criador do Bitcoin Banco já encontrou uma jovem companheira, apareceu nos vídeos do TikTok dela e criou uma conta na rede social chinesa.
Nas imagens, Oliveira aparece em uma sequência de vários pequenos vídeos e fotos ao lado de Suellen Borges, que também possui um perfil no Instagram, embora privado.
Na descrição do vídeo do TikTok, Borges diz: “Desde que você apareceu eu perdi totalmente a pose de bandida, se é que um dia eu tive 😂 você desperta em mim o que há de melhor, obrigada por existir meu amor ♥️ #euamovocê♥️ @yosef_clo“.
A prisão do Rei do Bitcoin
Claudio Oliveira estava preso desde o dia 5 de junho de 2020 quando foi alvo de uma operação que investigava o desvio de R$ 1,5 bilhão. A esposa de Oliveira na época, Lucinara, também foi presa, embora tenha sido liberada alguns meses depois.
A prisão preventiva do Rei do Bitcoin foi decretada dentro da Operação Daemon, cujo objetivo era apurar a prática de crimes falimentares, de estelionato, lavagem de capitais, organização criminosa, além de delitos contra a economia popular e o sistema financeiro nacional.
Em abril do ano passado, Oliveira foi condenado em primeira instância a oito anos de prisão por estelionato e crimes contra o sistema financeiro, sendo obrigado a recorrer dentro da prisão.
Na sentença, o juiz ressaltou que o Bitcoin Banco fingia operações de compra e venda de criptomoedas que só existiam nos balanços da empresa. A prática ficou conhecida na época como girinho, giropeta ou arbitragem infinita, no qual os usuários foram levados a acreditar que faziam trades entre duas corretoras do mesmo grupo — a NegocieCoins e a TemBTC — com ganhos fixos e certos em cada operação.
Os supostos lucros, contudo, só existiam dentro do sistema da empresa e milhares de pessoas ficaram no prejuízo quando o Bitcoin Banco travou os pagamentos em maio de 2019.
Atualização: Após a publicação desta reportagem, Claudio Oliveira e Suellen Borges apagaram as contas que mantinham no TikTok. Confira abaixo os desdobramentos do caso
Rei do Bitcoin: Claudio Oliveira apaga conta no TikTok após ser exposto por reportagem
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