Uma mesquita em Londres passou a aceitar bitcoin e altcoins como forma de angariar fundos para o Ramadã, que nesse ano que deve se encerrar após o pôr-do-sol do dia 14 de junho. A iniciativa da Masjid Ramadan como é conhecida a Shacklewell Lane foi possível graças a uma parceria com a startup londrina Combo Innovation.
Durante o ramadã, islâmicos devem doar 2,5% de seu capital juntado no ano lunar, ou seja, pagar o Zarat, além de praticar a caridade através do Sadaqah. A Combo Innovation montou junto com a mesquita turca de Dalston uma carteira de Bitcoin e Ethereum e criou uma campanha em seu site para que as doações para o Zakat e Sadaqah fossem feitas em criptomoedas.
“Chegou ao nosso conhecimento que quase não havia instituições de caridade islâmicas em que os muçulmanos pudessem pagar seus Zakat feitos com suas criptomoedas ou doar Sadaqah em Bitcoin e Ethereum”, relatam os criadores da startup.
Lukasz Musial, consultor da Combo, explica que os interessados nem precisarão arcar com a taxa de conversão de criptoativos em moedas convencionais. “Para um doador que já tem uma conta de bitcoin ou ethereum, o esforço de converter criptomoedas em dólares ou libras esterlinas pode ser bastante oneroso. A mesquita efetivamente absorve o fardo”, afirma.
“Para o doador, é apenas o clique de um botão para transferir para uma conta fornecida pela instituição de caridade. Da perspectiva da mesquita, abre um novo fluxo de doações vindas de todo o mundo”, disse Musial.
A startup foi recentemente criada e apoia causas ligadas ao islamismo através do Blockchain. A questão, contudo, é que há uma discussão sobre a lei islâmica permitir ou não o uso de moedas criptografadas.
A (in)compatibilidade dos criptoativos com o Islã
Vários estudiosos islâmicos já afirmaram que a criptomoeda é “incompatível” com o Islã. Esse é o posicionamento adotado pelo governo turco e o problema é que a Shacklewell Lane é a única mesquita de propriedade turca do Reino Unido.
Essa interpretação, contudo, tem modificado. Em Dubai já existe até mesmo uma startup que está emitindo uma criptomoeda apoiada pelo ouro. A OneGram foi fundada em 2017 e tem feito esforços para convencer os muçulmanos de que investir em criptocorrências não contraria a fé.
Ibrahim Mohammed, o britânico que fundou a OneGram, declarou à Aljazeera que “o ouro estava entre as primeiras formas de dinheiro nas sociedades islâmicas”e que o fato da startup lastrear sua moeda criptografada no ouro demostra que não há contrariedade ao Islã.
“Estamos tentando provar que regras e regulamentos da Sharia são totalmente compatíveis com a tecnologia digital do blockchain”, declarou.
Gurmit Singh, CEO da Combo, é um dos que adotam essa postura mais permissiva e enxerga através da inovação da Blockchain um novo caminho para financiar o Islã e esse foi o motivo que o moveu a fundar a startup.
Mesmo após o grão-mufti do Egito, principal autoridade muçulmana sunita do país, ter afirmado que o bitcoin não foi permitido pela lei islâmica, Abdalla Adeyemi, o imam da Shacklewell, defendeu a decisão da mesquita.
“O Bitcoin é como qualquer outra moeda. É aceito por um grupo de pessoas. Nós mesmos não estamos negociando. Nós não estamos envolvidos. Somos uma instituição de caridade”, disse.
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