O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (13) que a entidade planeja introduzir o Real Digital, modalidade de ‘moeda digital do banco central’ (CBDC, na sigla em inglês), até 2024, mesmo com o sucesso do Pix, lançado em plena pandemia de covid-19. Os comentários do executivo foram feitos durante uma conferência organizada pelo site Poder360.
Campos Neto disse que o BC deve conduzir um programa de testes-piloto a partir do ano que vem com algumas instituições financeiras antes de iniciar o uso mais amplo do CBDC.
“Acho que esse sistema digitalizado, integralizado, integrado, com inclusão, vai ajudar muito no desenvolvimento e inclusão das pessoas no mundo financeiro”, disse.
Ele também revelou que houve um grande debate na equipe do BC se o Brasil necessitava de uma CBDC já que o Pix, além de ter tido sucesso na adesão de brasileiros e sua tecnologia ter chamado a atenção de vários países, ainda era programável.
“É importante entender que este processo de elaboração do Pix nos trouxe muito conhecimento”.
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Pensando no Real Digital, Campos Neto destacou a inovação e competição em uma economia digital; pagamentos transfronteiriços melhorados; e redução do uso de papel moeda. Outro ponto é sobre a tokenização de ativos, que depende de uma tecnologia igual ou semelhante à blockchain.
Sobre o futuro das criptomoedas no Brasil, Campos Neto se absteve de comentar a fundo, mas afirmou que o BC está trabalhando de perto com a Comissão de Valores Mobiliários do Brasil acerca do Projeto de Lei 4.041/2021, que regulamenta o mercado de criptoativos no Brasil, aprovado pela Câmara dos Deputados no dia 29 de novembro.
“Eu acho que se a gente conseguir atingir isso, o Brasil vai estar na fronteira da inovação em termos de intermediação financeira e muito provavelmente vai ter muita gente olhando o que a gente fez e seguindo nosso exeomplo”, concluiu.
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