Imagem da matéria: BlueBenx: Justiça bloqueia imóveis de líderes da empresa que congelou saque de clientes
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Os investigadores brasileiros que brigam na Justiça para que a BlueBenx devolva o dinheiro preso na sua plataforma tiveram uma vitória na última sexta-feira (16), quando a 43ª Vara Cível de São Paulo acatou um pedido de arresto de imóveis de Roberto de Jesus Cardassi e William Batista, os líderes da BlueBenx.

De acordo com o Diário de Justiça, o juiz responsável pelo caso emitiu o bloqueio de imóveis em nome dos réus após as buscas por ativos financeiros em posse da dupla terem sido mal sucedidas.

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Vale lembrar que, em um processo aberto por outro cliente, a Justiça encontrou R$ 1,4 milhão em carros de luxo dos executivos, incluindo Porsche, Mercedes Benz e BMW, mas suas contas bancárias já haviam sido esvaziadas.

Agora foi a vez de ir em busca das propriedades. No total, foram localizados sete imóveis da dupla, que sofreram o arresto. Roberto Cardassi, CEO da BlueBenx, é proprietário de quatro imóveis em cidades diferentes, incluindo São Paulo, São José do Rio Preto (SP), Taquaritinga (SP) e Boituva (SP). 

Leia também: Roberto Cardassi teve outra empresa com problemas e mentiu sobre Harvard. Quem é o CEO da BlueBenx

Já em nome de William Batista, vice-presidente de operações  da BlueBenx e braço direito de Cardassi, foram encontrados três imóveis, sendo dois deles na capital paulista e um em Taquaritinga.

Como o processo tramita em segredo de Justiça, não é possível saber as características de tais imóveis, nem estimar seus valores.

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Na sua decisão, o juiz determinou o envio de ofício aos cartórios onde as propriedades dos executivos estão registradas, para o cumprimento da medida urgente.

O Portal do Bitcoin procurou a BlueBenx para ouvir os executivos. A empresa se limitou a dizer que “em relação a qualquer assunto ligado a processos judiciais, não irá se manifestar fora dos autos.”

BlueBenx na mira dos investidores

O processo que conseguiu o bloqueio dos imóveis dos líderes da BlueBenx foi aberto no dia 23 de agosto, cerca de uma semana depois da empresa bloquear os saques dos clientes alegando ter perdido todo seu dinheiro ao sofrer um golpe de falsa listagem.

 Leia também: Dinheiro roubado da BlueBenx foi parar em carteira da Binance

A vítima por trás do processo descreve que fez uma reunião com o advogado que passou a representar a BlueBenx, provavelmente se referindo a Assuramaya Kuthumi, atual representante da empresa.

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Na reunião gravada, o advogado diz que, quando foi lançado o token BENX, “alguém obteve acesso fraudulento a contas e documentos da empresa [BlueBenx], através do envio de milhões em tokens e, em cerca de três horas depois, todas as contas administradas pela empresa foram esvaziadas”.

Em seguida, ele confirmou para o cliente que a empresa não possuía mais recursos financeiros. 

Quando essas informações circularam em agosto, os clientes da BlueBenx, alguns com mais de R$ 4 milhões presos na plataforma, passaram a temer que a empresa não seria capaz de cumprir com seu compromisso de ressarci-los.

Plano de reestruturação

O plano de reestruturação divulgado pela BlueBenx tampouco dá garantias de que a empresa terá capacidade de pagar todos os credores. 

A empresa permitiu que pouco mais de 150 clientes — excluindo aqueles que estão lhe processando — realizassem um saque de até R$ 2 mil, um valor irrisório levando em conta que os aportes de alguns estavam na casa dos milhões. 

O número de beneficiados por esse plano de reestruturação também é pequeno, já que são mais de 2,5 mil pessoas com dinheiro preso na BlueBenx.

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A estratégia da empresa agora parece ser se reerguer através da sua própria criptomoeda. Na quarta-feira (21), a BlueBenx anunciou a criação da uma nova versão do seu token BENX.

Embora ainda não tenha dito explicitamente que vai pagar os clientes usando sua própria criptomoeda, a empresa afirmou que vai tokenizar todos os seus bens e que seu “plano de recuperação passa por seu token”.  

A criação de criptomoedas próprias como forma de ressarcir clientes é uma estratégia comum — e fracassada — usada por diversas pirâmides financeiras no Brasil, como Atlas Quantum, Trust Investing, Credminer, Genbit, entre outras.

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