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As criptomoedas operam em forte alta nesta sexta-feira (15), com apostas dos investidores de que o mercado pode estar perto de um piso – embora também ainda exista cautela com a crise de plataformas de crédito. O Bitcoin (BTC) registra alta de 5,7%, cotado a US$ 20.91, mostram dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH) dá um salto de 12,3%, negociado a US$ 1.218.  

No Brasil, o Bitcoin avança 6%, para R$ 113.637,77, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).   

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As altcoins mais negociadas também operam no azul como Binance Coin (+2,9%), XRP (+4,9%), Cardano (+2,5%), Solana (+7%), Dogecoin (+2,4%), Polkadot (+3,8%), Shiba Inu (+2,6%), Polygon (+8%) e Avalanche (+5,4%).  

Perto do piso? 

Um ponto curioso é que o Bitcoin tem se descolado dos índices acionários americanos. Na quinta-feira (14), o S&P 500 caiu pelo quinto dia seguido na esteira dos balanços de grandes bancos americanos, que soaram o alarme sobre o desaquecimento da economia. Esses temores também abalaram a cotação do euro, que atingiu a paridade com o dólar pela primeira vez em 20 anos. 

Um coeficiente de correlação de 40 dias entre a maior criptomoeda e o índice Nasdaq 100, com foco em tecnologia, caiu abaixo de 0,50, níveis vistos pela última vez em janeiro deste ano. Se esse indicador continuar em queda, poderia ser um sinal de que as criptomoedas estariam perto de um piso e a caminho de uma recuperação, aponta análise da Bloomberg. 

É o que sugere o chamado Múltiplo de Mayer, criado pelo investidor de Bitcoin Trace Mayer. O indicador, que mede a diferença entre o valor de mercado de um ativo e sua média móvel simples de 200 dias, estava em 0,53 segundo a leitura mais recente, destaca o CoinDesk.  

Isso significa que o valor do mercado de criptomoedas, em cerca de US$ 863 bilhões, é equivalente a quase metade da média de 200 dias, de US$ 1,60 trilhão. O índice caiu abaixo de 0,5 em junho, e os últimos períodos de inverno cripto, ou “bear markets”, terminaram com o múltiplo abaixo desse nível. 

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Dosagem do remédio 

Na quinta-feira, a perspectiva de um remédio menos amargo do banco central americano para combater a inflação trouxe um pouco de alívio aos investidores e também impulsionou o Bitcoin. O mercado já sabe que o Federal Reserve vai subir os juros na próxima reunião de política monetária em 26 e 27 de julho: a dúvida é sobre o tamanho do aperto.  

Em evento na quinta-feira (14), o governador do Federal Reserve, Christopher Waller, apoiou um aumento de 0,75 ponto percentual neste mês, com base  no indicador de inflação divulgado na quarta, o que levou investidores a recuarem nas apostas de uma alta de 1 ponto percentual, defendida por alguns diretores do Fed.  

Waller disse que, apesar de reconhecer que a inflação ao consumidor de junho veio acima do esperado, seu voto depende de dados adicionais antes da reunião, como vendas de imóveis e do varejo. O presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, também é a favor de elevar a taxa em 0,75 p.p. 

Alguns traders acreditam que a aceleração dos preços já está precificada no preço do Bitcoin. “Inflação é notícia velha”, disse ao CoinDesk Jin González, da Oz Finance. “Por enquanto, o Bitcoin deve se estabilizar em torno de US$ 20.000, mas precisamos de um evento significativo demonstrando que o mercado mais amplo está se recuperando para que a moeda volte a ganhar força”, assim, Gonzáles não acredita em grandes saltos enquanto as projeções forem pessimistas. 

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Em meio ao cenário macro desafiador, começa nesta sexta-feira (15) a reunião de ministros das Finanças do G20 em Bali, na Indonésia, que pediu uma ação mais concreta para abordar as crises causadas pelos altos preços dos alimentos e pelo endividamento, conforme a Reuters. Na China, a economia cresceu 0,4% no segundo trimestre, o ritmo mais lento desde o início da pandemia. 

Crise de liquidez 

Os credores que pediram a liquidação do Three Arrows Capital (3AC) buscam investigar e preservar os ativos do hedge fund cripto em Singapura, apurou o jornal The Straits Times. O paradeiro dos fundadores do 3AC, Zhu Su e Kyle Davies, ainda é desconhecido. 

Documentos registrados no pedido de recuperação judicial da empresa de crédito cripto Celsius revelaram um rombo de US$ 1,2 bilhão no balanço. A empresa reportou US$ 5,5 bilhões em passivos totais e US$ 4,3 bilhões em ativos.

A CoinFlex, uma das inúmeras corretoras de criptomoedas que congelaram os saques de clientes por conta da crise de liquidezabriu uma brecha na quinta-feira (14) para permitir que investidores saquem 10% de seus fundos na plataforma. 

O token nativo (VGX) da Voyager, que pediu recuperação judicial, acumula alta de 257% desde terça-feira (12), provavelmente devido a uma pressão compradora, conhecida pelo jargão “short squeeze”, quando posições vendidas são desfeitas ou investidores buscam realizar lucro, mostram dados do CoinDesk. 

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Outros destaques 

O Brasil é o segundo país com o maior número de usuários de aplicativos de finanças descentralizadas (DeFi), atrás apenas dos EUA, segundo dados referentes ao segundo trimestre de 2022 divulgados na quinta-feira (14) pela MetaMask e publicados pelo InFoMoney.

Ainda que empresas de mineração de Bitcoin tenham se oferecido para desligar as máquinas no Texas esta semana para aliviar a sobrecarga na rede elétrica causada pela onda de calor, a indústria ainda poderia trazer mais problemas no futuro se continuar sua “expansão explosiva” no estado, aponta reportagem do portal The Verge. 

A mineradora de Bitcoin CleanSpark comprou 1.061 máquinas com “desconto significativo”, depois de anunciar outra grande encomenda no mês passado, informou o The Block. O CEO Zach Bradford disse que o mercado atual apresenta “oportunidades sem precedentes”. 

Os volumes de negociação à vista nas exchanges de criptomoedascaíram quase 28% em junho, para US$ 1,41 trilhão, o menor nível desde dezembro de 2020, segundo dados compilados pela CryptoCompare. No caso das negociações de derivativos cripto, que respondem por mais da metade do mercado, a queda foi de 7%, o menor patamar desde julho de 2021. 

Diante do menor volume negociado, a Coinbase pode perder o lugar entre as 10 maiores exchanges de ativos digitais do mundo neste mês, segundo dados da Mizuho Securities USA publicados pela Bloomberg. Por enquanto, o volume de negociação em julho coloca a corretora na 14ª posição. No fim de 2021, a Coinbase era a quarta maior do mundo. 

Pela primeira vez desde 2020, o financiamentode empresas de capital de risco para o setor de blockchain mostrou queda, com baixa em torno de 22% no segundo trimestre, para US$ 9,8 bilhões, de acordo com novo relatório da The Block Research. O resultado segue sete trimestres consecutivos de crescimento. 

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A Circle divulgou seu primeiro relatório mensal detalhando as reservas que garantem sua stablecoin lastreada em dólar, a USDC, que totalizavam US$ 55,7 bilhões em dinheiro e títulos do Tesouro dos EUA de curto prazo no fim de junho. A Circle tinha US$ 55,57 bilhões em circulação no mesmo período. 

Durante participação no podcast “gm” do Decrypt, o CEO da Binance, Changpeng Zhao, disse que as stablecoins algorítmicas ainda podem ter espaço no mundo cripto. Apesar de apresentarem um risco maior do que tokens pareados a ativos, isso não significa que não funcionam, destacou. 

Regulação, Cibersegurança e CBDCs 

Quinta-feira (14) foi o último dia antes do recesso parlamentar, que vai até agosto, para a votação pela Câmara do projeto de lei que busca regulamentar o mercado de criptomoedas no Brasil. Sem a análise, agora os deputados buscam novas janelas para tentar votar o texto.

O PL 4.041/2021 ainda poderá ser votado em agosto ou setembro, quando estão previstas semanas do chamado esforço concentrado nas pautas do Congresso. Porém, com as movimentações geradas pelas eleições, a leitura do mercado é que dificilmente os deputados vão se debruçar sobre esse tema, segundo apurado pelo Portal do Bitcoin. 

O deputado Expedito Netto, relator do PL, rejeitou a exigência da segregação do patrimônio das criptomoedas e dos investidores, proposto pelo Senado.  Para Guilherme Forma Klafke, professor de pós-graduação da Fundação Getúlio Vargas (FGV),a permanência dessa medida traria mais proteção aos recursos dos investidores em casos de uma possível falência das exchanges, que poderiam usar esses fundos dos clientes para o pagamento de dívidas, explicou ao E-Investidor. 

Em participação no programa “Ativos Digitais – Marcas e Consumo”, do Meio & Mensagem, Juliana Facklmann, diretora de regulação e design de produtos da 2TM, holding que controla o MB,  destacou que há países “mais seguros e menos seguros” em termos de regras que supervisionam ativos digitais, por isso usuários precisam ser educados para poderem ingressar no espaço cripto, “assim como fomos educados para acessar a internet”.  

E em meio à inexperiência de muitos investidores, milhares de clientes da plataforma de negociação de cripto MSK Invest alegam ter perdido o dinheiro investido por conta de promessas não cumpridas, mostra reportagem da Folha. 

A Binance lançou um aplicativo de alerta sobre possíveis fraudes e golpes no mercado de criptoativos. O DappBay apresenta o Red Alarm, uma ferramenta de verificação de risco de contrato que identifica potenciais projetos de alto risco para ajudar a proteger investimentos de usuários, conforme o E-Investidor. 

A SEC poderia isentar empresas de criptomoedas de certas regras aplicadas aos valores mobiliários nos EUA para que o setor possa estar em conformidade em termos de divulgação de dados e proteção ao consumidor, disse o presidente da agência, Gary Gensler, em entrevista ao Yahoo! Finance na quinta-feira (14).  

Gensler aproveitou para criticar plataformas de empréstimos de criptomoedas que oferecem retornos “bons demais” para serem verdade e reiterou que muitas companhias cripto “não estão em conformidade”, sem citar nomes. 

A Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA (CFTC) incluiu outras 34 empresas de negociação de criptomoedas e câmbio em sua lista de entidades estrangeiras não registradas, alertando usuários e provedores de serviços no país a não utilizarem esses serviços. 

Para que o euro digital seja bem-sucedido, precisa ser amplamente aceito por usuários europeus, de acordo com o Banco Central Europeu, que publicou os principais objetivos para sua possível moeda virtual em um post da presidente do BCE, Christine Lagarde, e de Fabio Panetta, membro do conselho executivo da instituição. 

Metaverso, Games e NFTs 

A Nano Art Market, um marketplace que comercializa obras de arte, anunciou aquisição da Tropix, uma das maiores plataformas de tokens não fungíveis (NFTs) do Brasil, segundo o colunista Gilberto Amendola, do Estadão. “Passamos a contar com o maior hub de conteúdo de arte”, diz Thomaz Pacheco, CEO da Nano. 

O OpenSea, o maior mercado de negociação de tokens não fungíveis do mundodisse na quinta-feira (14) que vai demitir 20% do quadro de funcionários. Embora o número total de demissões não tenha sido divulgado, cerca de 154 pessoas podem ter perdido o emprego. 

O inverno cripto no mercado de NFTs também gera cautela entre montadoras. Em junho, a Chevrolet tentou vender uma imagem digital de um Corvette Z06 em uma paisagem urbana no estilo Blade Runner, vinculada a um “Vette” modelo 2023 da vida real com pintura personalizada para combinar com a arte. Mas o NFT não recebeu nenhum lance, mesmo depois de o leilão ter sido esticado em um dia. Trevor Thompkins, porta-voz do Corvette, disse à Bloomberg que a experiência foi “muito educativa”. 

A plataforma de investimento cripto austríaca Bitpanda lançou quatro índices temáticos que acompanham as áreas de finanças descentralizadas, metaverso, infraestrutura e contratos inteligentes, segundo comunicado divulgado na quinta-feira (14). 

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