Grandes figuras da comunidade cripto responderam à invasão da Rússia à Ucrânia – e não mediram palavras.
“Foda-se a guerra”, tuitou Barry Silbert, CEO do Digital Currency Group (ou DCG, na sigla em inglês), a maior empresa de gestão de criptoativos dos EUA.
Sam Bankman-Fried (ou SBF), CEO da corretora cripto FTX, também opinou, compartilhando sua opinião “sobre cripto, Ucrânia e ações”.
SBF notou que o preço do bitcoin (BTC) despencou junto com as ações, argumentando que “se o mundo ficar ainda mais merda, pessoas terão menos dinheiro livre”, ” que estão “vendendo BTC – junto com ações etc. – para pagar pela guerra”.
Ele acrescentou que a situação é “provavelmente desestabilizadora” para moedas do Leste Europeu e seus sistemas financeiros, sugerindo que podem buscar por alternativas. “Se você estivesse na Ucrânia agora, onde você confiaria [em deixar] seu dinheiro?”, questionou.
Mas SBF enfatizou que o impacto financeiro do conflito não deveria ofuscar o que está acontecendo na vida real. A guerra é “realmente ruim para o mundo”, disse ele. “Foda-se todo esse papo de preços. Saia de casa e faça algo legal para alguém.”
Vitalik Buterin, cofundador do Ethereum, tuitou, em sua língua nativa (o russo), repudiando a invasão.
“[Estou] muito transtornado com a decisão de Putin em abandonar a possibilidade de [encontrar] uma solução pacífica à disputa com a Ucrânia e, em vez disso, entrar em guerra”, tuitou Buterin, enfatizando que a invasão da Rússia à Ucrânia “é um crime tanto contra ucranianos como contra russos”.
“Glória à Ucrânia”, acrescentou, referindo-se à continência história e nacional da Ucrânia e a saudação oficial das Forças Armadas da Ucrânia.
A Invasão da Rússia à Ucrânia
O presidente russo Vladimir Putin apareceu ao vivo na TV nacional às 4h (horário local) para anunciar uma operação militar contra a Ucrânia, afirmando que a ação foi necessária para “defender” os falantes de russo que vivem no país.
Imediatamente após a aparição de Putin na TV, houve relatos de explosões em Kiev e outras partes da Ucrânia, incluindo nas grandes cidades de Kharkiv, Odessa e Dnipro, bem como a cidade de Mariupol, situada bem na linha de contato com forças separatistas apoiadas pela Rússia.
Imprensa cripto da Ucrânia enfrenta desafios
Jornais de notícias sobre criptomoedas na língua russa e com funcionários que vivem na Ucrânia foram diretamente afetados pela invasão. ForkLog, que cobre a indústria desde 2015, possui diversos membros da equipe que estão Ucrânia.
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“Uma parte significativa de nossa equipe são cidadãos ucranianos então, agora, estamos empenhados em garantir a segurança de nossos funcionários. Isso pode afetar a estabilidade de nossas operações”, declarou Anatoly Kaplan, CEO do ForkLog, nesta quinta-feira (24).
“Pedimos pelo fim do banho de sangue – isso é inaceitável no século XXI. Diga não à guerra”, acrescentou.
Nick Schteringard, editor-chefe do ForkLog, explicou que diversos membros fundamentais da equipe estão na zona de guerra e enfrentam uma ameaça direta à sua vida. “Tudo isso parece um filme de Hollywood”, disse ele.
“Ficou absolutamente claro que esse homem [Putin] perdeu a cabeça e precisa ser impedido. Primeiro de tudo, cabe às pessoas que moram na Rússia saírem e protestarem [contra a guerra].”
Mercados cripto despencam
A notícia da ação militar da Rússia contra a Ucrânia fez os preços de criptomoedas despencarem junto com os mercados financeiros tradicionais.
De acordo com o CoinMarketCap, o bitcoin (BTC) caiu 8% no último dia e, neste momento, está precificado a US$ 35,5 mil.
Outros grandes criptoativos, incluindo ether (ETH), binance coin (BNB), XRP, solana (SOL) e cardano (ADA) também sofreram quedas de preço na casa das dezenas.
“Eu não entendo as pessoas que estão abrindo o Twitter para publicar sobre como a guerra apresenta a oportunidade de comprar na queda”, disse Schteringard ao Decrypt, acrescentando que as pessoas não devem estar focadas em preços de criptomoedas quando a vida de pessoas está em jogo.
“Que bitcoin [o quê]! Que ações [o quê]! Apenas acordem! A guerra está à espreita!”
Conforme noticiado pelo Decrypt, organizações não governamentais (ou ONGs) ucranianas que fornecem assistência financeira às forças militares da nação estão registrando um número crescente de doações com criptomoedas.
*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.