Não existe milagre nem soluções automáticas na hora de negociar Bitcoin (BTC). Porém, juntei algumas dicas que podem te ajudar. Aqui vão elas:
1- Cotação do dólar
A cotação do dólar influencia diretamente na precificação do BTC em reais. Os investidores podem proteger a variação cambial através de posições em dólar no mercado tradicional.
2- Volatilidade e Alavancagem
O mercado de criptoativos é muito mais volátil do que o mercado tradicional, e é preciso levar isso em consideração para fazer uma boa gestão de risco, principalmente em operações que envolvem alavancagem.
Muitas corretoras de criptoativos permitem alavancagens altas, chegando em 10x mesmo para investidores inexperientes. Se você não tem familiaridade com operações alavancadas, segure a empolgação, pois elas aumentam consideravelmente o risco de perda total do seu capital.
A alavancagem permite que você movimente um valor superior ao seu capital – significa multiplicar o seu potencial de lucro ou prejuízo por meio de uma operação de empréstimo. Ou seja, em vez do seu investimento oscilar apenas sobre o valor que você investiu, ele será impactado sobre um valor superior.
Alavancagem financeira é um recurso extremamente arriscado e só deve ser usado por investidores experientes.
Quando se opera alavancado e a garantia acaba, a liquidação é automática. Não tem essa de “tempo para recuperar”. Por exemplo, se estiver operando alavancado em 10x e houver uma oscilação negativa de 10%, você muito provavelmente será compulsoriamente liquidado e vai perder 100% do seu capital.
3- Derivativos
Em junho deste ano, as negociações de derivativos de criptomoedas superaram o volume do mercado à vista. Devemos entender os derivativos como um mercado de “soma zero”.
Seja nos mercados futuros ou de opções, toda negociação é pautada pelas expectativas de valorização ou desvalorização de um determinado ativo, lembrando que um investidor vai ganhar e o outro perder na mesma proporção.
Dessa forma, transacionar nesse segmento requer uma boa dose de preparo e alguma habilidade para detectar tendências ou reversões.
4- Dicas em redes sociais
Cuidado com essas “super dicas” que saem em redes sociais, prometendo altas valorizações. Pode ser apenas um grupo de investidores querendo inflar os preços das moedas, nas chamadas operações pump and dump.
5- Tether (USDT)
Quem faz operações estruturadas ou arbitragem, sabe que o Tether (USDT) é uma mão na roda, mas a eterna desconfiança que paira sobre o lastro dessa stablecoin deve ser motivo de muita preocupação e um importante ponto de atenção.
6- Exchange
Quem está sempre fazendo operações de compra e venda normalmente deixa seus ativos em uma exchange, por motivo de praticidade e custo. Escolha com cuidado a corretora. Não existe uma regulação própria para elas em relação à segregação de capital e outras regulações que protegem o patrimônio dos investidores.
Caso a exchange tenha algum problema com a gestão de fundos, por ataque hacker ou qualquer outro motivo, você pode perder o seu patrimônio.
7- Cursinhos de trade
Cuidado com cursos que prometem rendimentos altos em poucas horas de trabalho. Esse tipo de garantia passa longe da realidade. Tudo na vida demanda esforço e prática, e não seria diferente para os traders de ativos, em especial para aqueles que trabalham com criptoativos, que fazem parte de um mercado muito novo com uma regulação a ser construída.
O sucesso só chega com a experiência, então demora um pouquinho. É preciso ter paciência, pensar que irá se tornar rico quando começar a fazer trade de bitcoin é pura ilusão, e representa um caminho curto para o fracasso e prejuízo, então, seja paciente.
Antes de pagar um bom dinheiro por esses “conselhos”, vale a pena se perguntar o seguinte: se essas pessoas são tão boas quanto dizem, por que optam por compartilhar os segredos do seu suposto sucesso? será que elas ganham dinheiro com trade ou vendendo curso de trade?
8- Métricas
Por meio do site CoinMarketCap você consegue acompanhar uma série de métricas importantes, como capitalização da moeda, unidade, valor, volume, gráficos de crescimento, site oficial etc. Certifique-se de que a moeda que você está operando é capitalizada, com volume razoável de negociações em várias exchanges e com projeto no seu site oficial.
9- Tipos de ordem
Existem dois tipos de ordens: ordem a mercado ou ordem limitada. Quando você opta pela primeira, a ordem será toda executada, ao melhor preço até o volume do seu capital.
Cuidado com esse tipo de movimento quando estiver operando ativos de baixo volume ou em exchanges de baixa liquidez, pois o spread aumenta muito entre as ordens de compra e venda, e entre os melhores ofertantes.
Já na ordem limitada, você determina o preço de execução, e ela somente é executada se a contraparte aceitar o seu preço.
10- Custos da operação
Um erro comum do investidor iniciante, tanto em bolsa quanto em mercados de criptomoedas, é desprezar os custos da operação, como corretagens ou taxas de negociação. Por isso, antes de começar a operar, faça a lição de casa e levante todos os custos e todas as soluções para minimizar esses custos.
Sobre a autora
Marina Luz, CFP®, é economista, com experiência de 8 anos no mercado financeiro e trabalhou no Itaú BBA. É especialista em finanças pessoais e mantém o canal no Youtube Mais Dinheiros, sobre educação financeira e investimentos