10 Coisas que Alguns ”Especialistas” e Jornalistas Erram sobre Bitcoin e Criptomoedas

Imagem da matéria: 10 Coisas que Alguns ''Especialistas" e Jornalistas Erram sobre Bitcoin e Criptomoedas

(Foto: Shutterstock)

Depois de algum tempo estudando sobre bitcoin e criptomoedas, fico surpreso com o tanto de “especialistas” surgindo e propagando fatos completamente errados sobre criptomoedas. Coletando alguns da rede, fiz uma lista dos mais clássicos:

1 – Mineradores utilizam máquinas para cálculos extremamente complexos.

Na verdade, não existe um algoritmo eficiente para a função que os mineradores tem que resolver, o problema do logaritmo discreto. O problema então se torna o de tentar adivinhar números aleatórios, que é umas das coisas mais simples que um computador poderia tentar fazer.

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2 – Mineradores validam as transações de bitcoin.

Quem valida as transações são os full-nodes. Os mineradores recebem as transações já validadas e validam o bloco através da prova de trabalho.

3 – Se alguém controla 51% do hashrate, ele controla o Bitcoin.

Não exatamente, mesmo controlando 100% do hashrate ele não consegue transformar transações inválidas em válidas, mas apenas censurar transações, pois ele escolhe quais transações entram no bloco. Entretanto, seria possível fazer ataques de gasto duplo.

4 – Blockchains são mais rápidas, eficientes e baratas que tecnologias centralizadas tradicionais.

Blockchains, em geral, são mais lentas, ineficientes e caras que tecnologias centralizadas tradicionais, tanto para implementar quanto para manter. Suas vantagens geralmente estão relacionadas a descentralização, segurança e transparência.

5 – Blockchains usam criptografia, garantindo privacidade dos dados, se tornando uma ótima forma de proteger dados sigilosos.

A grande maioria das blockchains são completamente públicas para todos e para sempre. O que confunde é a pseudo-privacidade, que é a mera facilidade de criar novos endereços e dificuldade para se descobrir quem possui o que. Entretanto, existem algumas técnicas e algumas poucas blockchains que criam algum nível adicional de privacidade como CoinJoin, Monero e Zcash.

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6 – Bitcoin foi feito para ser usado por criminosos pela sua privacidade.

Até agora, todas as pesquisas feitas indicam que grande maioria das pessoas usando criptomoedas não estão envolvidas com crime. O moeda de troca preferida por criminosos continua sendo o dólar, por sua baixíssima rastreabilidade, diferentemente do Bitcoin, que é facilmente rastreável.

7 – Bitcoin vai ficar para trás por estar ultrapassado enquanto várias altcoins desenvolveram features mais avançadas impensáveis pelos pioneiros da tecnologia.

Bitcoin é hoje um dos maiores projetos de tecnologia do mundo e tem a tecnologia mais inovadora e avançada das criptomoedas. Grande parte das features das altcoins foram pensadas e desconsideradas pelos desenvolvedores pioneiros do Bitcoin, ou até antes do Bitcoin.

8 – Smart contracts foi uma inovação do Ethereum.

Na verdade, o cypherpunk Nick Szabo tem o termo descrito em seu glossário de 1994 e cada transação do Bitcoin é considerada um smart contract.

9 – Smart contracts vão tornar os contratos de hoje obsoletos.

Nas palavras de Nick Szabo, smart contract nada mais é do que um conjunto de promessas, incluindo protocolos através dos quais as partes cumprem as outras promessas. Ele funciona muito bem para ativos digitais, mas é limitado pelo mundo digital. Assim como um e-mail não acabou com entregas de produtos pelos correios, smart contracts não acabarão com certas disputas, especialmente as que não envolvem ativos digitais.

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10 – Bitcoin foi a primeira criptomoeda.

Mais ou menos. Bitcoin foi a primeira critpomoeda bem sucedida, mas antes houve várias tentativas de criar dinheiro digital que remontam até a década de 80.