Imagem da matéria: Valor de operações com criptomoedas no Brasil cai em fevereiro, mas número de CNPJs é recorde
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Fevereiro de 2023 foi o mês com o maior número na história de CNPJs únicos que fizeram declaração de operação com criptomoedas para a Receita Federal. Foram 49.994 pessoas jurídicas ao todo, passando por pouco o maior volume já registrado, que tinha sido de 49.977 em novembro do ano passado. A série histórica começou a ser coletada em agosto de 2019. 

Em relação aos valores, no entanto, o número foi menor do que no mês passado: em fevereiro foram R$ 15 bilhões declarados para a Receita, contra R$ 16,1 bilhões em janeiro. 

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Porém, fevereiro de 2023 se saiu melhor do que o mesmo mês de 2022, quando foram declarados R$ 12,8 bilhões. 

Os dados do segundo mês de 2023 mostram que os valores declarados por corretoras com sede no Brasil aumentaram de R$ 12,921 bilhões em janeiro para 12,989 bilhões no mês seguinte. 

Mas o que fez em grande parte o número geral cair foi o valor de pessoas jurídicas que não usam corretoras de nenhuma forma (compram direto com outras pessoas no modelo P2P ou entidades que têm as criptomoedas e fazem a transferência entre wallets): esse grupo declarou R$ 2 bilhões em janeiro, contra R$ 1,2 bilhão em fevereiro. 

No mesmo sentido, pessoas jurídicas que usam exchanges no exterior declararam R$ 1 bilhão em janeiro e R$ 643 milhões em fevereiro, uma queda de 35%. 

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Equidade de gênero despenca

Um ponto evidenciado pelos números de fevereiro da Receita é que despencou a equidade de gênero entre pessoas que declaram operações com criptomoedas para a Receita Federal . 

Em janeiro, mulheres fizeram 25% das operações declaradas; esse número caiu agora para 17%. 

Já quanto aos valores declarados, as mulheres corresponderam a 17% em janeiro, sendo que em fevereiro isso caiu para 10%. 

Crise e recuperação

No ano de 2022, a Receita Federal recebeu declarações de um volume total de R$ 154,4 bilhões em transações com criptomoedas. Esse número mostra o impacto trazido pela crise – um período que se tornou conhecido como inverno cripto – para o setor no Brasil: em 2021, o valor havia sido de R$ 204 bilhões, o que significa uma queda de 24% entre os períodos.

Os volumes negociados a cada mês mostram como a queda no preço do Bitcoin e das demais criptomoedas impactou o mercado: o melhor mês de 2022 foi junho, com R$ 13,9 bilhões. Trata-se de um valor próximo ao do pior mês de 2021, setembro, com R$ 12,8 bilhões. O auge de 2021 foi atingido em maio, com R$ 25 bilhões.

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Mas o mercado já dá claro sinais de recuperação. Em março, a Receita divulgou que o total de movimentações em janeiro de 2023 foi de R$ 14,8 bilhões, o que aponta um grande aquecimento no setor. Para efeito de comparação: durante todo ano de 2022, apenas o mês de maio teve desempenho melhor, com R$ 17,2 bilhões.

No total, janeiro de 2023 teve um salto de 12% no volume total das negociações em comparação com dezembro de 2022, quando foram registrados um total de R$ 13,2 bilhões.

A comparação entre mesmos períodos fica na mesma faixa: em janeiro de 2022 o volume total foi R$ 13,8 bilhões, com o primeiro mês de 2023 representando um aumento de 7%.

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