Aumentou de 50 para 150 o número de denúncias
de pessoas lesadas apresentadas à Polícia Civil de Recife contra Thiago Gouveia de Vasconcelos, o suposto consultor financeiro, que teria desaparecido com mais de R$ 20 milhões em criptomoedas e bitcoin. A estimativa é que 180 investidores foram lesados.
O jovem rapaz que se passava de trader de criptomoedas em Recife está sumido desde fevereiro, quando começaram as suspeitas de que ele teria desaparecido com os investimentos em criptomoedas das vítimas.
De acordo com uma reportagem do Diário de Pernambuco, publicada há dois meses, 50 pessoas levaram o caso ao Delegacia de Repressão ao Estelionato (Depatri), em Recife (Pernambuco), em fevereiro.
Esse número, contudo, aumentou neste mês para 150 pessoas, segundo informações do NE2, pertencente ao Grupo Globo em Pernambuco.
O fato é que nem todo mundo levou o caso à polícia e pode ainda haver outras novas denúncias.
Sem dinheiro nem Bitcoin
Os entrevistados na última quinta-feira (11) pela afiliada da Globo, no programa NE 2, reclamam da falta de resposta da Polícia Civil diante do caso.
Um empresário que não quis se identificar, foi uma das primeiras pessoas que levou o caso, em fevereiro, à Depatri. Ele relata que não foi ouvido pelo delegado, mas apenas pela escrivã da delegacia e que ainda nenhuma resposta foi dada pela polícia.
“Até então, não tenho nenhuma resposta do Depatri com relação ao seu posicionamento com relação ao Thiago. Ele não foi preso. Ele não teve nenhuma consequência de seus atos ainda”.
Um engenheiro que também não se identificou falou que teve um prejuízo de R$ 263 mil. Assim como o empresário ele também foi um dos primeiros denunciantes e foi ouvido apenas pela escrivã da delegacia.
O engenheiro relatou também da dificuldade que seu advogado está tendo para acompanhar o inquérito. “Ele não está tendo acesso a absolutamente nada sobre o depoimento do Thiago. Inclusive, quais são as medidas que serão tomadas ou que foram tomadas para tentar reaver esse nosso dinheiro”.
Gesner Lins, advogado de 12 denunciantes, em entrevista ao NE 2, fala que as pessoas foram vítimas de um esquema fraudulento.
Ele diz que tentou de tudo para ter acesso ao inquérito policial, o qual está correndo sob sigilo.
“O inquérito se encontra de forma sigilosa. A justificativa da delegacia é que estaria em tramite algumas medidas cautelares investigativas. Não há conclusão ainda. Para assessorar as vítimas, eu tenho acompanhado em seus depoimentos na delegacia e acionando essas ações na Justiça comum”.
A Polícia Civil, contudo, afirma que as investigações têm sido feitas, mas que não irá se pronunciar até que elas sejam concluídas.
Entenda o caso
Thiago Vasconcelos vinha atuando nesse modelo desde julho de 2018. Prometia arbitragem e um bom rendimento. Ao contrário dos esquemas de pirâmides financeiras tradicionais, ele não prometia nenhum tipo de um retorno fixo aos interessados. Mostrava o quanto vinha, ao menos em tese, faturando.
Ele usava demonstrativos feitos por ele no excel para mostrar aos interessados quanto ele havia faturado por meio de seus investimentos em criptomoedas.
Com isso, Vasconcelos apresentava números e informações sobre o mercado em que atuava e um contrato era assinado com os seus clientes.
Ele conseguia angariar clientes em alguns dos casos por meio de seu pai, Steinberg Vasconcelos, um médico ortopedista famoso na cidade, conforme noticiou o NE2.
O pai do investidor havia indicado os serviços do seu filho à colegas e até para alguns conhecidos.
A questão, entretanto, é que o consultor financeiro era viciado em jogos e que havia perdido todo o valor investido em apostas.
O delegado responsável pela investigação, Rômulo Aires havia dito naquela ocasião que ainda era cedo para afirmar se o caso se tratava de golpe.
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