Uma falha nas operações da exchance PDAX, sediada nas Filipinas, permitiu que investidores comprassem bitcoin a uma cotação de US$ 6 mil (R$ 32,6 mil), no dia 16 de fevereiro, conforme o site local Bitpinas. Naquele dia, a cotação média da moeda estava em torno dos US$ 49 mil (R$ 266 mil). Os problemas foram confirmados pela empresa, em comunicado oficial, e foram causados pelo excesso do número de usuários na plataforma.
Um dos supostos usuários da PDAX afirmou no Reddit que conseguiu comprar e sacar os bitcoins a um preço mais baixo. Por isso, ele alega ter recebido um aviso da corretora: “Depois de 24 horas, eles me mandaram uma carta e um SMS, pedindo para que eu transferisse os BTC de volta. [….] Eles falaram que podem tomar ações legais contra mim”.
No mesmo post, outro usuário publicou um suposto print do email da PDAX. Nele, a empresa afirma que a conta do trader está bloqueada e ordena que as criptomoedas compradas sejam devolvidas, em troca da liberação do acesso.
Na sequência, em 23 de fevereiro, Nichel Gaba, CEO da PDAX, organizou uma conferência para explicar os problemas, conforme a reportagem da BitPinas. Ele disse que a maior parte das operações não foi finalizada. No entanto, alguns investidores conseguiram sacar os BTC a um preço muito abaixo do que era praticado pelo mercado naquele momento.
“Devolvam os bitcoin”
“Eu entendo as dificuldades, a inconveniência e a frustração que isso pode causar, mas [devolver os BTC] é a coisa certa a fazer. Era a coisa certa na semana passada, é a coisa certa hoje, e vai continuar sendo a coisa certa a fazer no futuro”, suplicou o CEO da exchange. Para a PDAX, as ordens executadas não foram legítimas. De acordo com a empresa, elas foram realizadas com “fundos insuficientes”, o que impede que sejam consideradas válidas.
Porém, a necessidade de reembolso é discutível. Nos termos de uso da PDAX, a empresa prevê que as transações são irreversíveis. A corretora derrubou o documento original, mas ele está disponível em outros arquivos online. “21. Serviços da Exchange; alínea v: as ordens, uma vez executadas, são finais e irreversíveis”, diz o documento, em um dos seus artigos.
Devido ao impasse, o assunto pode parar na Justiça.