Tether, a emissora da maior stablecoin lastreada ao dólar do mercado, voltou a ligar a impressora e autorizou a emissão de mais US$ 1 bilhão em USDT na rede Tron.
A criação dessa nova leva de moedas foi divulgada pelo Whale Alert, um perfil do Twitter que rastreia grandes transações na blockchain.
Paolo Ardoino, o CTO da Tether, respondeu ao tuíte do Whale Alert dizendo que essa transação representa um “reabastecimento de estoque de 1 bilhão de USDT na rede Tron”.
“Observe que esta é uma transação autorizada, mas não emitida, o que significa que esse valor será usado como estoque para solicitações de emissão do próximo período e trocas entre cadeias”, escreveu Ardoino, deixando em aberto quando essas moedas passarão a circular no mercado.
Tron vs Ethereum
Não é surpresa que mais um bilhão de USDT tenha sido emitido no Tron, uma rede que parece ter cosolidado sua posição como a favorita da Tether.
Os tokens USDT são emitidos em diferentes blockchains, como Solana, Polkadot, Algorand e EOS. Porém, Ethereum e Tron são as mais populares.
Até abril de 2021, havia mais USDT emitido no Ethereum do que qualquer outra rede do mercado. Ao longo do ano passado, no entanto, Tron aumentou sua participação e superou todas as redes concorrentes na emissão de USDT.
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De acordo com dados do The Block, a Tether não emite USDT na rede do Ethereum desde dezembro de 2021, com o balanço da stablecoin estável em 39,8 bilhões de USDT. Já com a nova emissão de ontem, Tron passou a gerenciar um recorde de US$ 41,7 bilhões em USDT.
Nesta quinta-feira (31), a capitalização de mercado da USDT atingiu um novo topo histórico de US$ 82 bilhões, segundo o Coingecko.
As reservas da Tether
O mercado cripto observa com atenção as novas emissões de USDT pela Tether, uma empresa muito criticada pela falta de transparência quanto à sua reserva que garante que a cada USDT emitido no mercado, há um dólar de garantia em caixa.
Em outubro de 2021, a Tether recebeu uma multa de US$ 41 milhões das autoridades americanas por mentir sobre suas reservas em dólar.
Já em fevereiro deste ano, a empresa enfrentou uma queda de 21% em títulos comerciais que servem de lastro para a stablecoin. Apesar disso, a Tether garantiu que suas reservas excediam a quantia necessária para resgatar os tokens USDT caso fosse necessário.
Mesmo assim, as desconfianças sobre a reserva do grupo persistiram. O fundo hedge Fir Tree Capital Management chegou ao ponto de apostar que Tether iria quebrar por sua suposta ligação com Evergrande, empresa chinesa que acumula dívidas que excedem US$ 300 bilhões .