A Tether, emissora da stablecoin USDT, afirmou na sexta-feira (18) que colaborou com o Ministério Público de São Paulo e a Polícia Federal para congelar R$ 32 milhões em USDT ligados ao hack da C&M Software, que afetou contas reservas do Banco Central.
O ataque milionário levou à apreensão de R$ 5,5 milhões em criptomoedas durante a Operação Magna Fraus, que cumpriu dois mandados de prisão e cinco de busca em Goiás e no Pará, em busca de provas contra os responsáveis pela lavagem de dinheiro, fraudes e invasões de dispositivos eletrônicos.
No comunicado, a Tether afirmou que colabora com mais de 275 agências de segurança em 59 jurisdições e adota uma política proativa de congelamento de carteiras ligadas a indivíduos sancionados, seguindo diretrizes da OFAC e de reguladores nacionais para coibir atividades ilícitas.
“A capacidade da Tether de rastrear transações e congelar USDT vinculados a atividades ilícitas a diferencia do sistema financeiro tradicional, que funciona principalmente como uma caixa-preta desconectada”, disse Paolo Ardoino, CEO da Tether.
Ele acrescentou: “Levamos a sério nossa responsabilidade de combater crimes financeiros e continuaremos trabalhando em estreita colaboração com agências policiais globais, incluindo nossa cooperação mais recente com as autoridades brasileiras, para impedir que criminosos explorem a tecnologia de stablecoins.”
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Relembre o caso
No dia 2 de julho, a C&M Software, empresa que presta serviços de tecnologia para instituições financeiras, foi alvo de um ataque hacker que resultou no desvio de milhões de reais que instituições financeiras mantinham depositados em contas do Banco Central (BC).
Foram desviados recursos de pelo menos seis bancos e as estimativas são de um prejuízo de R$ 800 milhões. Os bens de clientes finais não foram afetados e os criminosos logo na sequência começaram a tentar lavar o dinheiro usando criptomoedas. O ataque foi possível por meio de pagamento de propina a um funcionário da empresa, que vendeu seus acessos aos sistemas.
A BMP foi uma das empresas afetadas que usavam o sistema da C&M. Ao Portal do Bitcoin, o banco confirmou que os hackers tentaram converter parte dos valores desviados em USDT, mas conseguiu recuperá-los após a plataforma usada na tentativa de conversão detectar a fraude e bloquear as operações.
Os invasores tentaram converter parte dos valores roubados em criptomoedas como Bitcoin (BTC) e Tether (USDT). Rocelo Lopes, CEO da SmartPay, também confirmou à reportagem que sua equipe, bem como outras mesas de OTC, detectaram movimentações atípicas de BTC e USDT na madrugada de 30 de junho.
Ele informou que a SmartPay então reteve grandes somas e iniciou prontamente a devolução dos valores às instituições envolvidas.
Embora ainda não haja um inquérito formal, a PF foi acionada e o Banco Central determinou o desligamento do acesso das instituições às infraestruturas operadas pela empresa atacada.
A C&M confirmou ter sido alvo de um ataque, mas não revelou detalhes sobre a extensão dos danos. Um de seus clientes, a BMP, informou que contas de seis instituições, além da sua própria, foram comprometidas. Apesar disso, o banco garantiu que arcará com os prejuízos de forma que os clientes não sejam afetados.
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