Os caixas eletrônicos de criptomoedas vivem uma transformação constante, que talvez não cheguem ao conhecimento do público e até dos especialistas do mercado, já que é uma evolução silenciosa e distante dos olhos da maioria porque trata-se de mudanças em softwares, ainda que a parte física dos ATMs também tenha evoluído bastante nos últimos anos.
Antes de falar das inovações internas nos caixas eletrônicos cripto, vale destacar alguns benefícios do que o consumidor enxerga quando está diante de uma ATM do tipo. Há opções no mercado que permitem não somente o cash-in, mas também o cash-out, ou seja, fazer operações tanto de compra quanto de venda de criptomoedas utilizando dinheiro vivo. Isso tem ajudado a democratizar o acesso a esses ativos no Brasil, já que o país ainda é grande adepto do uso de papel-moeda.
Para que essa função, de colocar ou retirar notas, seja bem realizada, as ATMs têm recebido tecnologias de hardware cada vez mais eficientes, que permitem o recolhimento do dinheiro do usuário de forma rápida.
O avanço da tecnologia para desenvolver as chamadas recicladoras de notas permite prevenir o engasgamento das notas, agilidade no recolhimento e capacidade de reconhecimento das notas falsas. Isso faz os ATMs de criptomoedas se diferenciarem da maioria dos caixas eletrônicos tradicionais.
Enfim, os softwares
Na área de produção de softwares para negociação de criptomoedas em caixas eletrônicos, ainda existem pouquíssimos players capacitados para atuar neste segmento, mesmo 14 anos depois do lançamento do bitcoin. Um dos grandes motivos é a dificuldade de operação de máquinas e softwares que conectem o mundo físico com o digital com a mesma qualidade em cada uma das pontas da operação e ao longo de todo o trajeto entre elas.
Enquanto o número de exchanges que atuam só no digital cresce exponencialmente no país e no mundo, as soluções para o mundo físico ainda são escassas, ainda que elas sejam as preferenciais para o público amplo, que está cada vez mais adaptado à internet, mas que tem a maior parte de suas operações comerciais, ou seja, compra e venda de produtos e serviços, realizadas em pontos físicos.
Em ATMs de criptomoedas, o software trabalha nos bastidores de uma operação, permitindo que as transações sejam concretizadas em um ambiente digital, enquanto o contato do público com a máquina é físico.
Nesse ambiente, se destacam as empresas que conseguem produzir seus próprios softwares e realizar customização para atender as demandas do mercado e da sua operação da melhor forma possível. O intuito de um software é de trazer maior agilidade e autonomia tanto nas transações quanto na operação do ATM.
Outra inovação que o software traz ao mercado de ATMs cripto são as novas jornadas de usuário, que permitem a realização de cadastros de forma mais simplificada e redução considerável do tempo para que as pessoas estejam aptas a transacionar.
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Isso é essencial quando se trata de uma operação em um espaço físico. A demora para concluir uma transação pode trazer à memória um dos pontos negativos da experiência que o consumidor sempre teve com bancos: as filas intermináveis.
Com tecnologias avançadas, o setor de ATM cripto consegue ter o know-how para tomada de decisão sem ter que sufocar o cliente com demandas, atrasando o processo e complicando a concretização da transação. Entre as soluções que contribuem para isso, destaque para a blockchain, que surgiu para trazer mais liberdade e autonomia na vida do consumidor e hoje é parte fundamental da segurança e agilidade do sistema cripto.
QR Code
Outra inovação de destaque no mundo das ATMs de criptomoedas está relacionada à captura da carteira digitais no ATM por meio de QR code, tanto na compra quanto na venda, isentando o usuário de qualquer erro de digitação no endereço, causando potenciais riscos de extravio do dinheiro.
Hoje as carteiras digitais disponibilizam o endereço via QRcode, e as ATMs mais modernas do mercado possuem câmera eficiente para capturar o código em menos de 3 segundos, permitindo que o usuário consiga seguir com a jornada de compra de uma forma mais rápida e segura.
Todas essas tecnologias, da recicladora ao leitor de QR Code, evoluem respeitando a capacidade do consumidor de lidar com elas. Conforme os usuários aderem a determinada tecnologia em seu dia a dia, como foi o caso das touchscreens dos celulares, o setor financeiro inclui a solução em seus terminais mais modernos, onde hoje pode-se operar sem botões físicos. Isso tudo visa agilizar e dar mais segurança às operações sem colocar o usuário em uma situação de alienação ou impotência com relação à tecnologia.
Dessa maneira, também o setor de criptomoedas age conforme o consumidor se adequa à determinada tecnologia. O próprio setor cripto tem sido pensado dessa maneira. Cada vez mais, soluções práticas e fáceis são disponibilizadas para que as pessoas entendam e operem com facilidade os criptoativos e façam deles uma presença tão comum quanto notas de R$ 10 ou de R$ 20.
Sobre a autora
Isabela Rossa é country manager da CoinCloud no Brasil
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