Se a semana passada foi sem graça para as maiores criptomoedas, nesta semana ocorreram os primeiros sinais reais de ganhos após o colapso seguido de falência da corretora cripto FTX.
O Bitcoin (BTC) subiu 2,3% nos últimos sete dias e atualmente é negociado em torno de US$ 16.943. Seu rival mais próximo, o Ethereum (ETH), valorizou 3,13% e é negociado por US$ 1.253 no momento da redação deste artigo, de acordo com dados da CoinGecko.
BTC e ETH parecem ter dado início a uma modesta recuperação, depois de começar a semana em queda, quando mobilizações civis na na China abalaram ativos de risco, como ações de tecnologia e criptomoedas.
Os manifestantes chineses foram às ruas contra as medidas rígidas de enfrentamento da covid-19 em andamento no país, gerando temores de que a segunda maior economia do mundo possa estar sendo interrompida.
O mercado também caiu na segunda-feira com a notícia de que o credor de criptomoedas BlockFi estava entrando com pedido de falência. A empresa com sede em Nova York é a mais recente de uma longa lista de atingidos pelo colapso da FTX.
Os ativos de risco se recuperaram na quarta-feira (30), quando o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que dezembro traria aumentos menores nas taxas de juros. Isso sinaliza o fim de um ciclo de altas — três até agora no ano, cada uma de 75 pontos-base — que foram as mais acentuadas desde 1994.
Embora quase todas as principais moedas tenham registrado crescimento, os ganhos foram pequenos. No entanto, vários ativos tiveram ralis turbinados, incluindo Chainlink (LINK), que teve uma alta de 11% para chegar a US$ 7,30, Uniswap (UNI) valorizando 12% para bater US$ 6,16 e Polygon (MATIC), que ganhou 8,4% e viu um preço de US$ 0,9088.
Dogecoin chega a US$ 0,10
Dogecoin (DOGE) teve uma recuperação impressionante de 21,5% e bateu a casa dos US$ 0,10 no momento da redação deste artigo.
O rali de uma semana do DOGE foi estimulado por um tweet com slides de uma palestra do novo CEO do Twitter, Elon Musk. Uma das imagens menciona o termo “pagamentos”, mas não dá detalhes. No entanto, foi o suficiente para mobilizar o exército Doge à especulação de que sua moeda favorita poderia ser a moeda digital oficial do Twitter; afinal, DOGE também é o favorito de Musk.
Legisladores e reguladores falam sobre FTX
Legisladores de todo o mundo continuam monitorando e debatendo assiduamente o setor cripto, especialmente após as duas maiores catástrofes deste ano: Terra e FTX. Na segunda-feira, o Congresso do Brasil aprovou um projeto de lei que aprova legalmente as criptomoedas para pagamentos de bens e serviços.
O projeto de lei, que ainda precisa da sanção presidencial, inclui cripto e milhas aéreas na definição de “acordos de pagamento” sob a supervisão do banco central do país.
No dia seguinte, o Banco Central Europeu publicou um documento contundente que argumentava que a longa estabilização de preços do Bitcoin em cerca de US$ 20 mil antes do colapso do FTX pode ter sido “um último suspiro induzido artificialmente antes do caminho para a irrelevância”.
Na publicação, feita no blog da entidade, o diretor geral de pagamentos e infraestrutura de mercado do BCE, Ulrich Bindseil, e o consultor Jürgen Schaff também argumentam que “o design conceitual e as deficiências tecnológicas do Bitcoin o tornam questionável como meio de pagamento”.
Senadora americana fala do Colapso FTX
A senadora americana pró bitcoin Cynthia Lummis, republicana que representa o estado de Wyoming — que inclusive participa de um projeto de lei bipartidário da Câmara chamado The Responsible Financial Innovation Act, que exige que a Commodity Futures Trading Commission (CFTC) seja o principal regulador do setor cripto — disse na segunda-feira (28) durante o evento Crypto and Digital Asset Summit do Financial Times’ que o colapso do FTX destaca a necessidade do Congresso de “aprender mais” sobre a indústria cripto.
Conhecida como a “senadora do Bitcoin” por sua defesa da criptomoeda no Capitólio, Lummis divulgou seu projeto de lei como uma “estrutura” para entender como o desastre da FTX poderia ter sido evitado.
Ela também observou que a FTX estava “fortemente envolvida” na elaboração da Lei de Proteção ao Consumidor de Commodities Digitais (DCCPA), que é apoiada pela presidente do Comitê de Agricultura do Senado, senadora Debbie Stabenow (D-Mich.) e pelo senador John Boozman (R-Ark. ) — um projeto de lei que ela diz “precisar ser reescrito de uma forma mais eficaz e neutra quanto aos modelos de negócios, mas muito, muito focado na proteção do consumidor”.
*Traduzido pelo Portal do Bitcoin com autorização do Decrypt.