Após várias revisões extendidas desde junho deste ano, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) finalmente aprovou os primeiros ETFs que combinam Bitcoin e Ethereum.
A agência autorizou a Nasdaq a listar o ETF Hashdex Nasdaq Crypto Index US, da gestora brasileira Hashdex, e a exchange Cboe BZX a listar o ETF Franklin Crypto Index, de acordo com um registro divulgado na quinta-feira (19).
“A proporção de Bitcoin e Ethereum a ser mantida por cada fundo será baseada em capitalizações de mercado de flutuação livre”, diz o documento.
O analista sênior de ETFs da Bloomberg, Eric Balchunas, espera que os fundos sejam lançados em janeiro com uma divisão aproximada de 80% de Bitcoin e 20% de Ethereum, refletindo as atuais capitalizações de mercado.
Os fundos devem cumprir os requisitos de listagem contínua e manter a transparência em relação às participações e preços da carteira. Tanto a Nasdaq quanto a exchange monitorarão a conformidade e poderão iniciar procedimentos de exclusão da listagem se os requisitos não forem atendidos.
A negociação das ações do ETF estará sujeita às regras de valores mobiliários patrimoniais existentes em ambas as exchanges. Os fundos divulgarão valores indicativos intradiários a cada 15 segundos durante o horário normal de negociação.
ETFs cripto nos EUA
A aprovação ocorre em um momento em que a atividade significativa nos mercados de ETFs de criptomoedas existentes continua, com os produtos atuais de Bitcoin mostrando o domínio do IBIT da BlackRock com US$ 56 bilhões em ativos sob gestão (AUM), com mais de US$ 4,4 bilhões em volume.
O ETF da BlackRock é seguido pelo da Fidelity (FBTC) e Grayscale (GBTC), ambos com cerca de US$ 20 bilhões em AUM cada um.
A queda do Bitcoin nesta sexta-feira (20) coincidiu com a maior retirada já registrada nos 11 ETFs à vista da criptomoeda lançados este ano nos EUA. Na quinta-feira (19), os produtos acumularam um recorde de saídas líquidas de US$ 680 milhões, interrompendo uma sequência de 15 dias consecutivos de entradas.
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ETFs híbridos
Em agosto, a SEC disse que um período mais longo de revisão era necessário para os ETFs híbridos para fornecer “tempo suficiente para considerar a mudança de regra proposta e as questões levantadas nela”.
O registro da Franklin Templeton recebeu “aprovação acelerada” com base em sua semelhança com produtos negociados em exhanges cripto à vista (ETPs) previamente aprovados. A SEC também observou que ela continuou a mostrar altas correlações com o índice de mercados futuros da CME.
Um dos principais fatores que a SEC considerou para esse registro foi a transparência de monitoramento. Essa configuração é um acordo entre exchanges para compartilhar dados de negociação e informações essenciais de mercado para ajudar a detectar e evitar fraudes e manipulações em mercados conectados.
O ETF híbrido Bitcoin-Ethereum demonstrou isso com “um mercado regulamentado de tamanho significativo”, disse a SEC, explicando como esse novo produto financeiro se alinha com os padrões de confiança estabelecidos com base em commodities.
A aprovação dá a entender que a SEC está confortável com uma estrutura de ativos duplos, desde que ela se encaixe em seus padrões e esteja suficientemente correlacionada com os mercados estabelecidos. Anteriormente, os ETFs de cripto à vista eram limitados à exposição a um único ativo.
“Os assessores de investimento adoram a diversificação, especialmente em uma classe de ativos emergente como a de criptoativos”, disse Nate Geraci, presidente da ETF Store, discutindo a aprovação em uma thread no X. “Espero que haja uma demanda significativa por esses produtos.”
Geraci também observou que seria “interessante” ver se outros emissores de ETFs cripto seguiriam o exemplo e lançariam produtos semelhantes.
*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.
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