A semana foi moderadamente positiva para a grande maioria dos criptoativos. O Bitcoin (BTC) e o Ether (ETH) apresentaram pequenos ganhos de 2,26% e 3,65%, respectivamente. O mercado segue lateralizado no patamar entre os US$ 27 mil e US$ 29 mil e o movimento pode ser explicado pela expectativa quanto à evolução da situação macroeconômica, principalmente no que tange a política monetária americana e a crise bancária internacional.
Preço e volume do Bitcoin e ethereum, apurado às 21h (UTC-3) do dia 02/04/2023 (Fonte: Messari)
Mesmo com o movimento recente, a dominância do Bitcoin ainda não superou o patamar de 48% que tem agido como um ponto de virada nos últimos meses. A falha em superar este patamar pode resultar em uma alt-season com a valorização explosiva de altcoins.
Entretanto, quando olhamos para a dominância do Bitcoin, excluindo stablecoins, isto é, a porcentagem que o Bitcoin representa da capitalização de mercado total das criptomoedas sem a participação de stablecoins, o panorama se torna bem diferente. Desde o início de 2022, esta métrica vem numa tendência de alta, mostrando que investidores têm tirado seu dinheiro de altcoins e investindo em Bitcoin e stablecoins.
Destaque da semana
Entre os ativos com US$ 10 bilhões ou mais de capitalização de mercado, o destaque da semana fica com a Cardano (ADA). A plataforma de criptomoedas do cofundador da Ethereum, Charles Hoskinson, teve uma performance de 9,58% nos últimos sete dias. Esse movimento pode ser resultado da acumulação da moeda por “baleias”, ou seja, carteiras com grande quantidade de ADA. Além disso, a atualização Hydra da rede pode estar contribuindo para os ganhos no curto prazo.
Análise on-chain
Os investidores de longo prazo (LTHs) seguem acumulando moedas nos atuais patamares de preço. Com a lateralização das últimas semanas, os LTHs adicionaram cerca de 36 mil BTC a suas posições. A métrica ainda está num patamar abaixo do topo, alcançado no dia 26 de fevereiro que, apesar disso, o movimento recente parece sustentar a ideia de uma renovação da convicção dos investidores de longo prazo.
Na última quinta-feira, 30 de março, notamos uma queda superior a 1% no saldo de Bitcoin que permaneceu sem movimentação por um ano ou mais. Embora essa queda pareça preocupante, é importante ressaltar que a explicação para essa distorção não é motivo para alarme. Discutiremos os movimentos que causaram essa distorção abaixo.
Por outro lado, o saldo de bitcoins nas mãos de investidores a dois anos ou mais segue fazendo novas máximas, o que indica que a queda de mais de 1% no saldo de bitcoins sem movimentação ocorreu principalmente em contas com bitcoins parados há menos de dois anos.
Observando o gráfico abaixo do lucro/prejuízo líquido realizado, podemos notar que houve uma realização massiva de prejuízos que ultrapassou US$ 5 bilhões, o maior valor em toda a história da métrica. Esse evento ocorreu no mesmo dia em que foi observado o movimento anormal no saldo de Bitcoin, que não se movimentou há um ano ou mais. Essa relação sugere que parte dos investidores podem ter tido prejuízo ao liquidar suas posições em bitcoins que estavam parados há mais de um ano.
Entretanto, este não parece ser o caso. Abaixo, é possível observar os gráficos do prejuízo realizado e do prejuízo realizado ajustado por entidade. A principal diferença entre as métricas é que a versão não ajustada acaba considerando transações dentro de um cluster de carteiras pertencentes a uma mesma entidade. Após comparar os gráficos, podemos concluir que o movimento de realização de prejuízo ocorreu principalmente entre carteiras de uma mesma entidade, o que indica que essas transações não podem ser consideradas como uma realização de prejuízo propriamente dita.
Conclusão
O cenário atual do mercado de criptoativos permanece incerto, com possibilidade de continuação dos ganhos do Bitcoin em relação às altcoins, assim como um fortalecimento das altcoins, resultando em uma queda da dominância do Bitcoin. Investidores devem estar atentos às movimentações do mercado e à evolução da situação macroeconômica para administrar suas posições de acordo.
Apesar de algumas distorções nas métricas on-chain devido a transferências entre carteiras pertencentes à mesma entidade, a saúde geral dessas métricas permanece sólida. O crescimento na posição dos investidores de longo prazo e a persistência de novos recordes no saldo de bitcoins não movimentados por dois anos ou mais demonstram uma firme convicção na perspectiva de um rali de longo prazo.
Sobre os autores
André Franco: André é Engenheiro Mecatrônico e Analista de criptoativos desde 2017, foi eleito uma das 50 maiores personalidades cripto do Brasil pelo Cointelegraph, com vasta experiência no mercado. André é atualmente o diretor de Research do Mercado Bitcoin.
Rony Szuster: Rony é Engenheiro Químico com pós-graduação em Engenharia de Software, imerso no mercado cripto desde 2019 e contribuidor do Messari Hub em 2021 e 2022. Atualmente integra a equipe de analistas de criptoativos do Mercado Bitcoin.
Lucca Benedetti: Lucca é estudante de Engenharia Química e um entusiasta do mercado desde 2015, tendo se tornado analista de forma profissional em 2021. Possui experiência no nascente campo de finanças descentralizadas (DeFi) e atualmente integra a equipe de analistas de criptoativos no Mercado Bitcoin.
Bernard Pedra: Bernard é estudante de blockchain e criptografia digital e entusiasta do mercado desde 2019 com experiência prática no campo de tokens-não-fungíveis (NFT). Atualmente integra a equipe de analistas de criptoativos no Mercado Bitcoin.
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