A Polícia Civil de Goiás (PCGO) prendeu na quarta-feira (19) sete suspeitos de participarem de uma organização criminosa que aplica o chamado “golpe das missões”, envolvendo crimes como fraude eletrônica e lavagem de dinheiro. Segundo a polícia, o esquema — semelhante ao golpe Avaliador Premiado, uma fraude que repercutiu no ano passado — movimentou cerca de R$ 93 milhões.
Segundo comunicado da PCGO, a operação “Fake Work”, conduzida pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC), foi deflagrada em seis cidades de quatro estados brasileiros: Rio Branco (AC), Tarauacá (AC), São João de Meriti (RJ), Belford Roxo (RJ), São Paulo (SP) e Goiânia (GO).
Além das prisões preventivas e buscas, a ação cumpriu 20 mandados judiciais. Na residência de uma suspeita, foram encontrados mais de 70 contratos de compra e venda de criptomoedas com russos.
Como o golpe funcionava
De acordo com as autoridades, a investigação, que teve início após uma vítima de Goiânia denunciar um prejuízo de R$ 109,3 mil, revelou que os golpistas prometiam dinheiro fácil em troca de pequenas tarefas online, como curtir postagens ou avaliar estabelecimentos. As vítimas eram induzidas a investir quantias progressivas para obter retornos fictícios, resultando em altos prejuízos financeiros.
“Durante as investigações, foram identificadas 716 vítimas do golpe em todo o Brasil”, afirma o órgão, ressaltando que a maior parte do dinheiro roubado das vítimas era destinado para uma empresa de fachada em Goiânia. “A principal técnica utilizada era a ‘mescla’, que mistura valores lícitos e ilícitos para dificultar o rastreamento dos recursos”, ressalta.
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A proprietária da empresa já havia sido presa pela Polícia Federal por envolvimento em esquemas semelhantes, incluindo operações internacionais de lavagem de dinheiro na Rússia. Segundo afirmou o órgão, foram encontrados na residência da suspeita mais de 70 contratos de compra e venda de criptomoedas com russos.
“A PCGO segue com as investigações para aprofundar o caso e identificar os outros envolvidos”, concluiu.
Golpe Avaliador Premiado
O golpe do aplicativo Avaliador Premiado, disseminado no Brasil no ano passado, prometia pagar para que pessoas avaliem produtos de marketplaces chineses, como a loja de roupas Shein.
As vítimas eram atraídas no esquema através de propagandas enganosas divulgadas nas redes sociais que davam a entender que se tratava de uma renda extra. A lógica é que as empresas pagariam pelo serviço, pois os produtos com mais avaliações ficam melhores ranqueados na plataforma.
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