Pagamentos de ransomware já somam R$ 2,5 bilhões em 2024 e caminham para novo recorde

Após os pagamentos de ransomware atingirem US$ 1 bilhão em 2023, este ano já se mostra a caminho de superar esse recorde
hackers em frente a computadores

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Os últimos meses marcaram um grande impulso na aceitação global por criptomoedas, puxado principalmente pelos lançamentos dos ETFs de Bitcoin e de Ethereum nos Estados Unidos. No entanto, esse crescimento também foi acompanhado por um aumento nos casos de fundos roubados de investidores e pagamentos de resgates em criptoativos devido a ataques de ransomware.

As percepções estão no relatório “Crypto Crime Mid-Year“, publicado pela empresa de análise Chainalysis nesta quinta-feira (15).

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Segundo o estudo, houve uma queda notável de 19,6% na taxa de atividade ilícita no acumulado do ano de 2024, mas dados da ferramenta Chainalysis Signals, que identifica categorias suspeitas de atividades ilícitas, apontam uma crescente nos dois tipo de crime citados.

Os fundos roubados saltaram de US$ 857 milhões entre janeiro e julho de 2023 para US$ 1,58 bilhão no mesmo período deste ano, enquanto ransomware totalizou um valor de US$ 459,8 milhões (R$ 2,5 bi), se aproximando de um recorde neste tipo de crime. Em 2023, no mesmo período, ataques ransomware chegaram a US$ 449,1 milhões, fechando o ano com recorde de mais de US$ 1 bilhão.

Além disso, 2024 já registrou o maior pagamento em um único incidente para o grupo de ransomware Dark Angels, no valor de US$ 75 milhões. Esse número representa uma alta de 96% em comparação com 2023.

O valor dos fundos roubados também voltou a preocupar em 2024, com um aumento de 84,4% em relação ao ano passado, chegando a US$ 1,58 bilhão no acumulado até julho deste ano. Segundo a Chainalysis, esse número pode ser atribuído ao aumento dos preços dos ativos, como o Bitcoin (BTC).

Comparação de atividade hacker em 2023 e 2024 (Fonte: Chainalysis)

O estudo ainda demonstrou que as exchanges centralizadas voltaram a ser o principal alvo dos cibercriminosos. Nos últimos quatro anos, esses invasores estavam focados em atingir partes descentralizadas, mas agora estão se concentrando em organizações mais novas que não possuem investimento em infraestrutura de segurança. Uma das principais táticas utilizadas por esses criminosos é a engenharia social.