Imagem da matéria: Onde está a tal criptomoeda do Facebook?
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Embora todos estejam comentando nos últimos dias a aprovação de um fundo de índice (ou ETF, na sigla em inglês) de futuros de Bitcoin (BTC) nos Estados Unidos, o projeto de criptomoeda do Facebook perdeu mais dois funcionários.

Riyaz Faizullabhoy e Nassim Eddequiouaq que, há dois anos, haviam saído da empresa de custódia de criptoativos Anchorage para trabalhar na carteira do Facebook, agora entraram para o departamento cripto da empresa de capital de risco Andreessen-Horowitz (a16z).

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Qual é a ironia? a16z é um membro fundador da Diem (anteriormente conhecida como Libra) Association, uma cocriação do Facebook. Talvez você pense que a contratação dos dois pelo a16z seja para garantir que Novi, a carteira cripto do Facebook, se torne um sucesso.

No entanto, é difícil não pensar nesta notícia como uma grande hemorragia de talentos de uma tentativa frustrada e mal desenvolvida do Facebook no setor cripto.

A empresa havia anunciado a Libra pela primeira vez em junho de 2019 (uma eternidade atrás no mundo cripto).

O projeto havia sido promovido como uma “moeda global sem fronteiras” que teria lastro em uma Reserva da Libra, uma “coleção de ativos de baixa volatilidade, como depósitos bancários e valores mobiliários governamentais, bem como moedas de bancos centrais estáveis e boa reputação”.

Demos adeus a tudo isso.

Em seus primeiros quatro meses, a Libra Association perdeu oito de seus membros fundadores, incluindo grandes nomes como PayPal, eBay, Stripe e MasterCard.

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Libra mudou seu nome para Diem, assim como Calibra (o aplicativo de carteira do Facebook para o armazenamento de Libra), virou Novi.

Diem “reduziu suas ambições”, como escreveu Jeff Benson do Decrypt, para se tornar uma simples stablecoin lastreada ao dólar americano. O mercado cripto já possui várias delas, gerenciadas por empresas sérias, como Circle, Paxos e Binance (USDC, USDP, BUSD, respectivamente).

Agora, no quarto trimestre de 2021, é válido perguntar se alguém realmente quer uma criptomoeda do Facebook.

Aliás, a gigante rede social odeia quando a imprensa diz “a criptomoeda do Facebook” (ou “Zuck Bucks” ou “Facebookcoin’), pois Diem não é apenas do Facebook, e sim apoiada por um consórcio de empresas-membro, com sede na Suíça, cuja moeda passará por uma descentralização progressiva.

Porém, foi o Facebook que anunciou o projeto, além de ser promovido por um executivo do Facebook, então terá sucesso ou irá fracassar graças ao grande nome relacionado a ela.

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Ironicamente, o Facebook pode ganhar crédito por acender uma fogueira nos EUA, que analisou a possibilidade de lançar uma Fedcoin (CBDC, uma moeda digital emitida pelo banco central), já que Mark Zuckerberg tentou usar o yuan digital da China como uma motivação em seu testemunho ao Congresso Americano em defesa à Libra em outubro de 2019.

Se os EUA interferirem na Libra, ameaçou ele, arriscam perder a inovação de pagamentos digitais para a China. Porém, ultimamente, Zuckerberg parece ter trocado de foco para uma nova paixão: o metaverso!

Aqui existe um paralelo em relação aos veteranos do mundo cripto sobre a aprovação de um ETF de futuros de bitcoin. Embora muitos tenham comemorado a notícia porque pode fazer o preço da criptomoeda subir, outros questionam o porquê de haver um ETF ligado a contratos de futuros de bitcoin. Se você quer obter exposição ao bitcoin, por que não comprar bitcoin diretamente?

O mesmo é válido para uma moeda do Facebook. Se as pessoas querem uma stablecoin lastreada ao dólar para armazená-la ou utilizá-la como um veículo no setor das criptomoedas, têm uma variedade de opções confiáveis.

Qual seria o atrativo de uma moeda com o nome do Facebook nela? O Facebook parece saber.

Em agosto, Frank Chaparro do The Block, afirmou que Novi está conversando com Circle e Paxos sobre uma parceria com ambas as empresas em vez da Diem.

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Por outro lado, o Facebook possui uma enorme vantagem que ninguém pode negar: 2,9 bilhões de usuários. Seja qual for a stablecoin que o Facebook decida apoiar, um número significativo de pessoas irá testá-la.

Em 2020, havia 30 milhões de endereços de bitcoin com fundos em stablecoins. Mesmo se apenas 2% de usuários do Facebook comprassem Diem por meio de suas carteiras Novi, seriam 58 milhões de usuários.

Porém, agora a empresa está entrando para um mercado concorrido com um produto não tão empolgante.

Em agosto, o executivo do Facebook David Marcus havia dito que a carteira Novi estava “pronta para ser lançada no mercado”. Tudo bem, mas cadê ela?

*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização da Decrypt.co

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