Resumo
- O Bitcoin subiu mais de 6% em 24 horas, ultrapassando US$ 118 mil em meio a mais de US$ 1 bilhão em liquidações, principalmente de posições vendidas.
- Analistas dizem que a alta foi impulsionada pela cobertura de posições vendidas em derivativos, com os mercados à vista mostrando fraca demanda subjacente.
- Apesar da mudança, as taxas de financiamento permanecem moderadas e os pedidos em carteira estão pesados, sugerindo que o ímpeto pode desaparecer sem novos ingressos.
O Bitcoin está em alta novamente, mas será que isso é sustentável? E como os traders sofisticados estão tentando proteger os ganhos recentes após a alta de mais de 6% acima de US$ 118 mil?
Analistas consultados pelo Decrypt veem rachaduras começando a se formar no mercado de derivativos, o que ocorreu em meio a uma queda de mais de US$ 1,58 bilhão em juros abertos.
Mais de US$ 1 bilhão em posições foram liquidadas no mercado de criptomoedas quando o preço do Bitcoin atingiu suas novas máximas nesta sexta-feira (11).
Desse total, US$ 963 milhões eram posições vendidas, demonstrando como os vendedores foram pegos de surpresa durante o rali de quinta-feira. A liquidação forçada dessas posições vendidas provocou uma redução acentuada nas posições em aberto, contribuindo para uma queda significativa nos juros em aberto.
O interesse aberto refere-se ao número total de contratos de derivativos pendentes, incluindo futuros e perpétuos, que ainda não foram liquidados.
Como resultado de “cobertura de posições vendidas em vez de novos fluxos”, o Bitcoin continua “frágil”, de acordo com Wenny Cai, cofundador e diretor de operações da plataforma de derivativos de criptomoedas SynFutures.
O livro de ordens spot (à vista) agregado do Bitcoin com profundidade de 2% dá peso à perspectiva cautelosa de Cai, de acordo com os últimos números da CoinGlass.
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Desde 8 de julho, o livro continua com alta demanda, sugerindo que o recente aumento de preço foi alimentado principalmente pela atividade em contratos futuros perpétuos, e não pela demanda à vista.
As taxas de financiamento nas principais exchanges centralizadas também permanecem baixas, acrescentou Cai, sinalizando um “sentimento otimista moderado” na ausência de sinais de “superaquecimento”. Ela espera que “o ímpeto diminua no curto prazo sem uma nova onda de entradas”.
O avanço do Bitcoin segue os sinais de enfraquecimento da economia americana e da desvalorização do dólar. O dólar americano caiu 10,8% em relação a uma cesta de moedas importantes este ano, com o índice DXY, que mede a força do dólar, recuando para 96,37, seu menor nível desde o início de 2022.
Um dólar americano mais fraco, geralmente um subproduto de uma política monetária mais flexível, historicamente tem se alinhado a um maior apetite dos investidores por risco e a um desempenho mais forte do Bitcoin.
Cotado em dólares, o Bitcoin pode subir em termos nominais à medida que a moeda americana se desvaloriza, mesmo que seu valor real se mantenha estável. Alguns argumentam que a desvalorização contínua do dólar, impulsionada pela inflação ou pela flexibilização quantitativa, aumenta o apelo do Bitcoin como alternativa digital ao ouro.
De qualquer forma, Georgii Verbitskii, fundador da plataforma DeFi TYMIO, disse ao Decrypt que a quebra do Bitcoin acima de US$ 112 mil é um sinal forte e espera que a tendência de alta continue nos próximos meses.
“Estamos vendo agora um forte posicionamento no mercado de opções”, disse ele. “Com o Bitcoin ultrapassando US$ 113 mil, o interesse aberto na Deribit concentrou-se fortemente em torno de US$ 115 mil e US$ 120 mil.”
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt
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